JORNAL PENA LIVRE

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011















FÉRIAS DE TUDO

Após um árduo 2011 comunico aos meus queridos leitores e amigos que estarei saindo em férias no dia de hoje, 11/11/2011 com retorno dia 17/12/2011.
Deixarei de escrever neste período até para dar um descanso a todos.
De qualquer forma e previamente à minha viagem, suspendi assinaturas dos meus jornais e revistas que vinham sendo remetidos para minha residência.
Estarei igualmente dando férias ao meu cérebro.
Não lerei sobre corrupção e a queda do próximo ministro de Dilma.
Não saberei a previsão do tempo e nem os babados da economia e do cotidiano.
Saborearei um período onde não quero pensar em nada a não ser meu copo de suco de uva e a temperatura correta forrado de gelo.
Exercerei meu direito a ficar momentaneamente burro de pai e mãe.
Não lerei letreiro de anúncio, nem outdoor, quero ficar analfabeto nesses dias de curtição e sol. Desaprenderei a ler.
Não quero somar dois mais dois que já me esqueci quanto seria.
Psicologicamente quero estar ligado somente à próxima fase da lua e a contemplação das estrelas.
Não lerei meus milhares de emails diários nem que seja para pagar promessa.
O melhor de umas férias não é viajar, nem passear. O melhor é deixar a cabeça criar moscas e deixá-la pensando apenas no trivial. Vou ler gibi do Pato Donald especialmente quando briga com o eterno vizinho Sr. Silva.
A atualidade força nossos miolos à exaustão.
São zilhões de mensagens para comprar, comprar, comprar, pagar, pagar e pagar, impostos, taxas, taxas e mais impostos, pedágios, contas, cartão de crédito e conta de luz.
Pensarei somente se o café será servido na hora que eu quiser. Ou se no meu banho usarei ou não um bom sabonete ou xampu, quem sabe me preocupar conquanto ao ar condicionado e a temperatura ideal para minhas hibernações, temperaturas essas ideais abaixo de zero, se possível.
Um dia nestas férias me darei o luxo de acordar e dormir com o pijama sem passar pelo chuveiro ou me barbear vestindo um personagem mais pré-histórico.
E daí se isso acontecer? Mudará o eixo magnético da terra por acaso?
Lerei um bom livro, a biografia de Wall Disney, por exemplo, meu atual livro de cabeceira e suas quase 1.000 páginas com sabor se criança.
Controle de tv? Desligado. Não quero ver nem anúncio de comida que dirá um programa do tipo Faustão e seus “atenção Brasil” com os enfadonhos bilhetes forrados com nomes de puxa sacos, pessoas que até eu duvido que existam de fato.
Férias são férias. De tudo. Do barbeiro na esquina e as surradas piadinhas sem graça contadas pelos mesmos fregueses de sempre ou a “mortandela” da padaria para forrar o pão para agradar aquela visita super chata que apareceu de última hora e que voce não estava esperando.
Desligarei a campainha. Não quero vendedor ou orador com santinhos de igrejas com nomes pomposos de tipo Congregação Semi Cristã do Sagrado Coração de Jesus do Monte Pinatubo.
Com a campainha desligada posso também evitar receber visitas que não foram pré-agendadas com antecedência de um ano, pelo menos. Assim escaparei de ir novamente na padaria comprar queijo, salame, pão e refri para não passar vergonha.
Férias têm que ser radicais. Usar shorts ou bermuda já nas primeiras horas do primeiro dia de férias e só colocar a calça, gravata e camisa quando voltar no primeiro dia de trabalho.
Os chinelos também não os colocarei para não ter que procura-los mais tarde em algum lugar perdido na casa. Acordarei mais cedo para ficar mais tempo sem fazer nada e grudar no meu livro.
O mais importante de tudo isso é ficar longe dos armários que imploram arrumação desde primeiro do ano, bem como estantes, reformas da casa, comprar casinha nova do cachorro, visitar aquela tia chata que mora em cidades que terminam com “ópolis”: Teresópolis, Cosmópolis, Pradópolis ou Petrópolis.
Quero meu canto onde não possa ser achado por cobradores, receita federal, esmoleiros, os distribuidores de infames panfletos que se somados aos que já recebi até hoje daria para caminhar em cima de papel até Plutão, que foi sabotado e nem mais planeta o é.
Não responderei um email sequer nem mesmo aqueles que me presenteiam por ser o milésimo visitante até no site do açougueiro da esquina me prometendo um filé a R$ 1,99 o quilo “fresquinho” de tudo.

Fui até a volta.