MISTER “M” VAI ASSINAR CONTRATO COM O
BRASIL
Val Valentino, ator e ilusionista
americano, que anos atrás incorporou o Mister “M”, disposto a revelar os
segredos da mágica comum que se vê em shows no presente ou passado e mostrar
como os grandes truques eram feitos.
Causou furor entre os profissionais
da mágica como forma de entretenimento e confesso que achei que se um dia fosse
desvendado poderia até levar umas boas surras do pessoal que ficou furioso com
suas revelações: a famosa mulher cortada ao meio, o homem que desaparece de uma
caixa e aparece em outra e vai por aí afora.
Val Valentino vai ser contratado pela
sociedade brasileira para descobrir como será feita uma mágica que Dilma promete
realizar, que é transformar os números da meta de superávit primário (diferença
entre receitas e despesas do governo, excluindo-se da conta as receitas e
despesas com juros) em robustos números positivos.
Para fazer isso no papel é simples.
Rasga-se onde estava escrito um número em vermelho e troca pelo mesmo número só
que pintado de azul. Se houvesse um PROCON das eleições, a presidente Dilma
estaria hoje sendo cooptada e forçada a devolver o mandato que recebeu pela
segunda vez.
Ela colocou no balcão mercadoria
linda e bem colorida só que com o prazo de validade expirado, ela vendeu o
“peixe” de que e economia Brasileira não precisava de um aumento de juros
porque a inflação era de mentirinha, números inventados por circenses
economistas só para irritá-la. Também enganou a todos com aquela historinha de
que o desmatamento pelo Brasil afora estava sob controle, quando na verdade
explodiu e atinge hoje números recordes (Fonte: INPE, CTA).
A maior mentira, entretanto, era que
suas contas estavam em dia.
A lei do ano passado determinava que
o superávit primário deveria ter sido de R$ 167,40 bilhões para o poder público
consolidado (governos municipais, estaduais e o Federal, mais empresas
estatais). Desse total R$ 116,1 bilhões deveriam caber ao Governo Federal.
No início do ano o Ministro Mantega
já estava estimando esses números bem mais para baixo, algo em torno de R$ 99
bilhões que, com os descontos permitidos em lei de R$ 67 bilhões, faltaria ao
governo uma economia de R$ 13,8 bilhões pelas novas contas do Ministro, mas R$
49,1 bilhões para atingir aquilo que havia sido acertado em 2013.
De janeiro a setembro de 2014 o
resultado dessa conta primária ficou negativo em R$ 15,7 bilhões.
Isso significa o que? Simples. Indica
que o Governo Federal teve que se endividar para poder cumprir com seus
compromissos: pagar o açougue, a mercearia, a padaria, a escola para as
crianças se isso fosse tudo conduzido para um orçamento doméstico.
Na falta de grana o que o dono da
casa faz? Saca dinheiro do cheque especial, tira suas econômicas guardadas a
todo custo, empresta do banco, do pai, da mãe, do cunhado para cobrir o rombo.
O que era até agora para ser um
número positivo de R$ 80,8 bilhões (só a parte do Governo Federal)
transformou-se em R$ 18,9 bilhões só que NEGATIVOS.
Se não houver uma malandragem
contábil, um artifício ilícito, um crime de responsabilidade civil sendo
praticado pelo caminho tudo terminará no mais cintilante vermelho sangue da
história da nossa economia. Para pintar de azul o vermelho, ora tão intenso, o
Governo encaminhou mudanças nas regras das Leis de Diretrizes Orçamentárias
(LDO).
Em entrevista, concedida a uma
importante repórter nacional o Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante,
nobre ministro, teve a cara de pau de dizer que se o Congresso Nacional der seu
aval na patifaria contábil o Brasil fechará as meta, caso contrário ele promete
tirar esses números faltantes suspendendo as desonerações (alivio dos impostos
em outra língua para folha de pagamento, por exemplo), cortará os investimentos
para as obras e para uma parte da economia e, segundo ele, isso aumentará o
desemprego.
Foi exatamente isso que Dilma
prometeu nos palanques?
Mister “M” vai ter que usar de todos
os truques para pichar os números bem vermelhos em azuis e ainda convencer o
público em geral que ninguém sabe fazer contas.
Uma auditoria do Tribunal de Contas
da União (TCU) afirmou que Dilma mentiu quando disse ter fechado 2013 no azul.
Mentira. Fechou com um furo de R$ 43,3 bilhões negativos, segundo os dados do
próprio TCU. É que Dilma no ano passado usou de artifícios mirabolantes e
criminosos para maquiar a coisa toda exportando, por exemplo, plataformas de
petróleo que sequer saíram do País, mas contabilizou a grana como se a
mercadoria tivesse sido de fato exportada.
Outras manobras espertalhonas são
contabilizações de receitas atípicas, utilização de float de restos a pagar,
exclusão de empresas da abrangência institucional de apuração do resultado e
exclusão de despesas do âmbito do PAC. Ou seja, tudo ilícito ou ilegal segundo
o TCU.
Alguns governadores já pensam em
impetrar na justiça mandatos de segurança e abrir processos contra o Governo
Federal na artimanha encaminhada ao Congresso. Ocorre que a Presidente, segundo
os próprios ditames da lei de responsabilidade fiscal, comete esse crime em não
cumprir a lei.
A Presidente Dilma deveria, sim,
ocupar-se em fazer uma reforma fiscal que é a reforma número um se ela quiser
ficar entre fazer um governo sério e brincar de números mágicos que sua cartola
produz. Ela deveria estar mergulhada em achar gente para tocar os ministérios
onde os seus ocupantes já pediram para sair. Onde ela está agora?
Fora do País participando de reunião
com o Grupo dos G20, quando deixa sua cozinha com pratos para lavar, roupa suja
na máquina e muita lama no chão sem limpar. Fontes desse texto para que ninguém
diga que eu saio inventando esses números e me atingir com ofensas como alguns
vem fazendo.
Bibliografia
para este texto:
R7.com,
G1.com.br, TCU, Ministério da Fazenda,
Banco Central do Brasil, http://www.fenacon.org.br/, http://economia.ig.com.br/, http://www.jb.com.br/economia/noticias/ e http://www.infomoney.com.br/