JORNAL PENA LIVRE

OBRIGADO PELA VISITA EM MEU BLOG. ESPERO QUE O TEXTO/ARTIGO DE HOJE TENHA SIDO DO SEU AGRADO. QUALQUER MANIFESTAÇÃO DE APOIO OU CRITICA FAÇA ATRAVÉS DO EMAIL

terça-feira, 29 de setembro de 2009



AÇAÇINATO NA LINGUA PORTUGESA

À nível de matanssa. a nossa língua portugesa tipo morte morrida vai bem.
A gente sabe que se a gente pega tudo isso e tenta falar a gente acaba não tendo mais geito de falar mais assim.
Tipo novela sabe que fala que se a gente tivesse dinheiro eu comprava uma lanxa super esporte. Comprava onde? Compraria não seria o correto?
A gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente percebemos que se acabaram-se os pronomes do tipo eu, tu, ele, nós , vós e eles.
No sul tipo tuvai ao baile? Naum acho que naum.
Eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que se a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente do tipo contexto sabe?
Não dá para entender dá para rolar de novo?
Cric na televisão e lá vem as boba da guria da novela das oito: - olha do tipo se eu estava apaichonada com ch mesmo eu dava um beijo nele, mas tipo me traiu e ai não tem naum tem mais. Nesse caso amiga o contexto bom eu acho que...bom sei lá.
Tá rolando aqui e ali, taki, tali e tacolá.
Taca fogo aqui Mané, bom eu acho que tipo lição de casa sabe ninguém mais escreve apenas grunhi.
Falando sério, amigos e amigas. Estamos assistindo a uma verdadeira guerra armada para aniquilar de vez a nossa língua pátria.
Os pronomes já não são usados substituiu-se tudo pelo remédio genérico do “a gente” a gente isso e a gente aquilo, “a nível de” virou moda até para academia brasileira de letras, quando alguém quer dar uma de metido a escrever difícil já vem forrando o texto com os ignóbeis “a nível de”. “Eu acho que” não pode faltar a nenhum discurso sério e o “com certeza” é a nova coqueluche do momento e, para lapidar ainda mais o diamante da língua, os entendidos e metidos a bestas abusam do “contexto” tudo tem que estar dentro dele como se fosse uma lixeira.
A cultura das novelas acaba ditando o comportamento da língua. Eles são a linha de frente do assassinato do português no Brasil, seguidos pelos fazedores de discursos oficiais, eleitorais etc. Os livros de português seguem a rotina trágica de ensinar desde cedo os alunos, principalmente do nível primário, que falar corretamente não precisa mesmo porque a gíria acaba dando seu ar da graça nas mãos dos palavreados desconexos do internetês.
Nas ruas o que se ouve são grunhidos permeados com algumas palavras ainda reconhecíveis da velha língua que é a mais completa do mundo, a mais perfeita e a mais bela com termos que só temos nela e em nenhuma outra língua existente como a “saudade”.
Nos programas matinais as louras celestiais promovem a sua parte na matança contribuindo diariamente para a expansão crônica do “a gente isso e a gente aquilo outro”, a nível de, eu acho que e no contexto, claro, com certeza.
Não escapa nada, nem os discursos presidenciais carregados de gíria de rua, palavreados chulos e quando não, palavrões.
O tempo verbal foi morto com um tiro no peito certeiro. O presente do indicativo rimando com o subjuntivo, pretérito perfeito e imperfeito ninguém mais tem usado corretamente.
O gerúndio dando idéia do passado e do futuro e não de uma continuidade da ação.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles estão enferrujados todos eles foram substituídos pelo infame “a gente” faremos, a gente fizemos.
Não era para se esperar nada diferente disso.
O governo promove uma educação que aos poucos transforma nossa sociedade numa massa irregular sem possibilidade de lapidação, as escolas endossam a procuração do Estado para contribuir também para “a nível de” tipo destruir em dupla tudo o que for correto falar a estudar.
Já tem livro sendo distribuído na rede pública de ensino com tarja “proibido para menores de 16 anos” tamanho o emprego de palavrões, erros grosseiros, o pendor para uma idéia totalitária, politicamente incorretos e com requintes de extrema xenofobia e racismo.
Quem deveria selecionar a publicação dos livros didáticos para a rede pública de ensino também curte “a nível de”, “tipo”, “com certeza”, “eu acho que “ dentro do “contexto”, logo “a gente” não selecionada nada e vai tudo sendo comestível pela safra de alunos também idiotizada pela cultura da novela das oito.
Deste teclado solitário observo que, seguindo uma lógica natural, tão logo consigamos perceber estaremos nos comunicando com a linguagem dos cegos. O fim da língua aproxima-se rapidamente. A próxima geração muito provavelmente nascerá com as cordas vocais sem qualquer utilidade a não ser pequenos grunhidos para pedir comida ou coisa que o valha.
Jason e sua serra elétrica estão soltos pelos corredores da língua portuguesa, com certeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário