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sexta-feira, 23 de abril de 2010
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU? O BANCO CENTRAL TEM
A burrice do COPOM (Comitê de Política Monetária) ligado ao BC é sui generis no mundo. Basta qualquer soluço da taxa de inflação que lá vem aumento da taxa de juros referenciais.
Porque o Brasil tem medo de crescer? Porque ter tanto receio de assumir números positivos em nossa economia? Fico pensando...- que ordinário é esse manual que o COPOM tem em mãos. Deve ter um capítulo somente e apenas uma única frase: “para qualquer coisa aplique aumento da taxa de juros, até para curar calos”.
Parece incrível que o Brasil fique correndo do bicho papão e se borrando nas calças quando a economia lança sinais verdes mais poderosos. O COPOM assume uma posição sempre de antipatia ao crescimento do Brasil cimentando o futuro do país numa política absolutamente equivocada para nosso cenário.
Semana que vem lá vem um aumento bem vigoroso na taxa de juros que, sob a minha ótica, será de dois pontos percentuais.
Os sabidos de plantão aplicam essa medida para conter a inflação submetendo à ideia de que temos fortes desequilíbrios entre oferta e procura. Nem tanto o mar nem tanto as estrelas. Sabidamente o Brasil nunca aplicou uma fórmula capaz de subjugar esse dito desequilíbrio (se bem que eu penso que ele existe somente em um ou outro setor isolado) que não fossem juros altos, juros baixos ou juros ficam do jeito que estão.
Não tem nada além na pasta dessa molecada do COPOM que não seja a novelinha mequetrefe de brincar com juros? Além do mais, aumentando as taxas é a fórmula do BC ajudar a enforcar as contas internas drogando-as com o fel da ignorância economica de sempre.
O Brasil precisa de investimentos agora ao invés de ficar domando o leão da inflação por si só.
A inflação brasileira nunca foi de demanda. Sempre foi de custo: custo do dinheiro, custos dos insumos, da infernal corrupção, impostos, custos da contabilização das empresas nas despesas ditas fixas (água, luz, gás, telefone etc) cujo controle do preço é estatal. De uma forma ou outra muitos ramos empresariais trabalham com ociosidade calculada. Nunca o parque industrial esteve ou está fabricando na tampa de sua capacidade máxima, exceto desarranjos intestinais setoriais por conta do governo turbinar o crédito e esquecer de dar guarida às empresas para se adaptarem às novas exigências de um novo nível do consumo geral mais encorpado.
Uma mão dupla oposta brasileira na arte de afinar a economia: de um lado provoca obesidade no crédito no varejo e atacado ofertando-o em demasia e, de outro lado quando o pessoal parte para comprar, acaba apertando os juros diminuindo o parcelamento como forma de combater inflação? É essa mesmas a fórmula do BC e COPOM? Oferta com a mão direita e tira com a mão esquerda?
Como meta do próximo governo uma lição de casa. Fazer aquilo que nunca foi feito desde 1.500 que é realizar uma reforma tributária digna de um país de primeiro mundo. Deixar de aplicar esse medicamento dos juros para outro que é nosso mal economico: o custo Brasil. Demasiado caro para produzir e vender. O dragão a combater não é do da inflação e sim o da roubalheira nos impostos.
Cada alta dos juros empurra boa parte da economia formal para debaixo do pano e joga o esforço coletivo de aumentar o PIB e o PNB pelo ralo da estupidez do COPOM.
A ferida aberta das contas públicas aumenta de tamanho e infecciona de forma acelerada quando tem juros aumentados. O déficit público procura se financiar com a economia privada, via títulos da dívida, e para isso os bancos não perdoam, esfolam mesmo. Não tem perdão.
Essa é a matemática que não circula no COPOM.
Não tem mais adiamento para essa questão. Quem assumir em 2011 a cadeira do Planalto vai levar na bagagem essa obrigação lá dentro.
As tão propagandeadas reformas petistas da política, tributária, fiscal? Foi uma monumental enrolação para levar votos.
Uma mentira contada um milhão de vezes. Agora vai, agora vai e nunca foi. Covardia de monte e como consequência um COPOM cego de novas ideias que não sejam colocar os juros na montanha russa e deixar rolar. Irresponsavelmente.
Semana que vem vamos de novo destruir o muro que duramente erigimos.
Crescer assim biologicamente é impossível. Dá terra e tira a água.
Gostaria de um dia ser chamado para uma reunião dessas do COPOM/BC com uma calculadora, daquelas que ganhamos de brinde comprando doces, e ensinar alguns princípios matemáticos dos nossos ancestrais para essa molecadinha que adora empinar a pipa dos juros, acenando com única solução para darmos um tapa na cara da inflação.
Quem tem medo do lobo mau? O BC tem e o COPOM fica petrificado e horrorizado de permitir ao Brasil crescer nem que seja um pouco só.
Com isso esses facínoras econômicos vão colocando pesos de chumbo em nossos pés impedindo de irmos adiante com a conivência do Ministério da Fazenda, virtualmente um ator menor na brincadeira e sem peso de mandar estancar essa contabilidade da sexta-feira treze.
Que pena. Sonhei em dia ver um país coberto de norte a sul com o manto da equidade fiscal e monetária, sob o comando de uma economia feita por visionários e estadistas como foi JK que peitou a inflação e fez o Brasil crescer.
Cinquenta anos em cinco dizia ele. O disco virou a na velha rotação 16 rpm a melodia toca cinco anos em quinhentos do jeito que a marcha está.
Que atraso abominável.
O lobo mau soprou e a casa de palha caiu. Cadê a vovozinha? Pelo menos ela deve ser mais esperta que o BC/COPOM. A história vai contar adiante quem tinha mais razão.
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