JORNAL PENA LIVRE

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

CINTURA FINA























A DEFORMAÇÃO DA BELEZA

Cathie Jung é a mulher com a cintura mais fina do mundo. Pelo menos é o que diz o "Guiness Book", o livro dos recordes, mas parece ser verdade acho eu bastando dar uma olhada bem de perto. O Guiness afirma que é mais ou menos do tamanho de um CD musical a circunferência da moça na cintura.
A sensação que dá, ao ver esta foto, é de que esta mulher pode "quebrar-se em duas" a qualquer momento.
Pior que essa proeza de Jung é saber que isso está virando moda. Neste domingo, dia 02/05/2010, estive em viagem a SP capital e numa das paradas que fiz para respirar e esticar as pernas entrei no posto de gasolina do km 56 da Rodovia Bandeirantes: o posto tem lanchonete, restaurante e tudo o mais. Observei uma garota, que entregava as comandas de plástico na entrada aos clientes para anotar as despesas. Ela estava usando um vestido comprido, mas deu para perceber que sua cintura era tão fina quanto à de Cathie. Senti-me chocado.
E comprovei que realmente a demência chegou à moda para ficar.
A barbaridade da cintura fina não é de ordem natural. É necessária uma intervenção cirúrgica para quebrar e arrancar fora as duas costelas mais inferiores para conseguir o tal efeito, por sinal horroroso e de péssimo mau gosto. Onde está o cérebro de pessoas que se submetem a uma atrocidade dessa para se destacar junto à multidão?
Só pode ser brincadeira.
O Brasil é hoje o país que mais faz cirurgias plásticas no mundo. Tem carnê para pagamento parcelado, consórcio, financiamento direto ao consumidor dado por algumas empresas de crédito para que as pessoas interessadas possam se mutilar como o caso da cintura fina, ou colocar sacos de borracha mole nos seios, bumbum, culotes e vai por ai afora num oceano de possibilidades bem ao estilo de Jason e o homem da serra elétrica. Até os homens aderiram à febre do bisturi. Tem marmanjo colocando traseiro postiço ou peitos inflados para se fazerem passar por halterofilistas.
Onde vamos parar?
Acho que vou criar um selo de autenticidade e um chip corporal para as pessoas. Funcionaria mais ou menos assim: o bebe seria fotografado quando nascesse. A partir dali a cada cirurgia que essa pessoa fosse submetida teria a alteração corporal anotada no chip e uma nova foto seria feita e gravada no dispositivo imediatamente.
Quando fosse chegada a oportunidade de estabelecer um relacionamento interpessoal tipo: namoro, casamento, “ficar”, juntar etc o chip seria inserido num computador para o(a) pretendente observar as alterações cirurgicamente provocadas nele ou nela e comprovar até que ponto os atributos pessoais são verdadeiros.
Tem gente casando ai na praça completamente enganada. Ela namora um cara peitudo, tipo sarado de academia, para perceber mais tarde que é apenas uma “bexiga” cheia de borracha líquida sob a pele. Ou então um pênis de 80 centímetros quando na verdade somente 1 cm lhe pertence de fato. Isso estaria anotado no chip pessoal dele.
As mulheres teriam seus chips controlados mais severamente para evitar danos aos interessados, obviamente por serem mais sujeitas aos encantos da farra do bisturi.
Já imaginou casar-se com uma mulher exuberante tipo violão, seios enormes, pernas torneadas e queimadas de sol, pelinhos dourados nos braços tipo surfista, bumbum numero 900 os devidos apetrechos sexuais no lugar novinhos em folha e depois descobrir que ela não é ela de fato, e sim ele e que tudo foi colocado usando o bisturi?
Perceber que no antigo RG dela registrava o nome do Sr. Valadão da Silva agora Sra. Ursula ou Valeska?
O chip resolveria isso. O cabra não ia se casar enganado.
Nenhuma clínica ou hospital poderia fazer cirurgia plástica em quem quer que fosse sem a apresentação do chip com selo autenticador.
Este(a) pode ser seu(sua) próximo(a) namorado(a), esposo(a), cuidado!
Tem aberrações espalhadas pelo mundo que nos faz lembrar o personagem
Frankenstein acima e seu corpo montado com pedaços de outras pessoas.
Algumas celebridades já fizeram tantas plásticas que ao sorrirem suas pernas se elevam no ar ao mesmo tempo tamanho o esticamento.
Uma certa comediante, recentemente falecida, teve sérias dificuldades para entrar no céu com tantas plásticas que fez. Nem Deus estava reconhecendo quem era. Conseguiu ela entrar no paraíso, mas não sem antes exibir centenas de documentos comprovando ser ela mesma e com sua impressão digital conferida.
Curiosamente as mulheres puxam o coro das deformidades. Seios tamanho GGGX maxi, cinturas do tamanho de moedinhas, bumbuns colossais, bronzeamentos artificiais, lábios inflados, mulheres com 90 anos ou mais com pele de moça de 16 e outras tolices para que? A beleza está na harmonia do corpo e mente.
Nascer com alguma deformação ou tê-la adquirido através de algum acidente e procurar um meio de evita-la é natural e certo.
Agora reconstruir o corpo artificialmente e proclamar isso como beleza deve haver ai no meio alguma deformidade de personalidade ou uma psicopatia séria.
As mulheres, principalmente, esqueceram de perguntar aos homens do que eles gostam. Certamente nenhum vai querer levar para casa um ser picotado em mil pedaços cujos atributos foram todos comprados na loja com prazos de validade e implantados na base do corte de bisturi.
Absurdo. Para se destacar na multidão não é preciso ir tão longe e romper com as costelas ou colocar um balão de 50 quilos de silicone nos lábios. Basta pendurar uma melancia bem grande com luzes fosforescentes coloridas no pescoço e tocar uma buzina de Scania na Av. Paulista. Todos vão ver e pelo menos é ecológico. A suculenta iguaria pode ser devorada e o barulhento equipamento do caminhão reciclado facilmente quando a insanidade passar.

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