JORNAL PENA LIVRE
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
LUTA LIVRE NAS ESCOLAS
Virou moda. Toda escola agora registra sessões de agressões físicas, morais, verbais, humilhações dos alunos motivados por todo tipo de preconceito, discriminação de toda sorte e muito ódio enrustido. O negócio é pandêmico. Espalhou-se como rastro de pólvora tanto em escolas particulares como nas públicas.
Os casos são tantos que a justiça de BH, por exemplo, determinou que um adolescente pagasse uma indenização de pouco mais de R$ 8 mil a outro “bulista”.
Talvez esse papo, que recebe atualmente um nome pomposo importado de bullying deva ser analisado voltando nosso relógio no passado.
No meu tempo de colégio/escola havia muita gozação quando era aluno gordinho, aluno magrinho, aluno narigudo, aluno de cor, pálido, com roupa chique, com roupa mais puída. Tudo era motivo de boas gargalhadas. Eu mesmo tive vários apelidos na minha vida escolar: gordo, rolha de poço, gorducho, bacon gigante e vai por ai afora. Os muito magrinhos tinham apelidos como: palito, magrelo, esqueleto, vara pau, cotonete de gigante e muito mais.
Todo mundo gozava e ninguém esquentava com isso. Todos foram felizes exceto algumas brigas por conta de ciumeiras quando o assunto era as garotas e ou futebol. Canelada era sinal de brigas em campo, geralmente verbais. Não passava disso.
Ninguém morreu ou ficou traumatizado com isso.
Hoje estamos sob o domínio da intolerância. Como nasceu o bullyng? A resposta correta é achada na evolução de própria relação das pessoas, famílias, meio ambiente e como lidamos com momentos violentos.
As famílias modernas estão, sim, deixando de educar seus filhos nos moldes da minha geração ou mais anteriormente ainda. Educação é modelo existente, é exemplo apresentado, é a transmissão dos bons valores familiares e da sociedade que nos cerca. Os pais que lutam pela sobrevivência e pela manutenção do status econômico adquirido não têm mais tempo para essa função primordial da família como um todo.
Deseducam seus filhos oferecendo riquezas materiais como recompensas. Vale aí para todas as classes sociais.
O bullyng não nasceu em ambiente escolar. Esse processo infernal foi levado às escolas pelos próprios alunos e por tabela suas famílias, pais e a coletividade.
O elemento agregador, que também podemos colocar nesse molho, é a violência em si sendo cada vez mais banalizada a pondo de hoje uma pessoa matar a outra por meros tostões.
A vida não tem mais valor. Mata-se a preço de custo.
O bullyng é um fenômeno de uma sociedade que adoeceu no quesito educação familiar continuada. Como um poderoso imã o processo veio, ao longo dos tempos, sendo encorpado pela violência doméstica que começa no isolamento das crianças criadas à deriva, elas próprias absorvendo todo tipo de ato violento da TV, dos infernais play games absolutamente sangrentos, até nos desenhos animados.
Com todo esse farto treinamento e a família não podendo orientar as crianças por falta de interesse ou tempo, a violência é levada nas mochilas dos alunos para dentro das escolas não importando se públicas ou particulares. No que antes era apenas uma gozação como chamar o gordo de rolha de poço e todos riam da coisa toda, hoje é na base da bordoada, surra, facada, tiro, tortura e muito mais.
Qual o remédio para isso? Em curto prazo não há, visto tratar-se de um fenômeno urbano social clássico da atualidade. Ninguém tem mais paciência para resolver nada na diplomacia. Os professores não podem corrigir os alunos sob pena de serem processados pelos pais furiosos que por sua vez lavaram as mãos de criar os filhos como cidadãos urbanos e responsáveis.
A escola também esta amarrada na cadeira podendo pouco contribuir, exceto chamar a polícia em casos mais perigosos, cada vez mais comuns.
As famílias, sobretudo, não colaboram em nada não educando adequadamente seus filhos largados ao léu, mas infernizam a vida das escolas cobrando uma postura que pertence aos pais não ao professor que está lá não para dar educação de berço e sim educação acadêmica aos rebeldes alunos.
A humilhação, frente aos demais colegas, virou febre estudantil e diversão de circo. Toda escola pública ou particular tem um caso para registrar.
O bullying é um fenômeno típico das relações humanas. Agora percebemos mais porque estudamos mais. E lidamos com filhos de pais excessivamente permissivos.
As vítimas geralmente estão fora do padrão existente no subconsciente dos alunos: gordo demais, magro demais, crianças mais tímidas, feias, com algum defeito físico aparente, as menos populares e atualmente aquelas que realmente estudam e tiram notas boas.
Os motivos dos agressores variam: eles podem reproduzir a violência do lar; podem estar numa situação circunstancial de revolta porque os pais estão se separando. Os casos mais graves são os dos meninos (as) com transtorno de conduta. Esses dão problema na escola e em casa. Como exemplo, o aluno paulistano que colocou a pata do cachorro na torradeira e furou depois a mão da professora em aula com um lápis ou uma caneta.
Solução do bullyng: atuação em formato de tripé: família, escola e governo. Cada um colaborando com sua parte fundamental. No seio das famílias: criar a conscientização da educação continuada e com vista aos valores humanos mais caros da honestidade, sinceridade, cordialidade. Aplicar a sagrada penalidade educacional familiar. Colocar de castigo sim senhor que não mata ninguém e umas boas palmadas correcionais sem medo de ser feliz. Nesse caso imita-se a sociedade que deve seguir as leis senão o Estado com seu poder de polícia faz a cobra fumar e há, por conseguinte, as penalidades pecuniárias ou detenção.
Papel do Estado: montar equipes atuantes para divulgar uma nova cultura dentro das escolas com palestras, estudos, gincanas e oferecer às escolas ambientação diferente de um parque de diversão onde o foco é somente o divertimento. Digo isso porque as escolas mais modernas ai com esquema libertário criam uma geração de alunos semi-analfabetos.
Papel da escola: reformular o plano de ensino hoje totalmente voltado para amenidades e irrelevâncias como estudar parapsicologia ou javanês. Parar com essa síndrome do uso indiscriminado dos computadores que está favorecendo o surgimento de uma leva enorme de alunos com cada vez mais problemas de vista, coordenação motora e obesa, pois a maquina favorece a preguiça.
A tecnologia tem que ser suporte tático e não método final de ensino.
Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 26 de maio de 2010. email: lopesmagno@gmail.com
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