JORNAL PENA LIVRE

OBRIGADO PELA VISITA EM MEU BLOG. ESPERO QUE O TEXTO/ARTIGO DE HOJE TENHA SIDO DO SEU AGRADO. QUALQUER MANIFESTAÇÃO DE APOIO OU CRITICA FAÇA ATRAVÉS DO EMAIL

segunda-feira, 16 de agosto de 2010






















QUEM VAI QUERER BACALHAU?

Eleições 2010. Nunca os famosos bordões do velho palhaço, o Chacrinha, estiveram tão em moda e apropriados para o momento.
“Quem não se comunica se trumbica”.
“Eu não vim aqui para esclarecer, eu vim para confundir”.
“Quem vai ganhar o troféu abacaxi?”.
O velho guerreiro era super divertido. Jogava pedaços de bacalhau salgado para a platéia e dava suas sonoras buzinadas para quem desafinava no quadro de calouros em desfile.
O programa inteiro parecia um pandemônio televisivo e um completo improviso. Não era não. Tudo devidamente esquadrinhado no script que Abelardo Barbosa despachava do seu escritório improvisado junto ao palco. O passo das belas dançarinas (chacretes), a hora correta de jogar o peixe, quem já estava predestinado a receber a buzinada pelo andar da carruagem do ensaio dos candidatos a uma bela voz.
Os jurados também eram por Chacrinha selecionados a dedo: Décio Picinini, Aracy de Almeida, Carlos Imperial, Pedro de Lara e seus famosos lírios brancos e a efusiva Elke Maravilha.
Apesar da aparente bagunça o ritmo seguia conforme o papel do velho gorducho.
O processo eleitoral de 2010 é muito parecido com o programa do Chacrinha. Para não levar isso em tom de coletivo, vamos deixar apenas os candidatos à presidência nesta análise.
De todos os debates, aparições, discursos lidos ou de improviso, nenhum deles apresentou até agora algo consistente. Joga-se o bacalhau aqui, ali e acolá, buzinaços ruidosos, e todos gritam que vieram para confundir e não para resolver os problemas reais do Brasil.
Todos batucando dentro do ritmo da firula, do fisiologismo, do cântico da sereia, de bom mesmo só o abacaxi da caravana do Velho Barrigudo.
Marina com seu discurso tipo verde. Imaginando que tudo se resolverá não capinando pastos pelo país soando uma rima desconfortável num discurso absolutamente vazio.
Serra e Dilma estão empatados, não somente nos índices, mas no vácuo absoluto de suas ideias. Dilma fala de educação e assuntos estruturais do Brasil sendo equacionados com meros ajustes técnicos. Serra segue no trem bala logo atrás imitando e tirando o seu da seringa da opinião pública.
Todos os assuntos graves viraram apenas discordâncias amenas e sem sal.
Podia usar um palavreado chulo que o momento exige. Com o perdão de todos, mas os candidatos estão se borrando nas calças de fazer um enfrentamento político, ou como eu gostaria de ter dito um cagaço sem paralelo.
Plínio de Arruda Sampaio aproveita essa deixa e malha a ferro frio e o único que está fazendo algum tipo de política, embora suas sugestões e soluções sejam carnavalescas.
Dilma, de seu lado, enche também a fralda de medo de que os outros apontem os milhões de erros do seu partido enquanto governo. Diz ela que não se faz política olhando pelo retrovisor. Conseqüentemente a pancada no poste será maior por não aprender com erros cometidos, alguns infantis e absurdos que só são observados no espelho histórico que ficou para trás.
Os debates fluem para o pôquer televisivo e todo mundo esconde sua carta.
A banca perde sempre e é esta que nos representa.
A derrocada educacional, a estrutura falida dos impostos pessimamente distribuídos, a questão eterna da segurança e a saúde maltrapilha e doente terminal.
Isso ninguém ainda falou porque nenhum partido sequer admite pensar em resolver a coleção de assuntos espinhentos que a sociedade demanda.
Não tem inteligência em proposta alguma condizente com o nauseabundo desconhecimento de tudo o que o Brasil precisa neste momento. Falta de interesse e de personalidade substabelecendo à sociedade, como um todo, um porvir macabro e com todos nós sendo peças descartáveis de um imenso quebra cabeças.
Voto nulo, voto útil. Quando nos livraremos disso? Votar no menos pior. Arre....
Não me sentirei representado por Serra, Dilma, Marina ou o pitoresco Plínio Sampaio.
De novo a pergunta que não quer calar. Será que um país como esse não consegue produzir mais que essas patéticas figurinhas?
Dilma com seu passado digno de filme de Boris Karloff; Serra esconde um bocejo de uma direita que há muito deveria estar extinta, mas não está. Marina com seu discurso que tudo enxerga pecado e que qualquer situação pode ser resolvida se passarmos a respeitar o chocar dos ovos das águias carecas do Himalaia.
Os nanicos pulando no picadeiro cada um com seus textos inflamados julgando-se os donos da verdade e cuspindo fogo a troco de míseros 1% de votos, se muito.
Na hora H de apertar o botão, quando estiver sozinho na cabine de votação, meu cérebro me cobrará um acerto de contas e que não terei cartão de crédito suficiente para pagar.
Gostaria de que a máquina tivesse mais teclas de opções de voto, a saber:
1. Não voto em safados(as) (plim plim plim);
2. Não voto em fichados (as) na polícia (plim plim plim);
3. Não voto em guerrilheiros (as) e afins (plim plim plim);
4. Não voto em nanico(s) (plim plim plim);
5. Voto no Macaco Tião. (plim plim plim).
Só nos resta chorar imaginando que os próximos anos serão a mesma coisa: saúde na UTI, educação de porão, violência e balas achadas na cabeça de todos, impostos criminosos e uma saudade imensa dos tempos dos militares, pelo menos para botar essa gentinha para correr.

Nenhum comentário:

Postar um comentário