JORNAL PENA LIVRE
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
SÓ PARA INGLES VER
O governo federal, como sempre demonstrando correr atrás da história, quer lançar uma campanha contra as armas tentando diminuir o imenso arsenal de propriedade de particulares para, com isso, baixar os números de assassinatos com armas de fogo e chacinas pelo Brasil afora.
Doce ilusão.
Apenas uma tentativa eleitoreira e de uma cara de pau de dar água na boca dos pica-paus.
O cidadão honesto, pagador de impostos, de conduta ilibada, tentando inutilmente proteger sua família possuindo um revólver, uma pistola. É essa arma que o governo quer eliminar carimbando em sua conduta mais um vexame de completa ignorância do porque de tantas armas e porque tantas pessoas mortas.
Não gosto de colocar frases prontas, mas tapar o sol com uma peneira vagabunda poderia ser dito sem problema algum.
Inépcia, falta de idéias originais, polícias falidas com boa parte jogando no time da corrupção e o envolvimento no gigantesco tráfico de armas que jorra feito cascata em nossas fronteiras.
Quem não cuida do filho este acaba sofrendo ou morrendo.
País que não toma conta de suas fronteiras como cão bravo e seu osso predileto depois não pode sair chorando mortes de cidadãos inocentes, crianças, jovens que tombam diariamente na estupidez das armas de fogo que agora é usada para resolver qualquer pinimba corriqueira.
As facções criminosas devem estar rindo à toa com o paquidérmico Estado tentando estancar o fenômeno que transformou nossas cidades, não importando o tamanho, em verdadeiros açougues em céu aberto.
O crime se abastece de armas em outro lugar. Ele não compra os canhões de Navarone em nenhuma loja nem seus cartuchos de bala. As organizações vão até ali na fronteira nos mercadões que o governo brasileiro deixa que existam e com algum dinheiro no bolso você pode comprar metralhadora Uzi, fuzis de altíssimo calibre tipo AR15, Kalashnikov (AK47), armas antitanque, bombas, granadas normais e de fragmentação. Pode comprar a vista, com cheque pré, cartão de crédito, em dólar e em real.
Um verdadeiro mercado Ver o Peso de armas e munições.
Cadê o governo que não termina com a farra do boi?
A população brasileira igualmente não pode reclamar. Quando do plebiscito para banir as armas os brasileiros escolheram ficar com elas não? Bom, pelo menos as armas que são vendidas em lojas, com porte de uso e tudo mais na forma legal.
O governo atua sempre na forma da reação nunca da ação.
Aliás, cumpre-me ressaltar que o fio da meada do tráfico internacional de armas tem muito a ver com Brasília e muitas conexões terminam por ali.
São muitos casos comprovados e ninguém cumpre pena nenhuma. Muito pelo contrário. Alguns desses quadrilheiros estão em cargos de primeiro e segundo escalões.
Naquele sobrevoo do helicóptero no final do filme Tropa de Elite 2 percebe-se onde os canais do crime se encontram. O filme faz ilações sobre o crime organizado e sobrevoa muitas das grandes cidades conhecidas como se esticando um fio conector e o vôo final termina em Brasília. Porque não?
A TV Bandeirantes em 05 de maio no Jornal da Band, exibiu um editorial nas palavras do excelente jornalista Ricardo Boechat absolutamente contundente em mostrar a verdade dos fatos.
O editorial, em nome do Grupo Bandeirantes de televisão, foi acachapante em informar que o Governo está partindo de uma premissa falsa que é retirar as armas LEGAIS de circulação, através de uma campanha de incentivo, inclusive monetário.
O problema é bem outro.
As balas que disparam e que constituem a terrível estatística de mortes gratuitas vem das armas ILEGAIS, geralmente modernas, potentes, leves e de altíssimo poder de fogo, algumas até com mira telescópica compradas em qualquer mercearia nos arredores das nossas fronteiras secas, principalmente.
Há um mercado delivery em Foz do Iguaçu. Você recebe um catálogo, escolhe o modelo, paga e um “mula” entrega o produto onde quiser dentro ou fora do território nacional.
Este é exatamente o lugar que o Governo deveria concentrar suas forças e não usar recursos escassos para lançar uma campanha de recolherá somente espingardinhas de pressão de matar passarinhos.
O que o governo tem que imitar não são as atitudes de macacos que só fazem estripulias e, sim, comandar uma ação inteligente bloqueando as fronteiras secas ou não, desarmar as quadrilhas cujas conexões começam e terminam no Planalto Central. Além disso, desapropriar as indústrias de armas fechando-as ou trocando sua linha de produtos para brinquedos ou livros talvez.
Para abastecer nossas forças armadas não carece termos fábricas brasileiras em produção, basta apenas comprar no mercado legal internacional que possui armamento para encher um outro planeta.
O saco tem que ser roxo. Atitude inteligente, sem falastrões e sem nos fazer de trouxas.
Não precisamos de fanfarrões travestidos de membros do governo ocupar nossa paciência e nos torrar com essa bobagem de coletar estilingues e revolveres de brinquedo dos homens honrados e cumpridores da lei que possuem uma arma em casa.
O crime organizado é que tem que ser combatido e cortar sua linha de suprimentos e abastecimentos.
É só isso.
O resto é vergonha na cara.
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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 08 de maio de 2011. Email: lopesmagno@gmail.com
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