JORNAL PENA LIVRE

OBRIGADO PELA VISITA EM MEU BLOG. ESPERO QUE O TEXTO/ARTIGO DE HOJE TENHA SIDO DO SEU AGRADO. QUALQUER MANIFESTAÇÃO DE APOIO OU CRITICA FAÇA ATRAVÉS DO EMAIL

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

















REQUERIMENTO DE DEFESA


Sr. Superintendente,


AUTO DE INFRAÇÃO 1B867997-2, VEÍCULO PLACAS ETR 1458 – PIRACICABA
(placas alteradas por motivo de segurança).

Condutor: Magno Almeida Lopes.

Venho por meio deste requerimento solicitar o perdão desta multa ou troca por admoestação pelas razões que se seguem:

· Dirijo automóvel desde 18 anos de idade, portanto a 34 anos e JAMAIS me envolvi em qualquer tipo de acidente pela prudência com que conduzo meus veículos automotores;
· Desde minha primeira habilitação venho notando uma ferocidade terminal do Estado na figura do DER na sanha de arrecadação de multas sob qualquer ótica e utilizando, às vezes, meios ilícitos como esconder unidades de controle (radares) pelas estradas paulistas;
· Não tenho dinheiro para aquisição de um veículo que tenha controle de velocidade, tão comum hoje em dia. Qualquer motorista sabe, mesmo aqueles que dirigem velhas sucatas comumente vistas sem qualquer fiscalização pelas rodovias, que uma simples olhada no retrovisor provoca desvios pequenos na velocidade com que conduzimos os autos: motores mais potentes, combustíveis de alta octanagem e pura e simplesmente uma conversa a bordo com o(s) passageiro(s);
· Não conduzo meu veículo NUNCA em excesso de velocidade e esta passagem neste radar que provocou a multa foi por uma simples alteração momentânea de velocidade sem guardar relação com direção perigosa ou imprudência o resto do percurso;
· Imprudência, sim, o DER me cobrar tanto para ter meu direito respeitado de ir e vir, pedágios caríssimos, IPVA e taxas que restringem nosso poder de compra e como se isso não bastasse, temos que sobreviver com a indústria de multas em série tresloucada para açambarcar mais e mais recursos das nossas famílias;
· A multa vai gerar a retirada de recursos que minha família poderia consumir com comida, diversão ou poupança. A usina de multas que o Sr representa não nos dá nada em troca, a não ser dissabores, a começar pela sugestão que eu cometi infração por livre e espontânea vontade. Há de convir que trafegar a 86 km/h numa zona de 80 km/h de máxima não me transforma num vilão. Vilões são os vários motociclistas que transitam em finais de semana com seus bólidos em velocidades super sônicas na rodovia Bandeirantes, Dutra, Anhanguera e D. Pedro (SP65), ou motoristas em seus carros importados que andam a mais de 200 km/h como sempre vejo. Cadê o efeito comparativo?
· Cumpre-me ressaltar que essa multa a mim aplicada não SERVIRÁ de absolutamente nada em termos educativos, visto meu histórico de condução perfeita e sem riscos aos meus passageiros ou às outras pessoas que interagem comigo nas estradas;
· Sou cumpridor das minhas obrigações de impostos e taxas que nossos governos nos impõem e que na contrapartida recebemos ofensas e mais MULTAS;
· Sou motorista responsável e não consigo enxergar essa multa com justa ou que vá proceder qualquer efeito em minhas conduções futuras, o que venho fazendo já me é suficiente, não ter batido em ninguém e não ter ferido outrem;
· Estou cansado de ver as nulidades vencerem, os corruptos levarem o bolo, a política servindo como encontro de malandros, assassinos e ladrões de toda sorte e ORGÂOS que nos colocam multas injustas pelo histórico comparativo de cada prontuário. Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.
· Há motoristas e motoristas. Os que andam a velocidades extremas que matam e ferem, muitas vezes embriagados, tem perdão na hora de acertarem as montanhas de multas que lhe são cobradas e não pagas. Eles têm a cobertura dos honestos que as pagam assim com eu;
· Estou cansado, Sr. Superintendente, de ver o roubo chegar-me pelo correio em multas dessa natureza antipática, ácida, injusta e implacavelmente desonesta: sequer a fotografia da minha chapa me foi enviada comprovando meu “gravíssimo delito”;
· Sei que o Sr não tem nada com isso e estou usando seu ouvido como descarga das minhas raivas incontidas, mas com razão é atitude de um homem que não deve nada ao Estado ou a qualquer um, que dorme a noite com a consciência tranqüila e os bolsos vazios por atitudes cada vez mais boçais dos órgãos que deveriam nos proteger e ajudar, mas na verdade e na calada da noite cometem seus atos ilícitos. Igualmente em tentar tirar-me mais e mais recursos do meu trabalho e dar em troco uma bela “banana” e a certeza que nada existe para melhorar e sim para piorar nossa situação de cidadão usuário de estradas;
· Sou jornalista e utilizo como minha arma a palavra que não escondo saber que provoca efeitos tais como os assistidos no tempo de Hitler e sua desumana coleção de iniqüidades em atitudes reacionárias e monarquistas. Mais que as armas que mataram milhões, a palavra colocou isso em voga e em uso. A idéia prevaleceu à atitude. Assim como prevalece a atitude do DER, em vez de seu poderio em ações que poderiam auxiliar as estradas, hoje plenos palcos de sanguinários embates de motoristas irresponsáveis, as medidas inteligentes, que não apenas multar, para corrigir e educar motoristas voadores, que NUNCA foi e não será meu caso;
· Mais que a razão, a correção e lisura deste perdão que ora solicito, em caráter de absoluta vergonha e constrangimento pessoal e que me custa muito pedir;
· Caro Superintendente, não se utilize do mesmo critério para PUNIR condutores sacanas, que vivem importunando, ferindo, matando, correndo em velocidades terminais e outros motoristas como eu que buscam a LEI e ORDEM em suas ações individuais;
· Não se furte em analisar por esta ótica. Estarás fazendo ótimo trabalho separando joio e trigo em sua sacola de multas;
· Proponho uma troca. O Sr me perdoa e multa e eu doarei a mesma quantia para uma instituição de caridade com cópia do recebo encaminhada aos seus cuidados;
· Finalmente, observar que é dever do DER não somente colocar placas nas estradas fazendo propaganda enganosa como se fosse guardião do nosso conforto. Muito pelo contrário. Faça-me crer que seu cargo não é apenas para representar um autômato insensível e contumaz em divertir-se tirando dinheiro de gente honesta.
Faça-me acreditar que ainda tem por aí homens probos e dignos daquilo que a que se propõem a fazer dentro do razoável e certo. Quem sabe o perdão desta multa possa criar, sim, um efeito educativo maior e melhor que a quantia que pagaria logrando péssimo uso no final das contas pela destinação do dinheiro nas mãos do Estado ou Órgão que o represente.
Melhor doar para comprar leite para as crianças não?


Cordialmente,



Magno A Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário