JORNAL PENA LIVRE

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

A BESTIALIDADE FUTEBOLÍSTICA

Troca-se um hospital novo por um estádio de futebol usado. Com a palavra Ronaldo o fenômeno!

A máxima de um idiota é aparecer fazendo caretas quando um(a) repórter de TV qualquer faz seu trabalho de rua ou quando alguém grita gol no meio do silêncio de um corredor do hospital e, finalmente, quando fala o cidadão(ã) mais que a boca.
Ronaldo Nazário, ex-jogador de futebol, apelidado agora com justiça, “o fenômeno”, também quis ser o idiota de plantão e o fez com louvor apto a receber troféus de ouro. Sua atuação fora dos gramados tem sido degradante quando se mete a falar do que não entende.
A bola da vez foi criticar severamente quem está nas ruas pedindo mais hospitais para fechar o foco no X da questão.
Disse ele que não se faz copa do mundo com hospitais face às críticas justas da população por conta da quantidade exorbitante de dinheiro público destinado à jogatina da contenda mundial de futebol.
É estádio para cá, é Fonte Nova para lá, Castelão, Mineirão, Maracanã e o escambau.
Estou farto disso, horrorosamente farto e enojado.
Mais farto ainda ver esse sujeito que explodiu com a nossa copa de 2006 expelir vitupérios contra um povo sofrido como o nosso.
Respiro esse ar de futebol até no cafundó do Judas mesmo sem querer.
Ninguém mais fala de outra coisa, TV, revistas, outdoor.
Ronaldo disse a bobagem do ano. Nem precisa Clovis Bornai (ex-carnavalesco várias vezes campão nos desfiles de fantasias do carnaval carioca) concorrer por fora com sua fantasia de Mercúrio esvoaçante ao som da luz de Minerva. Ronaldo é o fenômeno circense do momento.
Milhares de pessoas estão nas ruas protestando que ao invés de bolas novas, gramado tinindo e estádios com almofadas de veludo fosse tudo trocado por bons hospitais, afinal de contas com o final da Copa do Mundo os estádios se silenciarão, enquanto a população em geral seguirá gritando por mais leitos, mais médicos, mais remédios e mais carinho.
Não é o caso de Nazário fenômeno da tolice.
Ele com seus altos rendimentos que o futebol lhe concedeu, até muito mais do que merecia de fato, quando sente dor refugia-se nos magníficos hospitais Albert Einstein ou Sírio Libanês na cidade de São Paulo. Recebe carinho de lindas enfermeiras com seus trajes reluzindo de brancos, médicos usando colônia francesa, pijama de seda, bebidas geladas, TV a cabo, internet, serviço de imprensa e até massagistas.
O resto, oh cara pálida ex-jogador de sinuca, ups futebol, amarga atendimento no chão dos hospitais mesmo, coberto de coco de barata e coliformes fecais, com atendimento de três minutos da consulta médica mal e porcamente oferecida por um doutor de quinta categoria especializado em matar mais rapidamente o doente, isso quando a enfermeira não coloca filé com fritas nas artérias do coitado do cliente do SUS, sistema único de suicídio, pensando ser soro.
O governo alimenta muitos Ronaldos e Pelés em suas enormes tetas governamentais e os incentivam a enaltecer o futebol arte, a gastança desenfreada para erguer templos do futebol que, após a copa, serão colocados no esquecimento e se desintegrarão na péssima conservação que os espera, assim como aconteceu com as instalações dos jogos pan-americanos do Rio de Janeiro. Virou tudo sucata.
Optamos pela bola e não pelo curativo, pela FIFA enchendo bem o saco por aqui e metendo o bedelho até em coisas que estão fora de seu raio de ação, ao invés de construirmos mais hospitais dignos que possam atender o povo brasileiro.
Fizemos a escolha pelo gramado, o apito, o som do gol e o hino nacional sendo entoado com ares de lágrimas nos olhos, estas derramadas por quem perdeu um ente querido na porta do hospital sem atendimento, no desespero de conseguir um médico que faltou ao trabalho para jogar bingo.
O Brasil não se faz com grama e bola Sr Ronaldo! Faz-se com homens e livros coisa que você desconhece por completo diante de sua sabedoria de porta de banheiro público de rodoviária.
Sr. Ronaldo dar-lhe-ei agora um conselho. Seja voluntário da Cruz Vermelha e veja como é o sofrimento alheio diante da doença, viaje para países pobres para assistir de perto dor que você não conhece e não entenderia mesmo se a sentisse.
Percorra alguns hospitais públicos e se ofereça para limpar o chão sujo com isso estará ajudando muito ao invés de abrir sua bocarra para escapar atrocidades como essa de defender a bandeira da bola e não da penúria desse povo que te aplaudiu no passado.
Se não for capaz disso cale sua boca que é o que você deveria ter feito seu moleque.
Finalmente e não menos importante...desista de sua carreira de comentarista de futebol na Globo. Um desastre e irritante. Você é óbvio ululante demais e foge das perguntas como gato com medo de água gelada. Seu desempenho me fez mudar de canal nos jogos do Brasil para sintonizar o velho guerreiro, Luciano do Vale speaker da Rede Bandeirantes de Televisão e seus gritos amestrados.
Veja se te emenda cara e consulte alguém antes de falar ou comentar alguma coisa, vai-lhe poupar carraspanas com essa aqui.



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