VERGONHA DE SER BRASILEIRO
Estou me sentindo como repórter de guerra neste momento. A
cobertura que faço na atualidade envolve de A a Z todos os crimes possíveis,
urbanos ou rurais, cobrindo todo o código penal sempre com requintes de
perversidade.
Na guerra real entre dois inimigos ainda há o respeito, quando
um sinaliza bandeira branca o outro recolhe a artilharia.
Na vida urbana não tem bandeira branca que impeça os bandidos de
fazerem tombarem suas vítimas só para assistirem sua queda no chão.
Mata-se hoje para ver se a gravidade está funcionando
corretamente.
O Brasil é neste ponto um cenário de bang bang, uma guerra civil
não declarada onde os cidadãos de bem é que estão pegando com a vida.
De mãos dadas com bombas de alto poder de destruição para roubar
caixas eletrônicos, resgates de presos por facínoras armados como o Rambo,
cenas de sangue e horror a política patrocina igualmente outros tantos crimes
de corrupção que nem vou elencá-los aqui porque uma resma de papel seria
insuficiente.
Vivo a observar o Estado de pernas abertas como uma boa
prostituta a vender sua carne em detrimento de ações rígidas capazes de deter a
guerra armada de ponta a ponta neste país de araque.
O crack virou pandemia social gravíssima.
As cidades são palco de cenas dantescas de gente morrendo como
moscas por conta da droga que vai acabar com a nossa sociedade.
Não tem mais lei.
Acabaram-se as salvaguardas das pessoas de bem.
As pessoas se transformaram rapidamente em detentas dentro de
suas casas filmadas, fotografadas, em carros blindados, com arames farpados,
tela elétrica, caẽs de guarda ferozes como tigres de bengala.
As balas correm pelo céu do Brasil perdidas à procura da próxima
vítima que poderá ser seu vizinho, irmão, patrão ou seus pais.
Quando o povo teve chance de dizer não às armas correu dizer sim
e agora reclama que as armas estão sendo vendidas até em feiras livres.
Devia ter pensado antes em abolir uso e posse de armamentos.
Tarde demais para ficar aborrecido com isso.
O governo acende o pavio da bomba não fazendo seu dever de casa
que seria fechar as fronteiras para armas e drogas que chegam a vontade na cara
das autoridades que, se não toma providências, é porque estão mergulhadas ate o
talo no lucro que esse negócio contabiliza.
Ônibus queimados, baderna nas ruas, os encapuzados livres para
matar e destruir, o noticiário cheio de mortos, esfolados, queimados,
torturados, famílias dizimadas ao sabor do vento.
Sinto imensamente e me penalizo no meu egoísmo macabro.
Digo isso porque estou encarcerado nesse país devido a falta de
recursos para me migrar para outro lugar. Qualquer lugar estaria melhor que o
Brasil, uma ilha remota, uma cidade lá na Cochinchina ou um arbusto na floresta
do Congo.
Qualquer lugar neste momento é melhor que tomar bala perdida,
ser roubado pelo seu governo e virar motivo de chacota porque não assaltei um
banco.
O Brasil já não nos pertence mais. Loteamos o território e o distribuímos
para os homens de preto e gravatas brancas, para os listrados com números no
peito que quer queira ou não são as autoridades do poder constituído, embora
ilegal.
Institucionalizamo-nos com a violência, sangue escorrendo nas
calçadas virou capa de gibi, ninguém mais assusta, nem olha.
Percebe-se a solidão governativa, uma amplidão de gentinha
fétida colocando a mão no que é público para levar para casa.
Nada adianta reclamar. Agora para consertar seria necessária uma
piscina de sangue numa bela revolução armada com a população passando um rolo
compressor, enchendo navios de bandidos rumo ao mares para que virem comida de
peixe.
Também não adianta chorar pelos políticos que temos.
Político não vira ladrão. Ladrão é que vira político.
Quem vota em ladrão tem cem anos de perdão!!!
Então estamos todos perdoados.
É assim que se faz um país de fato. Educação de merda (me
desculpem o palavrão), segurança pública de merda, saúde de merda e um governo
de merda.
E um ponto final: um povo de merda apático e ignorante quanto ao
momento crítico que vivemos.
Viva La France.
Nenhum comentário:
Postar um comentário