ESTADISTAS DE MENOS – crimes demais
Sou
um colecionador fanático de bons filmes, independentemente de sua época ou
origem. Estava rodando os canais da minha TV a cabo procurando algo para
assistir e pude curtir com muito empenho a parte final do filme “13 dias que
abalaram o mundo” (2000 – EUA), com Kevin Costner e Bruce Greenwood,
respectivamente nos papéis de Kenneth
O'Donnell e John Kennedy.
O filme relata a crise dos mísseis de Cuba. Em
outubro de 1962 um avião U-2, que fazia vigilância de rotina, tirou fotos
fotográficas que revelaram que a União Soviética estava em processo de colocar
uma plataforma de lançamento de armas nucleares em Cuba. As armas, apelidadas
de froggs, tinham a capacidade de destruir em minutos a maior parte do leste e
sul dos Estados Unidos quando pudessem ficar operacionais.
A cena final do filme, após uma dura negociação
de Bobby Kennedy (na verdade Robert Kennedy, irmão de John e que era na época
Ministro da Justiça) com o embaixador soviético que pôs fim a crise, retrata
Kenneth O’Donnell olhando pela fresta da porta principal da Casa Branca os dois
irmãos confabulando no jardim com John Kennedy segurando uma bola de futebol
americano.
Logo após os dois irmãos o chamam para a conversa
animada do lado de fora e o filme termina com áudio gravado do próprio
presidente Kennedy terminada a crise dos mísseis enquanto as imagens ficavam
pouco a pouco em preto e branco.
Veio-me à cabeça imediatamente a figura do Monte
Rushmore no estado americano de Dakota do Sul, da verdade uma montanha de pedra
onde estão esculpidos os rostos
de quatro presidentes norte americanos, a saber: George Washington, o primeiro
presidente, Thomas Jefferson,
autor da declaração da independência, Theodore
Roosevelt, que conquistou maior conhecimento e liberdade econômica, e Abraham Lincoln, que lutou pela união
do país durante toda guerra civil.
Na cena final do filme ficava claro que Kenneth
O’Donnell, espécie de conselheiro dos irmãos Kennedy, representava a pessoa no
governo que conseguia enxergar a situação em sua forma completa, tridimensional
e analisava, juntamente com outros membros do staff do presidente Kennedy, as
melhores alternativas.
Kenneth
tinha acesso livre a todo o conglomerado do governo norte americano e podia
livremente circular obtendo as informações para a administração da crise dos
mísseis cubanos e aconselhar os irmãos governantes.
Nesse
momento sozinho em minha sala fiquei tomado por uma inveja incontrolável. É uma
lástima que eu não possua uma máquina do tempo para poder voltar e conviver com
personagens como Churchill, os irmãos Kennedy, Theodore
Roosevelt e quem sabe até Benjamin Franklin, talvez um dos homens mais
inteligentes que o mundo já viu.
A figura de
Kenneth faz uma falta danada, especialmente em governos como os nossos especialistas
em aparecerem em público para dizerem asneiras de toda sorte demonstrando nada
saberem sobre assuntos relevantes do nosso país.
As
próximas eleições estão aí em nossa porta.
Evidente
que aparecerão como candidatos os mesmos fichados na polícia de sempre, pessoas
compromissadas apenas com o crime, as falcatruas, as falácias,
independentemente do partido.
As
quadrilhas organizadas permeiam todas as siglas partidárias brasileiras, embora
alguns partidos como o PT, PSDB e PMDB tenham em seus quadros professores com
doutorado em Harvard na arte da pilantragem.
Não
consigo imaginar uma safra de políticos tão deprimente para um país como o
nosso cansado de ser tão medíocre com tanta magnificência em volta.
Enquanto
Benjamin Franklin, George Washington, Thomas Jefferson, os Kennedy ajudaram a
construir uma nação aqui temos homens de grosso calibre para destruir um povo e
seu vasto território tratando-o como seu quintal ou seu curral.
Que
inveja eu sinto em ver o Monte Rushmore. Imaginem o contrário. Esse monte aqui
no Brasil para esculpir em suas paredes pessoas que fizeram a história do
Brasil. Fora grandes nomes como Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Marechal
Rondon, Oswaldo Cruz alguém imaginaria o monte Rushmore com Jose Genoíno, Lula,
Dilma, Edson Lobão e, quem sabe, uma mulata do Sargentelli?
Cubro-me
com o manto da vergonha de ter experimentado governantes menores, com suas
listas intermináveis de crimes cometidos, fichas policiais de dar volta na
quadra acomodados no poder para usufruí-lo de forma patife e acovardada.
Se
não temos pessoas que prestem para nos governar calculem esculpir seus rostos
como uma homenagem quase perpétua num morro qualquer do Brasil.
Perdemos
gerações na tentativa de fazer isso funcionar direito e pelo visto vamos torrar
mais algumas à frente, agora com uma agravante de sérias consequências: antes o
povo sabia ler e escrever e se interessava pela política como um todo de forma
geral. Hoje a geração que está com poder de voto em sua mão não sabe distinguir
fezes caninas de um estadista de fato e acabam votando em picaretas sujos como
paus de galinheiro.
O
povo desceu as escadarias da cultura política e transcende sua mais ignóbil
ignorância como forma de satisfazer um ego acolchoado na máxima verdade que nos
assiste: para ser lixeiro há necessidade de PHD em Yale ganhando dez tostões e
para ser presidente da República basta um borra botas qualquer metido a
político prometendo o paraíso que nem sabe assinar o nome como já aconteceu.
Maldição
pura.
Não
adianta se esconder. Toda a culpa é fragmentada em casa um de nós.
Está
na hora de uma revolução acontecer em amplo espectro a começar da limpeza ética
que já deveria ter começado em 1.500 no desembarque de D. João VI com toda
sorte de gente maluca e doidos varridos.
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