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sábado, 8 de fevereiro de 2014

ESTADISTAS DE MENOS – crimes demais

Sou um colecionador fanático de bons filmes, independentemente de sua época ou origem. Estava rodando os canais da minha TV a cabo procurando algo para assistir e pude curtir com muito empenho a parte final do filme “13 dias que abalaram o mundo” (2000 – EUA), com Kevin Costner e Bruce Greenwood, respectivamente nos papéis de Kenneth O'Donnell e John Kennedy.
O filme relata a crise dos mísseis de Cuba. Em outubro de 1962 um avião U-2, que fazia vigilância de rotina, tirou fotos fotográficas que revelaram que a União Soviética estava em processo de colocar uma plataforma de lançamento de armas nucleares em Cuba. As armas, apelidadas de froggs, tinham a capacidade de destruir em minutos a maior parte do leste e sul dos Estados Unidos quando pudessem ficar operacionais.
A cena final do filme, após uma dura negociação de Bobby Kennedy (na verdade Robert Kennedy, irmão de John e que era na época Ministro da Justiça) com o embaixador soviético que pôs fim a crise, retrata Kenneth O’Donnell olhando pela fresta da porta principal da Casa Branca os dois irmãos confabulando no jardim com John Kennedy segurando uma bola de futebol americano.
Logo após os dois irmãos o chamam para a conversa animada do lado de fora e o filme termina com áudio gravado do próprio presidente Kennedy terminada a crise dos mísseis enquanto as imagens ficavam pouco a pouco em preto e branco.
Veio-me à cabeça imediatamente a figura do Monte Rushmore no estado americano de Dakota do Sul, da verdade uma montanha de pedra onde estão esculpidos os rostos de quatro presidentes norte americanos, a saber: George Washington, o primeiro presidente, Thomas Jefferson, autor da declaração da independência, Theodore Roosevelt, que conquistou maior conhecimento e liberdade econômica, e Abraham Lincoln, que lutou pela união do país durante toda guerra civil.
Na cena final do filme ficava claro que Kenneth O’Donnell, espécie de conselheiro dos irmãos Kennedy, representava a pessoa no governo que conseguia enxergar a situação em sua forma completa, tridimensional e analisava, juntamente com outros membros do staff do presidente Kennedy, as melhores alternativas.
Kenneth tinha acesso livre a todo o conglomerado do governo norte americano e podia livremente circular obtendo as informações para a administração da crise dos mísseis cubanos e aconselhar os irmãos governantes.
Nesse momento sozinho em minha sala fiquei tomado por uma inveja incontrolável. É uma lástima que eu não possua uma máquina do tempo para poder voltar e conviver com personagens como Churchill, os irmãos Kennedy, Theodore Roosevelt e quem sabe até Benjamin Franklin, talvez um dos homens mais inteligentes que o mundo já viu.
A figura de Kenneth faz uma falta danada, especialmente em governos como os nossos especialistas em aparecerem em público para dizerem asneiras de toda sorte demonstrando nada saberem sobre assuntos relevantes do nosso país.
As próximas eleições estão aí em nossa porta.
Evidente que aparecerão como candidatos os mesmos fichados na polícia de sempre, pessoas compromissadas apenas com o crime, as falcatruas, as falácias, independentemente do partido.
As quadrilhas organizadas permeiam todas as siglas partidárias brasileiras, embora alguns partidos como o PT, PSDB e PMDB tenham em seus quadros professores com doutorado em Harvard na arte da pilantragem.
Não consigo imaginar uma safra de políticos tão deprimente para um país como o nosso cansado de ser tão medíocre com tanta magnificência em volta.
Enquanto Benjamin Franklin, George Washington, Thomas Jefferson, os Kennedy ajudaram a construir uma nação aqui temos homens de grosso calibre para destruir um povo e seu vasto território tratando-o como seu quintal ou seu curral.
Que inveja eu sinto em ver o Monte Rushmore. Imaginem o contrário. Esse monte aqui no Brasil para esculpir em suas paredes pessoas que fizeram a história do Brasil. Fora grandes nomes como Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Marechal Rondon, Oswaldo Cruz alguém imaginaria o monte Rushmore com Jose Genoíno, Lula, Dilma, Edson Lobão e, quem sabe, uma mulata do Sargentelli?
Cubro-me com o manto da vergonha de ter experimentado governantes menores, com suas listas intermináveis de crimes cometidos, fichas policiais de dar volta na quadra acomodados no poder para usufruí-lo de forma patife e acovardada.
Se não temos pessoas que prestem para nos governar calculem esculpir seus rostos como uma homenagem quase perpétua num morro qualquer do Brasil.
Perdemos gerações na tentativa de fazer isso funcionar direito e pelo visto vamos torrar mais algumas à frente, agora com uma agravante de sérias consequências: antes o povo sabia ler e escrever e se interessava pela política como um todo de forma geral. Hoje a geração que está com poder de voto em sua mão não sabe distinguir fezes caninas de um estadista de fato e acabam votando em picaretas sujos como paus de galinheiro.
O povo desceu as escadarias da cultura política e transcende sua mais ignóbil ignorância como forma de satisfazer um ego acolchoado na máxima verdade que nos assiste: para ser lixeiro há necessidade de PHD em Yale ganhando dez tostões e para ser presidente da República basta um borra botas qualquer metido a político prometendo o paraíso que nem sabe assinar o nome como já aconteceu.
Maldição pura.
Não adianta se esconder. Toda a culpa é fragmentada em casa um de nós.
Está na hora de uma revolução acontecer em amplo espectro a começar da limpeza ética que já deveria ter começado em 1.500 no desembarque de D. João VI com toda sorte de gente maluca e doidos varridos.




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