INSALUBRIDADE
Os
debates entre os dois presidenciáveis nas TVs abertas brasileiras foram acompanhados
muito de perto por alguns expectadores mais interessados, especialmente este
que vos escreve.
Algumas
coisas são notórias e constrangedoras para quem assistiu os gladiadores na
arena televisiva e radiofônica pelo Brasil afora, a saber:
·
Os debates foram de baixíssimo nível
intelectual e político;
·
Os debatedores usaram e abusaram de mútuas
acusações que enojou a mim de forma tempestiva;
·
Ambos foram terrivelmente evasivos em suas
reais propostas, nesse aspecto nada consegui extrair de concreto que possa ser
solução definitiva para os problemas extremamente graves que o Brasil possui
hoje;
·
Você é corrupto e fanfarrão, você é corrupta
e mentirosa, foi o que mais ouvi, à exaustão;
·
Os debatedores foram superficiais demais,
irresponsáveis em não abordar, de fato e de direito, como farão o Brasil sair
do imenso buraco onde entrou;
·
Foi igualmente nojento a cara de pau de
ambos mentirem de forma tão meiga e infantil;
·
Pelos podres apontados mutuamente melhor
seria votarmos no bom e querido (falecido) Macaco Tião do zoo do Rio de Janeiro
que em épocas passadas, ainda nas cédulas de papel, recebeu votos a granel;
·
A Petrobrás foi a coqueluche e o mote para
ataques ensurdecedores da rapinagem de alta octanagem como não são as gasolinas
que ela refina, combustível esse de horrorosa qualidade;
·
Dilma e Aécio me deram a impressão que iam
lutar no UFC (Organização mundial que reúne várias lutas marciais combinadas)
ou que iam montar em seus cavalos robustos, cada um empunhando uma lança na
batalha final;
·
Um dos candidatos quer transformar o Brasil
numa alegre Disneylândia e seu opositor fazer o Brasil virar a Suécia em cinco
lances;
·
Vi promessas que seriam um desafio até para
o húngaro Ehrich Weisz, que
ficou conhecido como o grande mágico Harry Houdini com suas fantásticas
escapadas e ilusionismo;
·
Observei os semblantes de Aécio e Dilma e
confesso que estive diante de dois personagens do mundo do faz de conta, que estabelecem
diálogos sem pé nem cabeça como se cada um colocasse em disputa quem seria o
mais patético;
Enfim,
o que foi exibido na TV estava mais para as palhaçadas do Velho Guerreiro,
Chacrinha, que animava, quando eu era pequeno, as tardes de domingo com suas
buzinadas e jogando abacaxis para a plateia.
Quem
foi o melhor nos debates? O povo... que ouviu tanta besteira e que deveria ser
santificado imediatamente pelo Santo Padre, o Papa Francisco, em rito sumário.
Modéstia
às favas, já vi reunião de condomínio muito mais animada e proveitosa com
facções opostas pelo vértice chegarem a um acordo sobre o barulho após as 22
horas, os malditos cachorros que latem até para sobrevoos de moscas, noves fora
aqueles moleques pestinhas e suas macabras gritarias no futebol produzindo
doses cavalares de turpilóquios de suprema adrenalina.
Fazer
o que com o Brasil? Isso não importou a nenhum debatedor. Debateu-se quanto foi
roubado deste ou daquele lugar ou quantas calcinhas e cuecas foram necessárias
para levar a bolada para o subterrâneo dos partidos, verdadeiros conglomerados
de humanoides com intuito de levar o máximo de vantagem.
Aécio
com seu aeroporto dentro da cozinha e Dilma com sua Petrobrás emagrecida por
tanta transfusão de dinheiro surrupiado.
E
chamam isso de democracia.
Democracia
é lição do bem público, onde os interesses da maioria devem se sobrepor aos interesses
da minoria ou de um só.
A
escolha, dizem alguns, será entre pobres e ricos, entre quem recebe bolsa
famílias e os que comem caviar, quem vive na desolação nordestina sustentada
pelos meus impostos ou o sul que concentra gente com mais cultura, o que por si
só não garante um bom eleitor nem um voto de qualidade.
A
democracia brasileira é nova, ainda faz xixi na fralda após o golpe militar de
1964, e para que o povo aprenda direito a escolher quem pode representa-lo na
presidência com sabedoria e alma pública isto está mais para os anos 3.000 e
olhe lá.
Votarei
com meu estomago embrulhado e enojado tomarei antes de apertar e ouvir o
pililim pililim da máquina um vidro inteiro de Engov um outro de Dramin.
Depois
sugiro que cada um compre uma boia de braço para esperar o grande Titanic
afundar com qualquer um que for apenas e tão somente esquentar o traseiro no
Palácio do Planalto e brincar de ser Presidente.
Vamos
torcer para que Deus seja mesmo brasileiro que goste de samba, guaraná e rir da
velha e solene politicagem brasileira.
Quero
meu adicional de insalubridade por ter assistido a esses debates agora mesmo em
dinheiro!
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