JORNAL PENA LIVRE

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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

INSALUBRIDADE
Os debates entre os dois presidenciáveis nas TVs abertas brasileiras foram acompanhados muito de perto por alguns expectadores mais interessados, especialmente este que vos escreve.
Algumas coisas são notórias e constrangedoras para quem assistiu os gladiadores na arena televisiva e radiofônica pelo Brasil afora, a saber:
·        Os debates foram de baixíssimo nível intelectual e político;
·        Os debatedores usaram e abusaram de mútuas acusações que enojou a mim de forma tempestiva;
·        Ambos foram terrivelmente evasivos em suas reais propostas, nesse aspecto nada consegui extrair de concreto que possa ser solução definitiva para os problemas extremamente graves que o Brasil possui hoje;
·        Você é corrupto e fanfarrão, você é corrupta e mentirosa, foi o que mais ouvi, à exaustão;
·        Os debatedores foram superficiais demais, irresponsáveis em não abordar, de fato e de direito, como farão o Brasil sair do imenso buraco onde entrou;
·        Foi igualmente nojento a cara de pau de ambos mentirem de forma tão meiga e infantil;
·        Pelos podres apontados mutuamente melhor seria votarmos no bom e querido (falecido) Macaco Tião do zoo do Rio de Janeiro que em épocas passadas, ainda nas cédulas de papel, recebeu votos a granel;
·        A Petrobrás foi a coqueluche e o mote para ataques ensurdecedores da rapinagem de alta octanagem como não são as gasolinas que ela refina, combustível esse de horrorosa qualidade;
·        Dilma e Aécio me deram a impressão que iam lutar no UFC (Organização mundial que reúne várias lutas marciais combinadas) ou que iam montar em seus cavalos robustos, cada um empunhando uma lança na batalha final;
·        Um dos candidatos quer transformar o Brasil numa alegre Disneylândia e seu opositor fazer o Brasil virar a Suécia em cinco lances;
·        Vi promessas que seriam um desafio até para o húngaro Ehrich Weisz, que ficou conhecido como o grande mágico Harry Houdini com suas fantásticas escapadas e ilusionismo;
·        Observei os semblantes de Aécio e Dilma e confesso que estive diante de dois personagens do mundo do faz de conta, que estabelecem diálogos sem pé nem cabeça como se cada um colocasse em disputa quem seria o mais patético;
Enfim, o que foi exibido na TV estava mais para as palhaçadas do Velho Guerreiro, Chacrinha, que animava, quando eu era pequeno, as tardes de domingo com suas buzinadas e jogando abacaxis para a plateia.
Quem foi o melhor nos debates? O povo... que ouviu tanta besteira e que deveria ser santificado imediatamente pelo Santo Padre, o Papa Francisco, em rito sumário.
Modéstia às favas, já vi reunião de condomínio muito mais animada e proveitosa com facções opostas pelo vértice chegarem a um acordo sobre o barulho após as 22 horas, os malditos cachorros que latem até para sobrevoos de moscas, noves fora aqueles moleques pestinhas e suas macabras gritarias no futebol produzindo doses cavalares de turpilóquios de suprema adrenalina.
Fazer o que com o Brasil? Isso não importou a nenhum debatedor. Debateu-se quanto foi roubado deste ou daquele lugar ou quantas calcinhas e cuecas foram necessárias para levar a bolada para o subterrâneo dos partidos, verdadeiros conglomerados de humanoides com intuito de levar o máximo de vantagem.
Aécio com seu aeroporto dentro da cozinha e Dilma com sua Petrobrás emagrecida por tanta transfusão de dinheiro surrupiado.
E chamam isso de democracia.
Democracia é lição do bem público, onde os interesses da maioria devem se sobrepor aos interesses da minoria ou de um só.
A escolha, dizem alguns, será entre pobres e ricos, entre quem recebe bolsa famílias e os que comem caviar, quem vive na desolação nordestina sustentada pelos meus impostos ou o sul que concentra gente com mais cultura, o que por si só não garante um bom eleitor nem um voto de qualidade.
A democracia brasileira é nova, ainda faz xixi na fralda após o golpe militar de 1964, e para que o povo aprenda direito a escolher quem pode representa-lo na presidência com sabedoria e alma pública isto está mais para os anos 3.000 e olhe lá.
Votarei com meu estomago embrulhado e enojado tomarei antes de apertar e ouvir o pililim pililim da máquina um vidro inteiro de Engov um outro de Dramin.
Depois sugiro que cada um compre uma boia de braço para esperar o grande Titanic afundar com qualquer um que for apenas e tão somente esquentar o traseiro no Palácio do Planalto e brincar de ser Presidente.
Vamos torcer para que Deus seja mesmo brasileiro que goste de samba, guaraná e rir da velha e solene politicagem brasileira.
Quero meu adicional de insalubridade por ter assistido a esses debates agora mesmo em dinheiro!






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