JORNAL PENA LIVRE

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sábado, 26 de setembro de 2009


IMPÉRIO CONTA ATACA

Mais um ano se passa e estamos novamente assistindo uma greve dos bancários. Pelo enésimo ano seguido a queda de braço entre banqueiros e bancários é reflexo de um sistema que não contempla o lado social do negócio. Tanto os bancos públicos como os particulares seguem a mesma ladainha de execrar a classe que sofre muito pelo infortúnio de anos seguidos partir para a luta da greve.
Desde os tempos de Cabral que a industria bancária tem seu lugar no Olimpo custe o que custar ou haja o que houver, em tempos fáceis ou difíceis o governo acolhe esse ramo da economia com mimos e favorecimentos explícitos.
Aqui nestas paragens se pratica lucros obscenos, vergonhosos e cada vez maiores alcançando as estrelas, enquanto os verdadeiros geradores dessas riquezas, os bancários humildes correndo atrás das metas descabelados e com muitas contas para pagar, observam e sentem cada dia seus salários diminuírem, enquanto os patrões esbanjam poder e lucros escatológicos.
A balança sempre pende para o banqueiro e ponto final. É a natureza da coisa. Justiça corre sempre velozmente para o lado de quem tem dinheiro, é a lei da selva tão real quanto a terra girando em torno do sol.
No fritar dos ovos o que há por trás deste sinistro cobertor misterioso sempre foi uma relação absolutamente incestuosa entre governo e industria bancária como um todo.
Um se financia outro se locupleta e assim a roda da fortuna gira a velocidade da luz. Quebrar essa corrente de relacionamento para todos os seres vivos do planeta é impossível.
A coesão das ações perpetradas contra a classe bancária transcende a boa razão e acaba no lamento único de trabalhadores como outros quaisquer sujeitos a horários, metas, cobranças etc. O fator saúde dos bancários caminha rapidamente para uma pandemia de casos e mais casos de efeitos colaterais altamente prejudiciais. As licenças médicas estão em moda. Casos de depressão se tornaram comuns, bem como stress, acidentes vasculares cerebrais, enfartes e vai por aí afora.
Uma atividade tão insalubre nos dias de hoje quanto pegar latas de lixo na rua.
São milhares de pessoas que voltam para casa em frangalhos de tanta pressão psicológica e tomam remédios para dormir, para acordar, para pressão, para enfarte, para viver.
Os charutos cubanos são acesos a cada divulgação de balanços semestrais. São colossais e altamente contaminados com sofrimento de gente como a gente. Na calçada a turbe dos quase famintos funcionários torcendo para cair alguma migalha da festa de nababo.
Este ano, diferentemente dos demais, o grupo dos banqueiros quer ainda alterar o pagamento da PLR para tirar mais lascas dos escravos e retirando dos bolsos destes mais de 1.2 bilhão de reais. Absurdo não fosse cômico.
De outro lado o que oferece afinal de contas um sistema bancário desvirtuado como o nosso em termos macroeconômicos?
Não empresta dinheiro para quem precisa, retira do mercado somas vultosas quase a custo zero dos depósitos à vista e os empresta a juros calamitosos, cobram um verdadeiro descalabro em termos de tarifas cobrando pelo ar que respiramos e nos devolvem, em contrapartida, máquinas e vozes mecânicas num atendimento cada vez mais distante do velho cara a cara.
Agências liofilizadas, aromatizadas, com luzes néon, propagandas onde as maravilhas do mundo são colocadas como promessas, belas paisagens, lindas histórias para tudo terminar em filas onde o gado permanece querendo um segundinho de atenção com preços baratos e não consegue. Alguns clientes só recebem a devida atenção se exibirem calhamaços de dinheiro vivo prometendo comprar tudo nas prateleiras, às vezes, com um lucro tão reduzido em face de uma verdadeira intermediação financeira capaz de render frutos para as duas partes. Essa a verdadeira razão da existência de um sistema bancário. Realizar a multiplicação da moeda favorecendo a economia gerando, desta forma, empregos e renda.
Se aqui essa idéia tivesse sido aplicada desde os tempos de Adão e Eva no paraíso certamente a economia brasileira hoje estaria entre as maiores do mundo girando um sistema que fomenta o crescimento.
No mais os bancários levam a luta ao extremo porque a classe banqueira assim deseja porque não tem coragem de uma negociação adulta nem oferecer o respeito ao trabalho de tanta gente honesta e corajosa.
Sai ano entra ano o consorcio bancário se une para esfolar a classe de baixo e luta para não querer pagar nada e tirar-lhe o pouco que já tem conquistado arduamente.


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