Falar de Internet de alta velocidade no Brasil sem dar boas gargalhadas não é possível.
As empresas que exploram esse serviço são a ponta de um imenso iceberg de falcatruas, enganações e estelionato na área de comunicação brasileira.
Pobre do consumidor que tem que arcar com serviços pobres, lentos, caros e obsoletos.
Esse é o gancho onde quero fixar hoje minhas críticas severas a todo esse sistema que foi aqui construído para nos fazer de palhaços e colocar o Brasil num lamentável e “honroso” 38º lugar mundial da Internet mais ineficiente que possa existir.
Senão vejamos. O padrão da banda larga no Brasil por si só já é uma piadinha de salão na hora de sua definição: é considerada banda larga no Brasil conexões acima de miseráveis 128 kilobits por segundo, ou kbps/s, enquanto que na Europa para ser considerada banda larga tem que estar acima de 256 kbps/s e para a ITU (International Telecommunication Union) acima de 2 megabits por segundo.
Só tem um país com uma Internet pior que a nossa: Chipre. O melhor sistema mundial encontra-se no Japão onde um filme com qualidade dvd e com a média de duas horas de projeção leva míseros 11 minutos para ser baixado da rede mundial. O mesmo filme aqui demoraria mais de três dias para ser baixado.
As tecnologias mais avançadas observadas no Japão utilizam cabos de fibras óticas e aqui no Brasil ainda temos as velhas fiações de cobre com a tecnologia ADSL (linha de assinatura digital assimétrica) que até permite um download mais rapidinho, mas por ser considerada uma tecnologia de mão única de transmissão os uploads, (arquivos que nós transmitimos para outro computador), é mais uma piadinha de papagaio. É como correr na fórmula 1 montado num velocípede de brinquedo.
Não obstante a obsolescência do sistema nacional, seu preço absolutamente descabido endoçado pelo governo que permite a exploração que mais parece um assalto ao trem pagador. O custo de um gigabit por segundo custa aqui colossais US$ 47 dólares enquanto nos EUA não passam dos US$ 15.
A Internet de banda larga no Brasil é arcaica e obsoleta por erros crassos cometidos no passado. O sistema todo foi amalgamado com uma pitada política atendendo interesses escusos e nunca de uma maneira absolutamente técnica que o assunto merecia. Adiciona-se o fato de que as telecomunicações brasileiras sempre foram de competência estatal. Nem precisa dizer que a migração para um patamar mais moderno só poderia desembocar num sistema ruim, propenso a panes ininterruptas, lento, caro e ineficiente.
As empresas que exploram os serviços no Brasil são campeãs nacionais em reclamação no Procon, não atendem a demanda, são vorazes para cobrar serviços não prestados ou abaixo dos contratados pelos clientes, blackouts constantes, não cobrem boa parte do território nacional e ainda por cima sabotam por ação de cartel a modernização do sistema, pois o status atual lhes permite auferir mais lucros.
O que o governo não realiza nunca é a importância de se investir na infra-estrutura da internet e que não poder ser deixada de lado.
A capacidade de um país oferecer ligações velozes com a rede se transforma num fator chave para produtividade em geral. Poderia dizer que seria tão importante quanto um novo porto ou aeroporto.
Cada vez mais e mais riquezas percorrem a rede mundial e o Brasil hoje já perdeu o bonde para a tecnologia de 2012 que se avizinha com a possibilidade de exibição de vídeo conferências em alta definição, o manuseio de sistemas completos de automação em residências e as redes sociais repletas de filmes e fotos. Somente o Japão está preparado para tanto.
Pior que isso. A atual fase da internet, como um todo e seu presente conteúdo, já se encontra em sérias dificuldades técnicas para uma conexão rápida e segura em terras brazucas.
Em 2000 o governo alardeou para todo mundo que estava sendo elaborado um sistema novo utilizando fibra ótica que teria capacidade de ser 77 vezes mais veloz do que hoje.
Ficou no papel e na lembrança. Palavra de político.
A internet, dentro dos próximos anos, adotará por completo, segundo a empresa Google, um sistema chamado computação nas nuvens ou em inglês “cloud computing”. Neste futuro as pessoas não precisarão instalar mais softwares. Tudo girará em torno da internet, que será uma plataforma completa de aplicações, aliás está sendo corrigindo o tempo verbal. O Google acredita nesta idéia e o Gmail e o Google Docs são alguns exemplos.
Se essa idéia não fosse assim tão revolucionaria porque Bill Gates (Microsoft) teria tentado comprar recentemente a empresa Yahoo senão para catapultar essa idéia?
No caso dessa tecnologia realmente emplacar, como pensa a Google, a rapidez de conexões confiáveis de banda larga serão ainda mais exigidas.
O caos veio para ficar na Internet brasileira. A visão de futuro para o governo, que ainda insiste em segurar as rédeas do sistema atuando no papel de papai sabe tudo, necessita alguém que não guarda compromisso com a política para administrar o que vem por aí.
O Brasil precisa colocar o pé no acelerador agora mesmo. Não dá mais para esperar porque o bonde de 2012 já foi perdido, bem como a oportunidade da nova geração de se comunicar ainda mais rapidamente além da geração de novos negócios.
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