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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MARMELADA A 300 KM/HR


Bons tempos não voltam mais. Que pena. Acompanho corridas de F1 desde a época dos famosos garagistas e os entusiastas da categoria com seus velhos motores que não eram capazes de gerar nada mais que 160 cavalos vapor.
Grahan Hill, Colim Chapman, Jackie Stuart, Emerson Fittipaldi e outros brilhavam nas pistas com seus bólidos coloridos encantando nossas manhãs de domingo.
Depois vieram José Carlos Pace, Piquet, Senna e muitos outros.
Era um período de forte desenvolvimento daquilo que viria a ser o ápice da tecnologia em termos de automobilismo mundial refletindo, por conseguinte, na performance dos nossos carros de passeio.
Quantas coisas foram incorporadas pelas montadoras que hoje equipam os veículos pelo mundo recebendo, assim, o carimbo autenticador da F1 como um autêntico laboratório que corre a mais de 300 km/h.
Alguma coisa mudou desde as garagens cobertas de graxa e peças espalhadas pelo chão. As salas de UTI extremamente esterilizadas que assistimos hoje nas escuderias, macacões absolutamente impecáveis, capacetes antichama, balaclavas (gorro utilizado pelos pilotos feito de tecido que resiste ao fogo), chão brilhante de limpeza e carros milionários, não é capaz de esconder para debaixo do tapete as falcatruas cometidas dentro dos campeonatos e as fraudes perpetradas por homens chave deste tipo de show.
Quem não se lembra das baixarias com o favorecimento a Schumaker na equipe Ferrari prejudicando seriamente o brasileiro Barrichelo?
Ou então os escândalos que me impressiona também. Como a do presidente da FIA, Max Mosley gostar de transar com mulheres sendo chicoteado, mordido e espancado por elas.
Atitude mais que sadomasoquista.
No rico cenário da briga das montadoras vale tudo para conseguir emplacar carros mais rápidos e conquistar o título individualmente e por equipe. Dentro desse jogo de interesses muitas escuderias lançaram mão de mecanismos de fraudes a céu aberto manipulando resultados, forçando a barra para este ou aquele piloto ser o favorito dentro da equipe como fazia a Ferrari, alterando a engenharia do carro em confronto com o regulamento, jogando sujo na pista e conquistando a cada dia um ódio dos verdadeiros amantes do show veloz como eu.
Nos tempos da Ferrari de Schumaker e seu companheiro de equipe Barrichello havia até a provocação da mídia com um novo símbolo que traduzia perfeitamente como era o funcionamento da equipe naquele momento. Schumaker carregando uma taça cheia de doce de marmelo sendo cortado por Barrichelo.
A marmelada comida por Barrichello alegremente traduzia claramente que esse prato era a sobremesa predileta servida após as corridas.
Durante a transmissão do Grande Prêmio de Spa, na Bélgica, Reginaldo Leme surpreendeu, ao afirmar que Flávio Briatore, chefe da equipe Renault, teria premeditado um acidente de Nelsinho Piquet, na época piloto da escuderia francesa.
Segundo o jornalista, Nelsinho Piquet e Flávio Briatore estão sendo investigados pela FIA, por ocasião de um acidente em que o brasileiro teria se envolvido, em 2008, que propiciou a entrada do “Safety Car” na pista, beneficiando seu companheiro de equipe, Fernando Alonso.
Reginaldo disse ainda que há rumores de que existiriam gravações em que ordens teriam sido transmitidas para que Nelsinho provocasse o acidente, ou a entrada do carro.
Visivelmente incomodado com a informação, Galvão Bueno estrebuchou no ar de forma arrogante com seu companheiro de transmissão Reginaldo Leme e tentou alerta-lo da gravidade desta notícia, e que o responsável por ela poderia arcar criminalmente se não tivesse provas do que estaria falando.
Não bastasse a notícia trazer uma bomba a discussão entre Galvão (com sua costumeira e empertigada arrogância se achando o dono da verdade) e Reginaldo no ar fez com que a Globo mandasse os dois calarem a boca e seguir com a exibição da prova.
Eu conheço esses dois não é de hoje. Reginaldo Leme foi e sempre será um jornalista que tem fontes de informação valiosas dentro do circuito de F1 e mais uma vez calou a boca de Galvão com sua contundente denúncia.
A Renault anunciou as saídas de Flavio Briatore, chefe da equipe, e de Pat Symonds, diretor de engenharia, poucos dias antes da reunião do Conselho Mundial de Esporte a Motor da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Como no circo se costuma dizer que o espetáculo tem que continuar aqui também a máxima se repete. Essa denúncia já foi devidamente comprovada nos exames de telemetria do carro de Piquezinho e pelas mensagens via rádio.
Resta agora a punição, que ao meu ver teria de ser severa a ponto de desestimular futuras falcatruas que estejam querendo colocar em prática por alguma outra escuderia.
Estão querendo aliviar para Nelsinho Piquet por força da pressão do papai tricampeão mundial.
Errado. Ele deu péssimo exemplo e deve ser banido do circuito da F1 bem como Flávio Briatore e seu maucarastismo peculiar e Pat Symonds o trio da safadeza articulada vergonhosamente.
Parabéns Reginaldo Leme. Galvão veja se da próxima vez escuta seu companheiro de trabalho que sabe muito mais do que vc possa imaginar e controle essa sua arrogância de papai sabe tudo.
Perdemos todos nós isso sim que assistimos uma fraude a mais de 300 km/h.

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