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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A FILA DA MORTE - OBESIDADE









A FILA DA MORTE - OBESIDADE




Milhares são os obesos no Brasil que esperam atendimento pelo sistema único de saúde para conseguir fazer a cirurgia de redução de peso.

A sociedade trata o assunto como estético, mas os especialistas consideram a obesidade mórbida uma questão de pandemia mundial, um mal moderno.

O repórter da Record News nesta noite de domingo, dia 01/11/2009, exibiu reportagem longa e abrangente sobre o tema mostrando, inclusive, esquemas sórdidos e inacreditavelmente comuns para furar a fila dos obesos que necessitam cirurgias para redução do estomago.

O governo federal ainda não acordou para o fato de que a obesidade hoje é um mal muito mais sério do que doenças que estão conosco há milhares de anos matando como câncer, doenças do coração e etc.

Os hospitais públicos que são credenciados para a cirurgia são poucos. Por si só essa matemática cria a perspectiva de formação de esquemas alternativos para empurrar a fila para frente. Quem paga tem uma chance. Quem não tem dinheiro morre.

Nu e cru assim mesmo.

O esquema montado no ABC paulista é simples.

A Fundação ABC ligada a Universidade ABC tem um hospital credenciado. O médico chefe da equipe desvia o interessado em furar a fila para uma consulta particular no seu próprio consultório. Lá o cliente recebe a lista de exames para serem realizados antes do procedimento cirúrgico.

Adicionalmente é encaminhado para nutricionistas e psicólogos igualmente inseridos no esquema.

O pagamento de 50% do valor estipulado é então realizado neste momento, ficando o restante para depois da cirurgia em cheques pré-datados. No hospital o fura fila recebe indicação do dia e horário para a operação.

A equipe médica opera o paciente, cujos custos são cobertos pelo Estado fechando o circulo da canalhada médica.

Quem não tem para pagar morre pelo caminho num sofrimento atroz.

O Brasil do esqueminha mais uma vez em ação como em tantos outros casos onde o interesse particular vale mais que o público.

Depois nada adianta reclamar da política suja e criminosa. Tudo no Brasil tem o maldito fura fila, o espertalhão com dinheiro, o pilantra que arma o esquema e o pobre coitado que toma fumo sempre.

Tudo feito a céu aberto sem pudor. A pilha de dinheiro cresce, como no caso deste médico cafajeste, e do outro lado a de cadáveres das vítimas que não podem pagar que morrem pelo caminho da indiferença.

A reportagem denunciou outra barbaridade inacreditável para um país cristão como o nosso.

Pacientes gordas grávidas que são encaminhadas para hospitais públicos são deixadas de lado à sua própria sorte. Os médicos consideram esse tipo de tratamento complicado, caro e de risco alto. As grávidas não recebem cuidados e são deixadas de lado. Fica sendo assistida somente pela sorte e pela providência divina.

Em São Leopoldo (RS) um médico acusado de matar cinco pessoas é o atual vice-prefeito e ficou tudo por isso mesmo. Ninguém punido.

A repórter, que fez a matéria ao vivo, recebeu ameaças na tv enquanto fazia uma entrevista com um dos pilantras da secretaria de saúde municipal. Audácia completa.

Na cidade ninguém quer falar sobre o caso como se o médico assassino fosse uma espécie da capo da máfia siciliana. Se falar morre. Menos aqui neste espaço livre para elogiar e também meter o pau se necessário o for.

Deitado eternamente em seu berço de ouro o Estado vira as costas para tudo isso.

Sindicâncias são abertas para encher de fumaça os casos mais gritantes. Tudo acaba mesmo na pizzaria da esquina com direito a um pedaço extra da iguaria.

O médico, digo gangster, de São Leopoldo não foi encontrado. Estava “viajando” como sempre. Na volta da viagem retomará seu esquema de morte e ponto final. Ninguém dá a mínima porque as vítimas pertencem à classe dos quatro “P”, pobre, preto, pardo, prostituta.

A reportagem mostrou a família das cinco vítimas. Nunca vi tamanho sofrimento, penúria e descaso.

Como pode um médico ser tão temido numa cidade com pouco mais de 200 mil habitantes onde impera a lei do silêncio?

Brasileiro leva porrada e se cala, é roubado e ainda faz piadinha, morre nas filas deste cancro malcheiroso que é nosso sistema único de saúde, capaz apenas de incentivar armação de esquemas onde médicos ganham com a desgraça dos outros.

Cadê a polícia e a justiça para fritar esses assassinos e deixa-los apodrecer na cadeia?

A polícia não prende e a justiça não faz nada porque recebe também seu quinhão para deixar rolar. Qual outra explicação seria admissível?

O pagador de impostos subsidia a falcatrua toda e morre esperando ser operado.

Esse médico do ABC, em seu pomposo uniforme branco reluzente, e tantos outros canalhas deveriam ser colocados em aviões de carga e jogados em alto mar com pedras amarradas no pescoço, como fazia o General Galtieri na Argentina quando queria se livrar de personas non gratas e desafetos políticos.

Para casos desta natureza pena de morte seria pouco. Até quando vamos tolerar esse tipo de coisa? Até quando o brasileiro vai ser manso, corno, traído, surrupiado e ainda inventar piadinhas de salão?

São Paulo e outros estados brasileiros devem vir a público, desnudados de suas habituais caras de pau e fazer alguma coisa, nem que seja cavar mais buracos para enterrar as vítimas desse tipo de esquema monstruoso feito nas barbas de todos nós trouxas e coniventes.


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