JORNAL PENA LIVRE
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
2009 VAI DEIXAR SAUDADE?
Escrever sobre uma retrospectiva de 2009, estabelecer uma analise minimamente inteligente sobre os fatos e boatos, criar alguma lição que se possa extrair para uso no futuro, chocar de alguma forma os leitores para perceberem uma realidade totalmente diferente daquela que temos contato é uma tarefa por demais cansativa.
Como legado deste ano que reuniu coisas boas e ruins tenho o dever de colocar a todos, talvez, um formato novo e inédito de pensar para 2010 e, quem sabe, mais no futuro.
Dizer que o Brasil vai mal em algumas coisas é como ficar enxugando gelo na esquina usando conta-gotas. A corrupção chegou a um ponto absolutamente sem volta e configurando uma pandemia de caráter nacional.
Continuamos com as malditas diferenças que nos uni: os pobres, os ricos, os que tem toda uma gama de oportunidades e outros que catam lixo na rua em busca de um pedaço de pão duro para matar a fome.
Aproxima-se o natal. Para mim uma festa meio sem sentido. Celebra-se o nascimento de Cristo que não ocorreu de fato em dezembro. Copia-se um modelo já esgotado de pinheiros com neves num país fenomenalmente quente, papais noéis gordos nos shoppings center distribuindo balas e prometendo encher as meias das crianças fato este acontece somente para quem pode.
Uso e abuso na mesa comendo porco, peru e peixe, frutas secas importadas como se as nossas não fossem as mais lindas e suculentas do mundo, enquanto de lado de fora de cada janela de qualquer pessoa há os que não vão comer nada e cujo maior presente será achar um pedaço de peru ainda em condições de comer no dia seguinte à festança.
Um ano de 2009 jogado fora onde não criamos nada de novo no front. Educação à beira de um ataque de nervos, uma política externa que deixou vergonha por onde passou, Lula recebendo facínoras e gentinha miúda imaginando ser um estadista de poder para solucionar alguma coisa. Fala do papel do Brasil ajudando na crise judaica e os povos da cercania do estado de Israel. Lula tentou ajudar outros países e nao ajudou o Brasil em nada exceto em criar seguidores para sua nova seita religiosa-política favorecendo a criação de uma geração de cidadãos factualmente ignorantes e grotescamente mal criados politicamente transformando em orgia tudo o que diz respeito ao poder publico.
A grande diferença entre os países não está na idade de cada um. Países com história bem mais velha que o Brasil são pobres como o Egito ou mesmo a Índia levando-se em contra os contrastes existentes por lá.
De outros lado, países bem mais novos de idade como Austrália, Canadá cada um com menos de 150 anos vão muito bem obrigado.
As diferenças entre países pobres e ricos também não reside na quantidade de recursos naturais e sim o que fazem com eles. O Japão não tem nada em seu solo e é a segunda economia mundial. A Suíça é outro exemplo. Toda montanhosa, cujo solo só é aproveitado alguns meses do ano devido ao frio, não tem e nem planta cacau, mas tem a capacidade de fabricar os melhores chocolates do mundo, ter uma formosa industria leiteira e ser a guardiã de uma vasta quantidade de riquezas.
A intelectualidade não pode ser um fator significativo para explicar a grande diferença entre países pobres e ricos, matematicamente falando este fator é um virtual empate.
Raça, cor da pele, religiosidade não são importantes nesse contexto. Imigrantes rotulados de preguiçosos em seus países de origem dão duro e constroem muitos países europeus.
O que explica, afinal de contas, países praticamente libertados na mesma época como Brasil e os Estados Unidos serem tão diametralmente opostos pelo vértice?
Todo essa questão reside no nível de consciência do seu povo e do seu espírito, a evolução da consciência deve se constituir no objetivo maior do Estado em todo os seus níveis de poder. Bens e serviços são apenas meios.
A educação (para a vida) e a cultura, ao longo dos anos, devem amalgamar consciências coletivas estruturadas nos valores eternos da sociedade – moralidade, espiritualidade e ética.
Comunidades, quando organizadas politicamente (Associações de Moradores, Clubes de Mães, Clubes de idosos, não importa.) tornam-se micro-estados.
As transformações desejadas pela Nação para o Estado Brasileiro serão efetivadas nesses micro-estados, células do organismo nacional. Toda célula é saudável na mesma toada de suas organelas (núcleo, circulo de Krebs e mitocondria). Esta pequena parte do todo esta fragilizada, fragmentada, pensando com o estomago e agindo como robôs pragmaticamente dirigidos por uma política criada para organizar e orquestrar crimes contra todos nós.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria adota um pensamento da prevalência do espírito sobre a matéria. Adotam os seguintes princípios de vida:
1. A ética, como princípio básico.
2. A integridade.
3. A responsabilidade.
4. O respeito às leis e regulamentos.
5. O respeito pelo direito dos demais cidadãos.
6. O amor ao trabalho.
7. O esforço pela poupança e pelo investimento.
8. O desejo de superação.
9. A pontualidade.
A preocupação de todos nós deve ser com a sociedade, a causa, e não apenas com a classe política, o triste efeito. Só assim poderemos transformar o Brasil numa coisa melhor.
Vamos reagir! Reflitamos sobre o que disse Luter King: " O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
A sociedade brasileira deve sair do casulo e se transformar uma bela borboleta colorida, mas isto não vai acontecer enquanto cada um querer levar vantagem em tudo certo?
Para 2010 em diante vamos acordar para o fato de que o todo está estragado. O Brasil carece de ter e criar uma sociedade alternativa como dizia o cantor Raul Seixas, mas não aquela que está consumindo idiossincrasias e colhendo infortúnios.
Uma sociedade onde furar fila seja crime tanto quanto buzinar na frente de um hospital e pisar na grama, atender celular no volante, beber e sair matando pessoas na rua com seus bólidos potentes e turbinados, deixar os filhos destruírem escolas pelo Brasil afora, dar porrada nos professores e matar colegas a tiros e virar as costas para uma mocidade atropelada pela sexualidade banal, do apelo fácil do ficar com esse ou aquele, do celular que toca na hora da aula e dos pais que abandonaram a presente criançada correndo atrás de mais fortuna e dinheiro e pensar em si próprios no exato espaço até onde acaba o bico da bota.
Não importa termos o mais vasto potencial de minério de ferro do planeta se conseguimos exportar somente o pó preto sem nada agregado de valor, nada podemos fazer de prático com o arsenal de craques de futebol, exceto pela diversão e não pela construção de algo que valha a pena e colocar tantos deuses correndo atrás do couro redondo em detrimento de outras riquezas de caráter que precisamos possuir.
Temos o material, mas falta a cultura para usá-los adequadamente. Falta-nos mais vergonha na cara, mais noção do publico e não do privado, mais sentimento de união não somente em torno do torcedor do time verde e amarelo, mais educação e forçar os poderes constituídos a nos tratar como gente e não como cifras que pagam impostos.
Finalmente e não mais importante. Criar uma noção política diferente desta que veio para desfrutar e rir da nossa honestidade. Pensar mais com a massa encefálica e não com a região glútea que fornece páginas e mais páginas de uma cultural obcênica.
As eleições serão ano que vem. Um ponto de partida para eliminar os cancros de sempre que infestam a vida pública e começar pelo cargo maior de nossa sociedade que ficou na mão de uma pessoa incapaz de fazer o máximo por todos nós, mas fez todo o possível para sua matilha e alcatéia deixando a conta para todos nós pagarmos financeiramente e moralmente.
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