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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010





UM PAÍS ADULTERADO

Apontar erros é uma tarefa fácil, dizem alguns. Difícil mesmo é aprender com eles e não repeti-los. O Brasil insiste em cometer os mesmos erros e não aprender com eles, antes de mais nada uma atitude dos estúpidos.
O assunto hoje será a global adulteração naquilo que colocamos nos tanques dos veículos nacionais: álcool, gasolina ou diesel.
A mais nova coqueluche do momento é a fraude no álcool etílico. Centenas de postos estão sendo fechados porque estão abastecendo os veículos com outro tipo de combustível – um álcool chamado METANOL.
O metanol, ou ainda o álcool da madeira, pode ser preparado pela destilação de madeiras, ou pela reação do gás de síntese, vindos de origem fosseis gás natural uma mistura de H2 com CO passando sobre um catalisador metálico a altas temperaturas e
pressões. Ele também pode ser produzido a partir da cana de açúcar. O metanol é venenoso. Causa irritação às membranas das mucosas. Tem efeito tóxico no sistema nervoso, particularmente no nervo óptico. Os sintomas da exposição incluem dor de cabeça, náusea, vômito, cegueira, coma e até a morte se ingerido ou inalado (respirado).
Este produto é especialmente usado na industria em geral e serve como solvente, diluente em certas composições. Como combustível é usado apenas nos monopostos da Formula Indy americana. Este combustível é perigoso ao queimar, pois sua chama não tem cor. Além disso, usado em motores à combustão não preparados causa rompimento dos cilindros danificando definitivamente o motor.
Passamos por um período recente de fraude na gasolina que era vendida sendo misturada com solventes industriais mais baratos com danos irreversíveis às unidades motoras que se utilizavam do preparado.
Os proprietários dos postos insistem na tese de que estão sendo enganados na recepção dos caminhões tanque. Duvidoso. Se alguém for visitar uma refinaria da Petrobrás vai verificar que o refino do óleo cru (petróleo) segue um padrão de craqueamento originando diversos combustíveis: gasolina, querosene, diesel etc. Os produtos são encaminhados, via dutos, às empresas de distribuição só então recebendo os preparados que dão tonalidade azul, vermelha ou amarela e os aditivos que distinguem os diversos tipos de gasolina ou diesel.
Cada distribuidora procede ao transporte até os postos para disponibilizar o combustível nas bombas.
Não precisa estudar em Harvard nem ser gênio da lâmpada para perceber que nessa seqüência há três possibilidades de adulteração interna: nas distribuidoras, no caminhão que transporta os produtos ou no posto da esquina, conseqüentemente três possíveis locais onde a fiscalização pode atuar.
Fico especialmente irritado com a agência nacional do petróleo, ANP, colocando o assunto como se fosse uma ocorrência excepcional. Não é. É pandêmica. Que digam as milhares de oficinas espalhadas pelo Brasil que estão tendo um trabalhão para arrumar tantos carros com motores detonados pela utilização de poções combustíveis diversas.
Uma festa. Adultera-se quase tudo no Brasil. O frasco que não contém a quantidade indicada na embalagem, o peso que é diferente do está na etiqueta, do volume que não é o correto, gasolina, álcool e pasmem até parafina. Isso mesmo parafina. Tem gente comprando velas para combater os apagões de eletricidade que quando são acesas exalam gases tóxicos, porque são na verdade uma mistura macabra de subprodutos de subprodutos do craqueamento do petróleo mais baratos que a parafina original.
A máfia do combustível no Brasil atua desde os tempos de Adão e Eva no paraíso.
A Petrobrás, por ser monopólio no refino não permite a entrada de concorrência. As distribuidoras atuam em cartel determinando preços finais em conjunto prejudicando a todos e os postos onde a falcatrua vai para o tanque.
Assim não dá. Uma fraude ocorrendo em toda essa linha de suprimento é uma catastrófica falha de gestão e fiscalização.
Ultimamente qualquer picareta pode ser um distribuidor de combustível. Nesse sentido tem gente de sobra cometendo crimes seriados. Basta ter um caminhão tanque, um posto aqui e acolá que se proponha a vender o “”bagulho” e pronto está feita a festa onde nem a vela soprada é autêntica.
Bons mesmo são os aumentos no álcool. O governo alterou a proporção na mistura gasolina/álcool e o que aconteceu? Gasolina mais cara. Agora alterou um imposto para baixar o preço na bomba.
Não vai adiantar nada por ser uma questão de mercado. Neste ano o açúcar está com o preço mais vantajoso, logo os usineiros fabricam mais deste produto do que do álcool e ponto final. Ninguém vai mudar isso exceto se o governo subsidiar a fabricação de etanol o que eu duvido muito.
Para levantar quem são as pessoas metidas na fraude é mais que simples demais. Puxe o fio da meada da corrente do fornecimento: posto-->distribuidora-->>usina ou refinaria-->>importadores de metanol venenoso.
Ou está sendo fabricado aqui ou vem importado. Qualquer delegadozinho de polícia consegue pilotar uma investigação dessa ordem. O duro é quando a investigação bater em algum agente importante na cadeia do crime e este seja ligado à polícia, ao cartel dos distribuidores e fabricantes, algum político.
Neste ponto será decretado que a culpa é do consumidor que deveria ser formado em química e levar seu kit para analisar o líquido desconhecido que esta sendo enfiado tanque abaixo direto na bomba do posto de gasolina.
Analisando os produtos que saem das bombas dos postos nacionais quais sejam: diesel, gasolina ou álcool temos que lamentar profundamente por serem os piores derivados de petróleo em termos de qualidade no mundo. Basta comparar um litro de gasolina bazuca com um de gasolina, por exemplo, da Argentina (não precisa ir muito longe) para descobrir que estamos sendo roubados duplamente na cobrança de impostos desavergonhados e levando para casa um produto ordinário que detona motores e faz a alegria das oficinas por todo o Brasil.
E porque essa diferença na qualidade? Para que afinal a Petrobrás ganhe bem mais vendendo porcarias de hidrocarbonetos que inflamam mesmo o bolso de tanto que pagamos caro. Refinaria aqui refina do mesmo jeito que nos EUA. O petróleo refinado é praticamente o mesmo com algumas diferenças minúsculas.
Então porque tanta deficiência em qualidade, senão explicando através de alguém ganhando mais em algum momento da linha de abastecimento/produção? Vergonha.
O governo e as autoridades tem que envidar esforços imediatos para colocar os salafrários falsificadores de combustíveis na cadeia, mas igualmente reservar bons lugares na primeira fila dos presídios para quem cobra tantos impostos e manda refinar produtos de baixíssima qualidade.
Santa paciência. Não me bastassem as falcatruas agora teremos que assistir pessoas morrendo intoxicadas com o venenoso metanol. Coitado dos frentistas serão os primeiros a tombar.

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