JORNAL PENA LIVRE
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terça-feira, 26 de abril de 2011
MERGULHO DA AVESTRUZ
É apenas uma lenda urbana a história de que a avestruz enfia a cabeça no buraco quando está com medo.
Na verdade, a ave encosta de fato sua cabeça no chão com duas finalidades: escutar sons e vibrações do solo que podem indicar a aproximação de algum inimigo e também como uma espécie de camuflagem para de longe se parecer com um arbusto.
No qualquer forma, sendo lenda ou verdade, estou treinando com um grupo de avestruzes altamente capacitados na arte de esconder a cabeça no buraco, ao contrário do possível medo dos amigos emplumados eu o estou fazendo por vergonha.
De uma lista interminável e vorazmente aumentada a cada dia, há centenas de razões para que eu esteja em alto grau de treinamento tentando meter minha cabeça longe dos holofotes.
Aproximam-se dois eventos importantes que colocarão o Brasil no mapa das avestruzes: olimpíadas e copa do mundo.
Quando saíram as primeiras notícias sobre o tema anos atrás eu até fui entusiasta da idéia do Brasil concorrer, imaginei-me sentado no Macaranã assistindo, quem sabe, uma final entre Brasil e Argentina e comendo meu amendoim depois pegar um metrô e voltar para meu hotel.
Do mais entusiasmado dos torcedores para que o Brasil ganhasse as disputas para receber os dois mega eventos esportivos, hoje sou adepto fervoroso que o Brasil abra mão disso e gaste seu dinheiro em outra coisa.
Melhor não correr o risco de um vexame interplanetário que fará com que cada brasileiro carregue a vergonha de ter o país que tem, não de ser brasileiro. Isso são outros dois mil e quinhentos!
Imagine a cena. O apito final determinou o término de uma partida no Morumbi entre os times “A” e “B” quando, de repente, os céus desabam na maior chuvarada dessas que são intensas, mas que duram minutos.
Está feita a festa.
Carros boiando, metrô parado, estações de ônibus vazias e todos tentando chegar em casa, sem sucesso.
Pode repetir a cena para o Maracanã e em outros estádios famosos.
As grandes metrópoles escolhidas pelos soviéticos do PT de Lula e seus micos amestrados demonstram a cada dia não serem capazes nem de receber campeonato inter bairros de truco.
São hospitais caindo aos pedaços, linhas de metrô de menos, cujas estações planejadas para os dois eventos de jogos não serão finalizadas a tempo, alagamento em todas as cidades grandes, violência desmedida no trânsito e aeroportos que servem mesmo para pousos dos mosquitos da dengue e nada mais.
E por falar em dengue....agora estamos no vírus número quatro. Até a copa chegaremos na marca dos duzentos tipos, quem sabe. Duzentos tipos diferentes da doença: hemorrágica, gástrica, que faz tossir, virar do avesso, que faz explodir a barriga, do tipo que faz os olhos saltarem cinco metros adiante, das que fazem a perna ficar curta, a que mata e a que esfola.
Coisa de país pobre. Coitado do nobre Oswaldo Cruz deve estar como pás de ventilador girando em seu túmulo.
O turista vai comprar seu ingresso com direito a uma picada de mosquito da dengue para recordação e podemos até aproveitar e vendermos badulaques com o famoso picador inveterado. Uma espécie de Disney dos trópicos.
O mais terrível nos cenários dos jogos olímpicos e copa do mundo vai ser a hora do torcedor turista precisar se deslocar entre as sedes projetadas.
Se tiver a sorte de achar um avião absurdamente lotado, atrasado com tripulação à beira de um ataque de nervos, ou se preferir de ônibus e curtir a marginal cheia de água. Melhor mesmo o turista nacional ou estrangeiro gastar seu dinheiro passeando lá fora onde tem mais respeito e lugar para urinar em aeroporto grande.
Os paladinos da estupidocracia de aceitar ser sede dos dois badalados eventos devem procurar um buraco para se esconder, aqui mesmo perto de casa tem ruas com buracos centenários que a Prefeitura local não tem dinheiro para arrumar.
Hospitais atendendo pacientes na cozinha ou garagem, policiamento ostensivo nas grandes cidades procurando somente aumentar o faturamento das multas de trânsito ao invés de saírem à caça dos bandidos que tomaram de assalto a todos.
Tenho pena. Muita pena dos coitados que irão peitar essa parada de assistir jogos olímpicos ou futebol da copa.
Serão deles o reino dos céus.
O paquidérmico Estado brasileiro vai ganhar antecipadamente as medalhas de papelão pela vergonha em fazer-nos passar por uma nação de insólitos incompetentes.
Desista Brasil! Agora mesmo.
Vá construir mais hospitais e colocar médicos lá dentro com salário de gente, que tal fechar as nossas fronteiras onde entram até tanques de guerra para alimentar o tráfico das cidades, ou que tal consertar a malha das nossas estradas maltrapilhas e mendigas que tal interromper a primazia do transporte solitário dos automóveis e substitui-los por transportes públicos de qualidade suíça?
Sou a favor do desejo público de parar esse baile louco preparado para locupletação de empreiteiras e a farra do boi da gastança irresponsável que servirá mesmo para colocar milhões de litros de gasolina fresca na corrupção em tempos de construir alguma coisa pública ou de utilidade pública.
Quem viver verá.
Guarde o presente texto num vidro e o acomode num lugar seguro e o abra depois da copa e das olimpíadas. Se o que eu disse aqui se revelar uma tolice eu como meu chapéu com catchup e maionese.
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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 26 de abril de 2011. email: lopesmagno@gmail.com
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