JORNAL PENA LIVRE
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sábado, 28 de janeiro de 2012
STAC DEIXA
STAC DEIXA
Nos idos dos meus tempos de escola saudosos, por sinal, lembro-me perfeitamente de uma brincadeira chamada stac deixa, claro, não sei se a grafia correta é essa, mas isso não importa.
O joguinho era mais ou menos assim: de comum acordo entre “X” alunos os objetos, a partir daquele momento, podiam ser tomados por um dos participantes do mútuo acordo com um simples gesto de bater as mãos em alguma coisa tipo lápis, borracha ou caneta em que alguém se distraísse e ficasse de mãos moles.
Logo concluir que fui vítima de alguns itens do meu estojo de escola, mas também acumulei bons apetrechos durante o tempo que durava a brincadeira.
Isso serve para ilustrar o texto de hoje onde vou tratar sobre o stac deixa que o brasileiro adora brincar sempre que pode e quando ninguém está olhando.
O Rio de Janeiro vive experiências do World Trade Center em NY cujas duas torres tombaram por ação de terroristas de Bin Laden em 2001.
Desta vez o tombamento dos três prédios no Rio não teve a mão de Bin Laden, mas da Prefeitura Municipal do Rio e sua secretaria de obras e fiscalização.
Alías, o Rio é uma cidade sui generis e vou explicar porque.
Conheço aquela metrópole desde os tempos em que nem havia o aterro do Flamengo e alguns bondes ainda circulavam com suas propagandas de cigarro Fulgor (cigarros ovais) e elixir paregórico que exibia uma pessoa comendo um porco inteiro pela boca para mostrar a potência do auxilio do medicamento ao pobre fígado condenado a digerir o famoso quadrúpede.
O Rio sobrevive em meio a muitas máfias, vamos lá algumas que eu me lembro agora de supetão: remoção de entulhos, reciclagem de latinhas de alumínio, barraqueiros de areia, biscoitos de polvilho de praia (há anos só se vende a marca Globo), gelo das barracas de praia, coco verde, flanelinhas, DETRAN, postos de gasolina e construção civil englobando espaços, mão de obra e fiscalização de obras e afins.
O desabamento dos três prédios em 25 de janeiro no centro do Rio de Janeiro atrás do famoso Teatro Municipal é um forte exemplo de como a morte espreita a todos por aquelas bandas.
Certamente alguma coisa de sério rolou dentro do maior prédio de 25 andares como obras fora do padrão, às vezes destruindo colunas de sustentação. Não há como impedir a ação da gravidade quando a coisa fica por conta da teoria de Isaac Newton e sua maça.
O foco do texto começa a ser iluminado neste ponto.
Os escombros, segundo noticiam os jornais de hoje, dia 28 de janeiro de 2012, estão sendo garimpados pelas empresas responsáveis pela remoção de entulhos e os pertences estão sendo surrupiados numa brincadeira de mau gosto do stac deixa. Ninguém viu vamos roubar a valer.
Um dentista que trabalhava no prédio tombado viu uma enorme caixa de Dvds musicais que lhe pertencia a bordo de um dos carros dos bombeiros, esbravejando e com atitude decisiva foi impedido de examinar a caixa mais amiúde e ameaçado por um dos homens por difamação.
Consta que bombeiros não utilizam Dvds musicais para apagar incêndio.
Um dos homens vasculhando os entulhos encontrou uma bolsa de mulher e começou a examina-la em busca de algo de valor, após o que depositou a bolsa no mesmo local onde a pegou anteriormente para dar uma disfarçada.
Vigarista. Se isso fosse um país com P grande já seria sumariamente condenado a passar o resto da vida apodrecendo em algum cubículo infestado de baratas.
Urubu de acidentes – o brasileiro adora incorporar o pássaro preto em suas atitudes duras de se aproveitar da desgraça alheia.
Quantas vezes eu já vi acidentes em rodovias com caminhões carregados de toda sorte de produtos serem saqueados por moradores das imediações.
Aqui em Piracicaba em meados de 1989 um caminhão carregado de cerveja quebrou a ponta do eixo do lado esquerdo na Avenida Independência caindo um engradado de garrafas de vidro no asfalto. O motorista se ausentou alguns minutos para chamar socorro. Quando voltava ao caminhão o saque já estava em andamento. Carga perdida e ele nem sequer aproximou-se da população enraivecida e transfigurada pelo ato numa espécie de sandice coletiva.
Um dos casos mais emblemáticos aconteceu em Santa Catarina. Um caminhão enorme carregando porcos vivos que iriam para o abate se envolveu num acidente com mais dois veículos causando no impacto um incêndio de grandes proporções.
Quem passava pelo local ao invés de ajudar as vítimas agonizando preferiu roubar os porcos alguns bastante chamuscados pelas chamas.
Numa imagem transmitida ao vivo pela TV dezenas de pessoas faziam o mesmo numa cena mais parecida com um enxame de moscas em cadáveres.
O Brasileiro depois corre apontar que o político é ladrão. Curioso ato de apontar outrem como o dedo sujo de cocô.
Abominável a cena do sabujo garimpando pertences no desastre do Rio. Aquilo me transbordou de certeza que a nossa sociedade não tem mesmo jeito e nunca vai ser digna de mais respeito.
Gente normal todos diriam, mas quando a oportunidade aparece se transforma numa besta fera de proporções bíblicas. A anedota vem agora.
A sede de garimpar os restos mortais dos prédios desabados é tamanha que um dos caminhões acabou levando um corpo não identificado por engano no local destino dos entulhos, uma região próxima à zona portuária do Rio - outrora depósitos de fantasias de algumas escolas de samba.
Os garimpos estão sendo feitos por funcionários uniformizados de uma empresa contratada pela Prefeitura do Rio, talvez uma das tantas pessoas jurídicas que fazem parte da máfia do entulho no Rio de Janeiro. Isso mesmo. Lá tem máfia até disso.
Na zona sul uma empresa “A” tem o domínio. Se entrar na zona da empresa “B” cheira a pólvora e cadáver fresco no chão.
O poder público de joelhos frente a essa canalhada que domina o espaço público e agora roubando vítimas que jazem esmagadas diante da empáfia da Prefeitura do Rio que libera, através de sua secretaria de obras, reformas e ou construções em desacordo com qualquer parâmetro mínimo de engenharia mediante pagamento de subornos.
Segundo comenta o dentista Antônio Molinário que perdeu sua caixa de DVds, Cds ou coisa que o valha:
“Não sabemos para onde o entulho está sendo levado. Para a prefeitura, é lixo. Mas, para mim, não. Ali tem fichas de clientes, documentos que não servem para a prefeitura, mas que para mim são muito úteis. Ninguém informa nada, ninguém fala nada”, disse.
É a tragédia moldada com outras tantas pinturas trágicas de uma cidade especialista em explosões de bueiros, restaurantes (caso recente), favelas, muita corrupção e roubo de turistas no desembarque.
Cidade maravilhosa sim, mas doente e infectada por centenas de anos de um poder público nefasto desde o tempo de capital federal.
Pena de morte aos ímpios.
E no final do filme da serra elétrica a Prefeitura do Rio de Janeiro pratica o stac deixa na hora dos trouxas pagarem seus impostos...Bom aí é outra máfia!
Enquanto isso na sala de justiça....(heróis Marvel).
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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 28 de janeiro de 2011. Email: lopesmagno@gmail.com
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