OS HERÓIS NÃO SE ESCONDEM
A menina da foto pode sugerir apenas uma linda e saudável garota entrando
agora na adolescência, cheia de sonhos, alegrias e, quem sabe, imaginando um
dia ser alguém na vida, ter seu próprio sustento, seus filhos, enfim, uma vida
normal.
Tivesse ela nascido na Europa, nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil
bastaria a ela escolher seu caminho e planejar suas ações fazendo a hora e não
esperando acontecer, aproveitando o gancho de uma música famosa.
O nome dela é Malala Yousefzai, uma paquistanesa que virou símbolo de uma
guerra sangrenta contra o maior inimigo do poder da fé islâmica no mundo
inteiro – o talibã ou taliban como preferem alguns.
O talibã é na verdade um movimento fundamentalista islâmico nacionalista
que se espalhou pelo mundo feito vírus mortal a partir do Afeganistão,
sobretudo. Este movimento acabaria por governar o Afeganistão por mais de cinco
anos, a partir de 1996.
Muitos países pelo mundo consideram o Talibã uma facção terrorista. Acho
que é mais que isso.
É uma entidade satânica com um propósito apenas: martirizar seu povo,
sacrificar almas e sonhos, matar vontades e desejos numa carnificina que ora
faz sua infantil vítima.
Malala vinha sustentando uma luta quase inglória mostrando ao mundo,
através de um jornalista inglês que, corajosamente resolveu cobrir sua história
de dor e sofrimento.
Malala tem 14 anos somente. Nasceu e cresceu sob o manto do talibã que,
entre outras coisas, prega a todo custo um rigor religioso extremo, criando na
população paquistanesa e afegã o medo geneticamente inserido pela etnia pachtun
que acabaria dominando o cenário pós-guerra do Afeganistão onde a antiga URSS
levou sua surra “ a La Vietnã”.
Malala estava indo de um ponto A para um ponto B dentro de um ônibus
semana passada quando um miliciano talibã abriu fogo contra a menina inocente
ferindo-a quase mortalmente. Ao saber disso a família real dos Emirados Árabes
Unidos, os Maktum, mandou imediatamente um avião ambulância resgatar a menina e
sua família levados às pressas para a Inglaterra onde a família real árabe tem
fortes conexões.
Malala por ora está salva. Sua recuperação demorará certo tempo, mas
creio que será completa para que ela continue sua luta mesmo que a distância.
A menina mostrava ao mundo as dificuldades de ser uma pessoa do sexo
feminino num regime dominado por bestas feras a mando de forças negras do mal.
A infinita dificuldade de estudar naquele hediondo regime, de trabalhar e de ser
livre.
As mulheres afegãs e paquistanesas são inferiores aos cães. A estes é
dada a misericórdia humana, às mulheres o sabor da chibatada, o horror de ter
que viver ao lado de endemoniados pregando rituais de morte.
O apedrejamento de mulheres por motivos torpes é cena comum naqueles dois
lugares esquecidos por todos os países que tem vergonha na cara e que se dizem
civilizados.
Basta apenas um marido mais aborrecido dizer que a mulher é adultera,
mesmo não sendo, já basta para morrer com milhares de pedradas, morte não
reservada nem para insetos.
Malala mostrou ao mundo a impiedosa destruição das escolas femininas, as
inúmeras fogueiras patrocinadas pelo talibã queimando qualquer livro que não
seja seu ritual satânico.
O mais idiota de tudo isso é pensar que isso é o mundo árabe como uma
espécie de resumo do seu caráter. Nada mais distante da verdade.
Minha esposa e eu já pudemos sentir, num país árabe, recentemente, a
essência daquele povo lutador, inteligente e querendo viver como qualquer outro
povo no mundo desejando a paz e a felicidade deles e de todos os outros.
Árabe não é ensinando a matar como pensam os tolos.
O povo árabe de forma nenhuma pode ser confundido com o talibã, este sim
um grupo assassino que não tem a nada a ver com o caráter árabe em si.
Parabéns a família Maktum que resgatou Malala e a levou para um país onde
será tratada como ser humano digno que é, bem como sua família que igualmente
foi ameaçada de morte logo após o atentado que vitimou Malala.
Se eu já tinha particular admiração pela família real dos Emirados
Árabes, notadamente no emirado de Dubai, agora sou franco em dizer que para
fazer o que a esta família real fez não é somente um ato de coragem, é um ato
de fé. É um ato de acreditar que a saída não está na morte de Malala, mas na
preservação de sua história que ganha um capítulo quase mortal.
Conheço a história do clã Maktum e posso afirmar que em nenhum momento
este clã deixou de crer em valores sagrados da inteligência, da fé, do trabalho
e da coragem de erguer um império onde outrora era um monte de areia,
simplesmente acreditando que dava para fazê-lo.
Senti vivamente nos Emirados Árabes que a essência daquele povo reside na
alegria de viver, apreciar coisas simples como uma xícara de chá com os amigos
em volta e fumar cachimbos com tabacos perfumados.
Em nenhum momento vi qualquer ato hostil, mesmo nas partes baixas da
cidade com mais misturas étnicas, inclusive indianas e iranianas sabidamente
antagônicas.
O risco da família real agora é certo. Comprar uma briga com os doidos do
talibã certamente não faz bem à saúde. De certo uma tentativa de apagar da
memória seu apoio à criação do estado talibã em seu primeiro momento.
Malala pode agora sonhar tranquilamente, vai realizar seu desejo de ser
doutora, de curar o enfermo e de ter orgulho de ser uma paquistanesa de valor.
Que ela nunca se esqueça dos que ficaram para trás, que lute firmemente
para, quem sabe um dia, conclamar o mundo árabe a colocar ponto final na facção
nazista fascista que jamais deveria ter existido.
Finalmente, não vamos esquecer que o talibã nasceu no embalo norte
americano na guerra do Afeganistão quando a Cia e o governo do Tio San armou
milícias talibãs para combater os russos que invadiram aquele país numa
misteriosa operação chamada Ciclone.
O talibã recebeu imensa carga de adrenalina quando virou alternativa de
governo no exato instante em que tomou Cabul na guerra russo-afegã, colocando
uma pá de cal na tentativa de Moscou de dominar a área para apoiar o regime
marxista afegão.
De novo o efeito colateral entre os universos americano e russo colocou
na têmpora de Malala uma bala que quase a matou.
NOS ANOS 80 USEI UMA FRASE NO LAMEIRÃO DO MEU CAMINHÃO - AMERICANOS E RUSSOS O GRANDE CÂNCER DO UNIVERSO-ESTAVA COM A RAZÃO. ESSA MISÉRIA DE TALIBÃ FOI CRIA DOS AMERICANOS PARA COMBATER OUTROS MISERÁVEIS RUSSOS.
ResponderExcluir