DESINTRUSÃO
Pouca gente sabe o que significa essa palavra que é
o ato ou efeito de retirar de imóvel quem dele se apossou sem autorização do
proprietário.
Abraham Lincoln morreu em 15 de abril de 1865 por
um ideal que foi a abolição da escravatura norte-americana bem no meio da
guerra civil yankee que ceifou a vida de mais de 600 mil cidadãos daquele país.
Americanos matando americanos por duas ideias
antagônicas: uma voltada para o cruel mundo da servidão, da escravidão pura e
simples explorando o ser humano em todos os termos possíveis e de outro lado
uma ideia abolicionista para cultivar a cultura do progresso a custa do
trabalho assalariado, livre iniciativa e liberdade.
Evidente que a bala que matou Lincoln foi uma
espécie de despedida de direitos contrariados dos fazendeiros do sul, sudeste e
sudoeste americano que viram sua economia firmada na explorado do ser humano ir
para o vinagre em prol de uma economia de mercado em curso no norte, nordeste e
noroeste daquele território.
Venceu a 13ª emenda da constituição americana que
apagou da história em definitivo a escravatura.
Os direitos à liberdade e à livre
iniciativa custaram ao povo americano um verdadeiro rio de sangue, uma história
escrita com lutas, com mortes e com coragem de defender uma ideia que veio
melhorar as relações humanas e estabelecer conceitos morais e legais perenes
com cláusulas pétreas (aquelas que não podem ser mudadas).
A palavra que abre o texto é referência à
desocupação da terra indígena em Alto Boa vista, no nordeste do Mato Grosso que
supostamente pertenceria a tribo dos índios Xavantes da gleba indígena chamada Marãiwatsédé.
Essa desintrusão foi perpetrada pela Fundação
Nacional do Índio no final do ano passado num ataque severo à nossa
Constituição e uma flagrante aplicação de lei de exceção intolerável em pleno
século XXI.
Da noite para o dia a justiça armou-se de aparatos
bélicos com polícias estadual e federal agindo em conjunto com forças do
exército levando máquinas diversas para executar um funesto trabalho que foi
colocar abaixo tudo o que encontrava pelo caminho: residências, currais,
instalações das fazendas e tudo o que pudesse ser destruído.
As famílias com títulos de propriedades nas mãos há
mais de 20 anos em alguns casos tiveram que deixar tudo para trás em questão de
horas sob a força do fuzil e das máquinas rugindo seus enormes motores.
Pessoas foram surradas pelos trogloditas
governamentais, mulheres grávidas e gente que pega na enxada desde as quatro de
manhã para salvar o leite das crianças. Violência gratuita e divertida aos
olhos do governo e da FUNAI.
A abolição da escravatura brasileira foi promulgada
em 1888 e as questões de terra reaparecem agora como se o Brasil caminhasse
rapidamente rumo a um passado de disputas sangrentas por pedaços de terra ou
com o fraco argumento de realocação de tribos indígenas.
Particularmente estou farto dessa história de índio
querer ocupar a Praça da Sé porque há dez séculos ali vivia uma comunidade X
qualquer.
Na sequência a FUNAI, que no meu país Magnolândia já
estaria extinta, entra na jogada processando o dono da Sé e num ato violento
coloca todo mundo para fora restaurando a propriedade reclamada, mesmo que o
proprietário exiba documentos corroídos pelo tempo mostrando claramente seu
direito àquela propriedade.
O governo Dilma encabeça essa teoria de execução e
término da nossa Carta Magna defendendo interesses, claro, confessáveis apenas
nos confessionários palacianos.
O movimento Sem Terra trabalha para que o país
mergulhe no caos legal que transgride a ordem geral dando guarida a invasores
que deveriam ser tratados como inimigos do Estado de direito.
Aos invasores o direito a terra ou propriedade que é
extraída a força do seu dono legal, num ato de rebeldia e insubordinação como
se aqui ainda estivéssemos assistindo a família Real desembarcar no Brasil com
tudo o que roubou da Península Ibérica, na verdade, fugindo como cabritos
assustados do poder do General Frances Napoleão Bonaparte.
Lincoln deixou sua morte ser o amalgama que curaria
a nação americana do seu exílio escuro durante séculos explorando o ser humano
em toda sua magnitude.
Questões de terra lá foram sabidamente resolvidas ao
sabor da lei e não de grupelhos subordinados aos devaneios palacianos
sabidamente comunistas e venenosos à nossa sociedade.
As tribos de índios americanas foram todas
organizadas em seus devidos territórios sem que o cidadão comum tivesse que
perder sua propriedade ou o exército viesse a destruir todo o que foi elaborado
com anos árduos de trabalho.
O conflito no campo será o próximo passo nessa
guerra que Brasília endossa e assina embaixo numa atitude mais que criminosa.
Fazendeiros mais poderosos se armarão a abrirão fogo
inexoravelmente a qualquer tentativa de invasão como qualquer um faria para
defender seu castelo.
O governo brasileiro com sua atitude de rebeldia usa
os índios como joguete sujo e impróprio a um país dessa idade e tamanho.
Os índios também são vítimas.
Eles não têm organismos armados e tão articulados
quanto os Sem Terra para promoverem uma arruaça legal que utilize a
Constituição brasileira como papel higiênico nem, tampouco, obterem ordens
judiciais ao arrepio da lei e sob o patrocínio sínico do judiciário que se
completa no jogo sujo desse poder.
Quem está na ponta da lança são os fracos, famílias
de sitiantes que cuidam da terra, que plantam, colhem e que são os verdadeiros
donos da terra e propriedade, além de exibirem documentos de fé pública,
autênticos e de indiscutível efeito.
O governador do MT na época (dezembro de 2012)
tentou conversar durante oito vezes consecutivas com a presidente Dilma Roussef
para equalizar informações e, quem sabe, determinar outro rumo para a
desintrusão à força aplicada pelo governo federal utilizando a FUNAI para agir
em seu nome.
Dilma arrumou tempo até para o cabeleireiro menos
para receber o governador.
O poder palaciano está agindo nas costas dos
interesses de todos mais uma vez rasgando e reciclando no lixo todas as páginas
da nossa Constituição cujo papel ficaria melhor fazendo propaganda das casas
Bahia.
Cuidado governo! Isso vai acabar em mortes no campo
e a responsabilidade recairá em cima de vossos ombros!
Finalmente e não menos importante.
Vale lembrar que realocar índios nunca resolveu o
problema.
Se a terra fosse o tema principal vá lá.
Após essas violentas desintrusões os índios são
tratados como indigentes pelo governo e FUNAI como um bando de mendigos de rua
porque não há viva alma inteligente nesse órgão da FUNAI bastante idiota que
consiga imaginar o problema indígena sendo resolvido de outra forma. Fazendo os
índios, por exemplo, aprenderem a utilizar as terras ilegalmente obtidas para
seu cultivo e independência preservando sua cultura.
Caso o Palácio do Planalto não saiba o índice de
suicídios entre os índios já assentados é digno de números de baixas de guerra.
Não há comprometimento em fazê-los evoluir dentro de
seus parâmetros culturais porque a política os transforma em párias sem nome
para manobras de grana e poder.
Os índios são uma população de vagabundos segundo o
governo e assim são tratados.
Esses mesmos vagabundos (sic) berram e obtém suas
terras para depois morrerem de fome e no desespero de verem sua cultura sendo
tratada como apenas um caso pitoresco de pessoas que trocam terra por qualquer
badulaque.
No mesmo bonde a turma dos Sem Terra infesta a nação
no subjugo legal com a cobertura do selo papal palaciano na intenção de
transformar nosso País numa gigantesca Bangladesh e instalar a baderna num
universo obscuro e sem constituição.
Isto está em curso. Isto é fato. A lei está sendo
rasgada.
A sociedade se alimenta de ilusões e deixa escapar
ferramentas de poderiam nos catapultar para um ambiente de prosperidade legal,
econômica sacramentando futuro onde os homens sejam de fato todos iguais e
questões de terra apenas apontadas em livros históricos bem velhos e antiquados.
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