JORNAL PENA LIVRE

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segunda-feira, 6 de maio de 2013



DESINTRUSÃO
Pouca gente sabe o que significa essa palavra que é o ato ou efeito de retirar de imóvel quem dele se apossou sem autorização do proprietário.
Abraham Lincoln morreu em 15 de abril de 1865 por um ideal que foi a abolição da escravatura norte-americana bem no meio da guerra civil yankee que ceifou a vida de mais de 600 mil cidadãos daquele país.
Americanos matando americanos por duas ideias antagônicas: uma voltada para o cruel mundo da servidão, da escravidão pura e simples explorando o ser humano em todos os termos possíveis e de outro lado uma ideia abolicionista para cultivar a cultura do progresso a custa do trabalho assalariado, livre iniciativa e liberdade.
Evidente que a bala que matou Lincoln foi uma espécie de despedida de direitos contrariados dos fazendeiros do sul, sudeste e sudoeste americano que viram sua economia firmada na explorado do ser humano ir para o vinagre em prol de uma economia de mercado em curso no norte, nordeste e noroeste daquele território.
Venceu a 13ª emenda da constituição americana que apagou da história em definitivo a escravatura.
Os direitos à liberdade e à livre iniciativa custaram ao povo americano um verdadeiro rio de sangue, uma história escrita com lutas, com mortes e com coragem de defender uma ideia que veio melhorar as relações humanas e estabelecer conceitos morais e legais perenes com cláusulas pétreas (aquelas que não podem ser mudadas).
A palavra que abre o texto é referência à desocupação da terra indígena em Alto Boa vista, no nordeste do Mato Grosso que supostamente pertenceria a tribo dos índios Xavantes da gleba indígena chamada Marãiwatsédé.
Essa desintrusão foi perpetrada pela Fundação Nacional do Índio no final do ano passado num ataque severo à nossa Constituição e uma flagrante aplicação de lei de exceção intolerável em pleno século XXI.
Da noite para o dia a justiça armou-se de aparatos bélicos com polícias estadual e federal agindo em conjunto com forças do exército levando máquinas diversas para executar um funesto trabalho que foi colocar abaixo tudo o que encontrava pelo caminho: residências, currais, instalações das fazendas e tudo o que pudesse ser destruído.
As famílias com títulos de propriedades nas mãos há mais de 20 anos em alguns casos tiveram que deixar tudo para trás em questão de horas sob a força do fuzil e das máquinas rugindo seus enormes motores.
Pessoas foram surradas pelos trogloditas governamentais, mulheres grávidas e gente que pega na enxada desde as quatro de manhã para salvar o leite das crianças. Violência gratuita e divertida aos olhos do governo e da FUNAI.
A abolição da escravatura brasileira foi promulgada em 1888 e as questões de terra reaparecem agora como se o Brasil caminhasse rapidamente rumo a um passado de disputas sangrentas por pedaços de terra ou com o fraco argumento de realocação de tribos indígenas.
Particularmente estou farto dessa história de índio querer ocupar a Praça da Sé porque há dez séculos ali vivia uma comunidade X qualquer.
Na sequência a FUNAI, que no meu país Magnolândia já estaria extinta, entra na jogada processando o dono da Sé e num ato violento coloca todo mundo para fora restaurando a propriedade reclamada, mesmo que o proprietário exiba documentos corroídos pelo tempo mostrando claramente seu direito àquela propriedade.
O governo Dilma encabeça essa teoria de execução e término da nossa Carta Magna defendendo interesses, claro, confessáveis apenas nos confessionários palacianos.
O movimento Sem Terra trabalha para que o país mergulhe no caos legal que transgride a ordem geral dando guarida a invasores que deveriam ser tratados como inimigos do Estado de direito.
Aos invasores o direito a terra ou propriedade que é extraída a força do seu dono legal, num ato de rebeldia e insubordinação como se aqui ainda estivéssemos assistindo a família Real desembarcar no Brasil com tudo o que roubou da Península Ibérica, na verdade, fugindo como cabritos assustados do poder do General Frances Napoleão Bonaparte.
Lincoln deixou sua morte ser o amalgama que curaria a nação americana do seu exílio escuro durante séculos explorando o ser humano em toda sua magnitude.
Questões de terra lá foram sabidamente resolvidas ao sabor da lei e não de grupelhos subordinados aos devaneios palacianos sabidamente comunistas e venenosos à nossa sociedade.
As tribos de índios americanas foram todas organizadas em seus devidos territórios sem que o cidadão comum tivesse que perder sua propriedade ou o exército viesse a destruir todo o que foi elaborado com anos árduos de trabalho.
O conflito no campo será o próximo passo nessa guerra que Brasília endossa e assina embaixo numa atitude mais que criminosa.
Fazendeiros mais poderosos se armarão a abrirão fogo inexoravelmente a qualquer tentativa de invasão como qualquer um faria para defender seu castelo.
O governo brasileiro com sua atitude de rebeldia usa os índios como joguete sujo e impróprio a um país dessa idade e tamanho.
Os índios também são vítimas.
Eles não têm organismos armados e tão articulados quanto os Sem Terra para promoverem uma arruaça legal que utilize a Constituição brasileira como papel higiênico nem, tampouco, obterem ordens judiciais ao arrepio da lei e sob o patrocínio sínico do judiciário que se completa no jogo sujo desse poder.
Quem está na ponta da lança são os fracos, famílias de sitiantes que cuidam da terra, que plantam, colhem e que são os verdadeiros donos da terra e propriedade, além de exibirem documentos de fé pública, autênticos e de indiscutível efeito.
O governador do MT na época (dezembro de 2012) tentou conversar durante oito vezes consecutivas com a presidente Dilma Roussef para equalizar informações e, quem sabe, determinar outro rumo para a desintrusão à força aplicada pelo governo federal utilizando a FUNAI para agir em seu nome.
Dilma arrumou tempo até para o cabeleireiro menos para receber o governador.
O poder palaciano está agindo nas costas dos interesses de todos mais uma vez rasgando e reciclando no lixo todas as páginas da nossa Constituição cujo papel ficaria melhor fazendo propaganda das casas Bahia.
Cuidado governo! Isso vai acabar em mortes no campo e a responsabilidade recairá em cima de vossos ombros!
Finalmente e não menos importante.
Vale lembrar que realocar índios nunca resolveu o problema.
Se a terra fosse o tema principal vá lá.
Após essas violentas desintrusões os índios são tratados como indigentes pelo governo e FUNAI como um bando de mendigos de rua porque não há viva alma inteligente nesse órgão da FUNAI bastante idiota que consiga imaginar o problema indígena sendo resolvido de outra forma. Fazendo os índios, por exemplo, aprenderem a utilizar as terras ilegalmente obtidas para seu cultivo e independência preservando sua cultura.
Caso o Palácio do Planalto não saiba o índice de suicídios entre os índios já assentados é digno de números de baixas de guerra.
Não há comprometimento em fazê-los evoluir dentro de seus parâmetros culturais porque a política os transforma em párias sem nome para manobras de grana e poder.
Os índios são uma população de vagabundos segundo o governo e assim são tratados.
Esses mesmos vagabundos (sic) berram e obtém suas terras para depois morrerem de fome e no desespero de verem sua cultura sendo tratada como apenas um caso pitoresco de pessoas que trocam terra por qualquer badulaque.
No mesmo bonde a turma dos Sem Terra infesta a nação no subjugo legal com a cobertura do selo papal palaciano na intenção de transformar nosso País numa gigantesca Bangladesh e instalar a baderna num universo obscuro e sem constituição.
Isto está em curso. Isto é fato. A lei está sendo rasgada.
A sociedade se alimenta de ilusões e deixa escapar ferramentas de poderiam nos catapultar para um ambiente de prosperidade legal, econômica sacramentando futuro onde os homens sejam de fato todos iguais e questões de terra apenas apontadas em livros históricos bem velhos e antiquados.











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