OPINIÃO DE UM TÉCNICO DE FUTEBOL AMADOR
Essa é a
bruxa Vassourinha. Além de seu aparato voador e poções mágicas, ela traz em sua
bagagem toneladas de má sorte. Com sua varinha de condão transforma em desgraça
tudo o que toca.
Ela,
entretanto, será dispensada de suas funções nas Copas das Confederações e do Mundo a serem realizadas num futuro
próximo aqui no Brasil.
O destino
da seleção brasileira de futebol já está selado sem a participação da jovem e
simpática senhorinha maligna.
Todo
brasileiro é um técnico predestinado ao sucesso, inclusive eu.
Vassourinha
está bastante chateada ultimamente, por sinal, e vejo isso nos constantes
e-mails que ela remete a mim.
Ela estaria
sendo demitida do seu cargo de trazer azar para tudo por conta da robustez e
eficiência da CBF e seus miquinhos amestrados em atuar nesse papel.
Por mais
que meu sangue possa ser nessa época de jogos futebolísticos verde, amarelo
azul e branco, se bem que nos outros dias ele está mais para azul, vermelho e
branco, nada poderá barrar o fracasso da seleção nas duas contendas.
O papel da
CBF frente à velha senhora bruxa é impecável.
Há uma
necessidade pungente de fazer com que a seleção tome o caminho de casa mais
cedo, desta vez mais fácil porque as duas mega estruturas de competição rolarão
aqui mesmo nos gramados brazucas, bastará, portanto pegar o ônibus/carro e ir
para casa.
O técnico
da seleção brasileira, Felipão, é peça de museu de arqueologia face ao futebol
moderno de correria e boas maquinarias estratégicas de jogo.
Felipão é
de um tempo de futebol de várzea onde um grito valia mais que um bom craque
fazendo gol. Valia e vale ainda a raça pura.
Time
pequeno vai sempre na base do vai ou racha.
Além disso,
o homem é grosso, respondão, desequilibrado e de um humor cadavérico.
Ha tempos
que o futebol brasileiro é indigente e maltrapilho. Porque quer.
Os últimos
resultados do time são piores que os lanterninhas do velho Desafio ao Galo,
espécie de campeonato de futebol amador da cidade de São Paulo que costumava
ser transmitido ao vivo pela Tv Record.
Naquela
competição valia mesmo o delicioso sanduíche de “mortandela” do boteco do seu
Joca que ficava nas imediações.
Se o time
tivesse perdido ou não o lanche estaria esperando com refrigerantes e cervejas
para todos os competidores, essa era a verdadeira festa.
Quando o
time era bom de bola no campeonato do Desafio ao Galo seria capaz de vencer
hoje qualquer seleção por melhor que seja.
Aquilo era
amor ao futebol. Brigava-se de forma hercúlea por uma taça de “deis merréis” e
mais o sanduíche do Joca. Meias furadas, camisetas quase apagadas sob
patrocínio da Cera Parquetina e sabonete Eucalol. Eu mesmo assisti a muitas
partidas de categoria internacional.
O futebol
atualmente é montado com artistas de cinema, capaz da ponto G, celebridades que
andam de Ferrari zero Km, muito zum zum zum da cartolagem infernal da CBF e as
Confederações Estaduais que trabalham para desgraçar qualquer competição.
O futebol
brasileiro da seleção canarinho caiu na desgraça por uma conjunção de fatores:
técnicos obsoletos como Felipão, briga de foice para conseguir patrocínios para
os times e os jogos de bastidores nocivos aos interesses da bola e do gol, uma
imprensa que endeusa Ronaldinhos da vida que são bons em baladas e que deixam o
gol vazio quando se trata de jogo com seleções do nível da Espanha ou Itália.
Desempenho
em campo medíocre, fraco, sem brilho, jogadores interessados apenas no bolão
para comprar outra casa na praia, táticas de campo jurássicas e técnicos
especialistas em retranca. Muito Zé Bonitinho e falta de bola. Blá, blá blá não
faz gol.
Futebol é
bola na rede. Campeão moral é o escambau. Isto é usado por quem perdeu o jogo e
tem a cara de pau de culpar Deus e o resto do mundo pelo fracasso.
A copa das
Confederações será o descarte final do time montado por Felipão que somente a
duras penas conseguiria bons resultados lá nos campos da CMTC (Desafio ao
Galo).
Noves fora
zero no placar, a estrutura para as duas competições não estará pronta.
Tem estádio
que vai abrigar abertura das competições ainda no alicerce.
Os obras do
entorno dos estádios está em estado embrionário e certamente não dará tempo
para acabar mesmo porque são obras públicas sujeitas a assaltos, roubos,
desvios, corrupção ativa e passiva e desvio de verba. Paga mesmo o calendário e
cronograma de andamento das obras que fica no zero a zero.
Vai ter
gente vendo a partida de dentro do Metrô ou num entupimento arterial de tráfego
nas ruas das cidades sede.
Lamentável
que o futebol tenha que passar por isso.
A derrocada
brasileira da saúde, levando olé na segurança pública e tomando chapéu e o
drible da vaca no setor de saúde o último baluarte da brasilianidade vai agora
para o vinagre.
A
ridicularização mundial do país é o fim da picada e vai terminar nesse doloroso
placar, de um lado a vergonha mundial pelo fracasso de uma seleção de futebol e
de outro sei lá quantos milhões de habitantes que deverão vestir seus narizes
de palhaço para ver a banda passar.
Dona
Vassourinha me disse outro diz que aposta cinco quilos de asas de baratas
usadas em suas poções mágicas que o time
brasileiro não passará das quartas de final em ambas as competições.
A seleção
ficará mais uma vez com o título de campeã moral etc e tal.
Depois
disso passado, pegarei minha senha para trocar minha identidade para a
Venezuela, lá pelo menos se joga mais futebol que aqui ou talvez em Zimbabwe.
Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista
free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios
internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro
efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior.
Piracicaba (SP), 16 de maio de 2013. email: lopesmagno@gmail.com
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