JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 18 de junho de 2013

REVOLUÇÃO DOS SENSATOS
Só uma coisa mudaria o Brasil imediatamente. Uma ampla, irrestrita e severa revolução popular com centenas de manifestações para que nosso país saia de um estado medieval de coisas e meio de vida.
Rio de Janeiro, Natal, São Paulo, Curitiba, Belém, Salvador e tantas outras cidades estão convivendo com milhares de pessoas protestando nas ruas, segurando cartazes de revolta e frases de efeito numa clara tentativa de clamar para direitos e deveres que sumariamente são negados aos brasileiros.
A ponta dessa imensa pedra de gelo flutuando no oceano foi o preço das passagens de ônibus urbanos que subiram a escadaria dos valores rumo aos céus com uma qualidade de serviço morro abaixo.
Os recentes aumentos chegaram num patamar de frota suíça com serviço de espírito de porco, as velhas carcaças ambulantes levando o povo entrincheirado e esmagado dentro de lotações fétidas e barulhentas.
Não escapou nada desde taxi até o metrô, passando pelas famigeradas tarifas das passagens aéreas capazes de levar o homem a Marte pelo que se paga no trecho RIO-SP.
O caldo foi engrossando pelo caminho e de simples requisição de preços mais baixos para tarifas urbanas de transportes coletivos o gosto pela revolução e manifestação tomou conta das ruas graças a Deus. Viva as caras pintadas, desde o garotinho até o pessoal da terceira idade. Civismo não tem data para o exercício pleno nem para começar a ter vergonha na cara.
Esse povo galinha toma chibata todo dia no lombo e não acorda nunca.
Quem sabe o galo cantou e tomou o susto que precisava para ganhar as ruas de forma pacífica, sempre claro, e jogar som no trombone.
Não são mais as tarifas que estão nas imensas passeatas como um bom motivo. Isso já foi.
Agora o povo quer saúde, paz, segurança, educação de primeiro mundo, assim como é tratado nossas celebridades deuses do futebol, cujo mundo é riscado de ouro e pedrarias, enquanto o povo jogado nos chãos dos corredores dos hospitais come baratas, hospitais estes que se transformaram em imensos campos de concentração.
Democracia é isso mesmo tem que gritar para conseguir alguma coisa.
O povo tem direito a uma revolta sim senhor apesar de alguns xiitas de partidos alheios aos anseios de todos nós insuflarem badernas para vender perdões e soluções.
As badernas tem, sim, caráter político já as manifestações pacíficas tem caráter cívico e é um dever do cidadão.
O povo está com o saco na lua isso sim. A inflação está de volta. PIB de botequim e uma dívida social impagável.
Os governos estaduais se refugiam como sempre os covardes em belos palácios e o povo manifestando na porta tomando bordoada e bombas de efeito moral.
O governo federal é covarde igualmente e um babão de carteirinha por não perceber o que rola nas ruas nesse momento.
Qual é o motivo de todas essas manifestações?
É, quem sabe, uma nova revolução francesa para acabar com a festa do Mané Chico Doido que se transformou esse país tomado por 600 canalhas que se aglomeram no congresso nacional para jogarem bosta na Geni, o povo brasileiro.
É a revolta pelo fim de uma era de deseducação desenfreada que prima por formar uma massa de ignorantes e mal politizada.
Um apito, um nariz de palhaço que todos temos um, mesmo que fictício, sendo colocado na face, uma bandeira e cartazes contra tudo o que anda por ai e que se transformou no mais completo cenário de normalidade.
A chuva da meteorologia não é mais feita de água, mas de chumbo matando a rodo com crimes cada vez mais ferozes e sem combate algum do estado que molhou as fraldas faz tempo e não tem competência nem coragem para peitar a coisa toda.
Uma revolução para quem sabe consigamos escrever um novo código penal que não dê chupetas nem faça nana nenê na cabeça de bandido não importando a idade.
No meu país Magnolândia qualquer menor de idade iria para a cadeira elétrica. Sim porque fazer-me crer que um moleque sarado de oito anos que já faz clonagem de cartão, entra no computador da NASA é inocente para enfiar uma bala e abrir a cabeça do pai de família só porque não tinha dinheiro na carteira.
Se bem que é um baita engano crasso imaginar que colocar menor na cadeira resolveria o problema de violência urbana. Essa se combate com giz, lousa e professores com salários de cientistas de primeiro mundo este reservado apenas a jogador de futebol e mulheres com nomes de frutas que mostram suas gordurinhas molengas para masturbação pública.
Estou feliz com as manifestações que eclodiram em todo o Brasil.
Vamos aproveitar que temos os holofotes nos campos de futebol nababescamente caros para exibir ao mundo que grama aqui é de primeiríssima qualidade, ingresso VIP de 1.000 reais, jogadores sarados e um povo desgraçado que come esterco todo dia e ainda acha tudo isso um lindo BBB.
Vamos tomar as câmeras de TV das emissoras estrangeiras cobrindo as palhaçadas de jogatina e conseguir apoio lá fora, ingrediente mais que fundamental para conseguirmos fazer correr essa corja e dar umas boas pauladas neles.
Dilma experimentou o gosto amargo de vaias acaloradas na abertura da copa das confederações. Soou como musica. Afinal temos que imaginar que as pessoas que estavam vaiando não são aquelas pertencentes ao grupo que recebe as esmolas travestidas de vale isso e aquilo outro, em troca de não existir uma educação de qualidade capaz de formar cidadãos que no futuro se envergonharão de receber dinheiro do governo ou se acostumar a ponto de não querer mais carpir e ganhar o pão com seu próprio esforço.
Revolução já. Sem quebradeira, sem violência, mas que seja ampla, geral e irrestrita.
E se precisarmos quebrar alguns ovos pelo caminho deixa rolar.
Quem sabe não seria o arremedo de uma guerra da secessão americana sendo a última travada para construímos algo que preste por aqui.









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