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sábado, 3 de maio de 2014


TAM TAM TAM TAM TAM TAM – SAUDOSA MUSICA DA VITÓRIA

Quem nasceu de 1994 para cá não conheceu Ayrton Senna, só ouviu falar do veloz piloto, do homem rápido, de sua aventura a bordo de máquinas possantes e de sua morte trágica numa manhã de domingo na Itália no circuito de Imola.

O acidente aconteceu numa curva veloz daquele circuito chamada Tamburello quando algo deu errado e fez o carro de Ayrton colidir violentamente no muro de proteção.

Minutos após a largada um acidente entre os bólidos de J.J. Lehto e Pedro Lamy fez com que o carro de segurança fosse acionado para dar tempo aos comissários de pista fazer a limpeza e retirar os destroços dos carros que haviam se envolvido naquele acidente. Até aí nada a ver com a batida de Senna, mesmo porque ele havia largado à frente de onde ocorrera o acidente. Ela havia conquistado a pole naquela oportunidade.

Ocorre que um carro de Fórmula Um depende muito da temperatura dos pneus que se esfriam quando o carro de segurança é necessário na pista.

Quando os pneus estão operando em temperaturas de corrida o ar se expande fazendo com que a altura do carro até o chão se altere e o seu centro de gravidade suba um pouco obrigando o piloto a diminuir o ritmo. O sistema acaba se compensando de alguma forma com a aderência dos pneus que aumenta com a temperatura.

Ao contrário, ou seja, o ar esfriando nos pneus, como na volta do acidente, fez com que o carro abaixasse um pouco o seu centro de gravidade. Por hora criaria um efeito solo momentâneo e em retas e aquilo poderia induzir o piloto a pisar mais fundo.

Um efeito colateral nos pneus frios surge com a altura do carro mais baixa. A máquina  fica com seu solo batendo na pista nas pequenas ondulações desequilibrando o conjunto.

Segundos antes de Senna entrar na curva Tamburello, uma curva, alias, sem muito mistério e simples de ser encarada o carro bateu em uma pequena irregularidade menor naquele trecho fazendo com que o carro ficasse por alguns milésimos de segundo flutuando no ar.

Ao encostar as rodas no solo de novo o carro ficou instável fazendo Senna corrigir a postura acionando a barra de direção que veio a romper-se com o esforço. A partir daquele ponto o piloto estaria apenas como espectador de sua própria morte.

Porque diabos a barra de direção, supostamente uma parte do equipamento que deveria ser ultra resistente se partiu?

A equipe Williams havia soldado a barra de direção para aumentar seu tamanho nas oficinas antes da corrida a pedido do próprio Senna que desejava que a barra fosse um pouco mais comprida que o usual.


A solda em si não é o fator determinante. Algumas soldas são muito mais resistentes do que as peças que ela esta unindo.

O problema foi que o procedimento da solda deve ter sido negligenciado em algum ponto.
Senna se soubesse que a barra havia sido soldada de maneira negligente nunca que toparia correr naquelas condições. Ele exigiria a troca por uma peça nova.

O procedimento correto teria sido esse mesmo, a substituição por completo da peça por uma feita em pedaço único de metal, mas a equipe vinha com alguns problemas de caixa a resolveu deliberadamente arriscar a vida do piloto num absurdo mecânico que ceifou a vida do piloto brasileiro.

Ficou tudo na hora do pois, pois. Ninguém foi punido ou responsabilizado que também não resolveria nada e não traria Senna de volta comandando um F1.

Eu que sou fanático de F1 desde os tempos de José Carlos Pace, o Moco, Emerson, François Cevert, Jacky Ickx e Alan Jones assisti do meu sofá pilotos perderem a vida, mas nunca de uma forma tão estúpida quando essa.

Não vamos esquecer que nos treinos de sábado deste mesmo GP um piloto havia morrido, Roland Ratzenberger. Por conta disso talvez a corrida pudesse ter sido adiada ou mesmo cancelada.

A direção de prova, obedecendo ao regulamento se tivesse anunciado a morte de Senna na pista a corrida teria sido cancelada. Nem mesmo foi feito.
A direção de prova preferiu mentir que Senna havia sido recolhido da pista com vida ainda.

Era mais que óbvio que o piloto teve morte praticamente instantânea. Uma das imagens que escapou do controle da FOM (Formule One Management) mostrava claramente Senna no chão cercado por uma poça de sangue. Ali ficava claro que ele já estava sem vida o que foi provado em exames posteriores. Eu tenho essas fotos, mas por respeito a todos os fãs do piloto não as publicarei neste momento por serem chocantes.

O triste mesmo foi o herói que se perdeu.

Senna foi um símbolo positivo num país mergulhado em problemas cruciais que fez o povo brasileiro perder esperança e não acreditar em mais nada.

Senna viveu o auge de sua carreira em um momento em que o Brasil passava por uma espécie de 'crise de autoestima'.

No início dos anos 90, havíamos acabado de nos tornar uma democracia, ainda sofríamos com a hiperinflação e a seleção brasileira não ganhava uma Copa desde os anos 70 - mas ligávamos a TV no domingo e víamos a bandeira brasileira no pódio. (Fonte G1.com).

Senna representava tudo o que desejávamos que desse certo no Brasil. País este sempre assolado por governos patéticos e combalidos de moral e ética tal como hoje. A grande diferença é que economicamente falando o Brasil dos anos 90 era um mendigo falido.
Senna acabou partindo no auge sem ver o declínio de sua carreira que certamente o atingiria como o exemplo de tantos atletas que tombaram no ostracismo.

Ele era portador de uma garra natural e persistência, embora Senna tivesse sofrido muito em sua vida buscando a perfeição nas mínimas coisas que fazia, até uma simples partida de futebol era motivo para ele encarar como uma final de copa do mundo. Ai quem se metesse na frente dele.

Isso plantava no caminho algumas antipatias naturais como ele certamente colheu em seu quintal da obcessão pelo melhor e mais rápido.

Não vamos esquecer que aquela corrida estava amaldiçoada desde o começo. A morte de dois pilotos, acidente com J.J. Lehto e Pedro Lamy que escaparam de sérios problemas e o terrível acidente de Rubinho Barrichello.

Enfim, um momento para recordar de Senna como um homem com todos os defeitos, mas que adorava o papel de patriota custe o que custasse.




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