CHUPA QUE A CANA É
DOCE.
Acabou
a Copa do Mundo para o Brasil. O termo chupa que a cana é doce é do linguajar
piracicabano quando o time da cidade, o famoso XV de Novembro, outrora aplicava
goleadas em seus adversários.
Os
“quinzistas” adoram gritar em voz alta para que os torcedores do outro time sintam
o sabor amargo da derrota.
O
Brasil hoje foi um aluno aplicado em campo. Aprendeu como se joga futebol, como
se monta uma equipe vencedora e como um pouco de vergonha na cara não faz mal a
ninguém assim como uma saborosa canja da galinha.
O
Raio X dessa derrota para a Alemanha é simples. Não terei muita dificuldade em
explicar tim tim por tim tim.
Nada
adianta reunir no campo de batalha milhares de bons soldados, artilharia das
boas, aviões de última geração armados até os dentes se o general for um pateta
que confunde pistola com estola, tipoia com jiboia.
Um
bom general é aquele que faz milagres com o que tem, usa boas táticas para
confundir o inimigo, estabelece roteiros de observação deles para ver como agem
e estuda seus pontos fracos.
O
grande general é capaz de colocar suas peças nos lugares chave e dispõe o seu
exército de forma a derrotar o inimigo mesmo com superioridade em tudo.
A
Segunda Grande Guerra está cheia de generais e comandantes que cumpriram esse
papel de heróis, mesmo estando em flagrante inferioridade de homens e
equipamentos.
O
grande segredo para se vencer uma batalha é treinamento, tática, estratégia,
conhecimento, versatilidade, boa capacidade de adaptação, muita criatividade e
quando este general tem a humildade de ouvir seus soldados mais experientes na
linha de tiro.
A
seleção brasileira de futebol tomou um vareio de bola dos alemães num placar
inédito de Alemanha 7 , Brasil 1, criando desta forma a maior vergonha futebolística
de todos os tempos desde quando se jogou a primeira partida de futebol no
mundo.
O
que a CBF deve fazer neste momento é aproveitar os sete amargos limões alemães
e fazer uma deliciosa limonada gelada.
Algumas
lições podem ser extraídas dessa surra de bola que o Brasil levou, a saber:
·
A Alemanha vem treinando desde o começo
2009, portanto seis anos seguidos. O Brasil conseguiu escalar sua seleção no
último pau de arara não tendo tempo para treinar seriamente;
·
O Brasil não teve tempo de conhecer quaisquer
táticas de jogo porque Felipe Escolari não as conhece. O Brasil não aplicou
estratégias de jogo se adaptando a cada nova partida porque o trio formado por
Murtosa, Escolari e Parreira não tem conhecimento de como isso é feito;
·
Estrela de ninguém ganha jogo na véspera,
muito pelo contrário às vezes atrapalha demais;
·
O Brasil tem que encontrar uma renovação em
técnicos de futebol. Essa geração de profissionais como Escolari, Murtosa e
Parreira já devia estar na fila do INSS tirando sua aposentadoria e pescando há
muito tempo atrás;
·
Reunir jogadores que jogam um bolão em
times no exterior e montar uma seleção às carreiras como fez o Brasil
demonstrou ser um desastre. Não há tempo de entrosamento necessário e jogadores
famosos e estrelas em times de fora trazem na bagagem sistemas organizacionais
de futebol inexistentes por aqui;
·
Exposição na mídia em demasia de técnico e
jogadores causa transtorno tripolar nos jogadores brasileiros fragilizados
emocionalmente porque são oriundos de um país de gente passional;
·
A CBF deveria proibir definitivamente,
durante o período de Copa do Mundo, qualquer jogador ou técnico ficar mais
fazendo propaganda na TV do que trabalhando no campo onde se ganham as
partidas;
A
síndrome dos 7 x 1 traz ainda uma lição mais amarga. O futebol brasileiro
terminou no momento em que a equipe deixa de ser um time para esperar jogadas
milagrosas deste ou daquele jogador como se ele fosse um mágico de qualidade.
Felipe
Escolari escalou o time para a partida da Alemanha como um verdadeiro
irresponsável achando que o time adversário fosse formado por pés de chinelo
que bem sabem que a bola é redonda, colocou gente destra para jogar na esquerda,
deixou menos homens na zaga do que era necessário, não permitiu jogar suas
peças que haviam demonstrado nas ultimas partidas melhores aproveitamentos do
que esses que jogaram hoje.
Os
jogadores não têm culpa não.
O
exército foi colocado no lugar errado, com armamento terrestre para uma
campanha aérea, sem cobertura na retaguarda e sem que ninguém soubesse para
onde o inimigo estava agindo o indo.
Deu
no que deu. Vergonha.
Esses
mesmos jogadores estarão jogando na próxima Copa na Rússia. Alguns não passam
de adolescentes.
O
que deve mudar?
Deve
mudar o técnico e a forma de jogar. Deve mudar o foco. O foco é bola na rede
não tietagem a ponto de sabermos que horas o jogador Alfa ou Beta vai ao
banheiro.
Futebolzinho
como esse não ganha nem do XV de Piracicaba, com todo o respeito ao time de
coração da minha cidade.
Deve
mudar já. A seleção para a próxima Copa do Mundo tem que começar a treinar e
ser montada na semana seguinte ao término desta disputa aqui no Brasil. Vamos
esquecer os que jogam lá fora.
Vamos
nos concentrar nos craques que temos em casa mesmo. Uma seleção formada com
jogadores daqui estará sempre disposta para o treino sem a tietagem nociva e
venenosa. Sem jatinhos e outras viadagens maiores, cabelinhos moicanos pintados
de cor de burro quando foge. Chega disso macacada.
O
futebol brasileiro deve adotar um conceito de evolução. Evolução é a arte da
sabedoria, a ciência da invenção, a mãe das inovações.
Malabarismo
futebolístico nossos jogadores são os melhores do universo, já como equipe são
fracos tal qual os times de várzea que disputam um troféu de 1,99.
A
Alemanha não tem Neymar e outros tantos astros atômicos que fazem duzentas mil “embaixadinhas”
ou que jogam até de cabeça para baixo.
Os
Alemães nos ensinaram a jogar bola hoje porque são disciplinados, treinaram com
seriedade e desde 2009, tem objetivo em campo que não ficar trocando bolas
idiotas lateralmente como nossa seleção o faz com maestria.
O
time alemão tem como técnico um homem que não fica aparecendo na TV, jornais,
revistas nem azeda o ambiente dando entrevistas ofensivas a quem faça uma
pergunta mais pontiaguda.
Escolari
é um ex-técnico da seleção brasileira. Vamos esquecê-lo.
Foi
este general que colocou o exército sob a mira do inimigo e tomou 7 tiros pela
frente que jamais nos anais da história do futebol esse recorde será quebrado.
Exceto,
evidentemente, se a máfia da CBF, que também deveria ser integralmente extinta,
continuar brincando de seleção brasileira e colocar no cargo poeirentos
técnicos mal educados como Felipão e suas frases raivosas sempre disposto a
tirar o espeto de perto do seu lombo quando o caldo engrossa.
Chupa
que a cana é doce.
Quem
vai ficar mais chateada com a derrota vergonhosa do Brasil acredito não vai ser
a torcida, mas sim a política de Dilma que apostava no pão e circo que agora se
acabou.
Até
a Rússia pessoal.
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