FUTEBOL BRASILEIRO
JURÁSSICO
Apito
final. O show terminou em campo. A Copa do Mundo não nos pertence.
Procurar
bodes expiatórios no meu entendimento é perda absurda de tempo, uma vez que
ninguém foi propriamente culpado e sim um sistema como um todo incrivelmente
antiquado, mofado, corroído por cupins e um jeito bastante infantil de jogar
bola fora administrar uma equipe de futebol, tanto fora com dentro de campo.
A
Alemanha levou o título sem qualquer desmerecimento, sem máculas. Um futebol
força, impecável, determinado, absolutamente treinado, que obedece a um esquema
tático e logístico que dá inveja. Hoje eu gostaria de ser um alemão e tomar um
chopp em Munique para celebrar junto com eles a festa que JAMAIS poderia ter
sido nossa.
O
sistema de jogo brasileiro é pré-cambriano, jurássico, neolítico, pré-diluviano.
Tudo
começa com seu maior órgão a CBF.
Esta
entidade não representa os melhores interesses do futebol brasileiro. É apenas
uma tenda de circo onde alguns senhores espertos amealham fortunas
contrabandeando a evolução natural de um jogo chamado futebol.
A
CBF é um apêndice descartável no futebol do jeito que ela é, bem como
federações estaduais que comem a mesma sobremesa de culturas idiotizantes,
abrindo apenas supermercados de jogadores para comércio e contratos com
patrocinadores que só querem lucros, futebol não.
Afinal
de contas pergunto-me. A CBF é uma entidade absolutamente bilionária, não é?
Vamos lembrar que ela amealha fortunas dos jogos da Caixa Federal.
A
seleção brasileira, portanto em última análise não precisaria de patrocinador.
Jamais
precisaria.
A
CBF pagaria tudo e tem orçamento para isso de sobra para: chuteiras, uniformes,
estadia, alimentação dos jogadores, bolas, e toda a parafernália futebolística
necessária para jogar futebol. Todo esse material compra ali na esquina mesmo
da marca que tiver na vitrine. Chuteira luminosa não faz gol.
Aí
está uma grande evolução para começar no futebol brasileiro. A retirada dos
patrocinadores elimina da equação uma forte tendência mais de comercio do que
futebolística e de interesses que misturados podem determinar o resultado de um
jogo.
Danem-se
os patrocinadores. Eles estão ali para auferir lucros e tão somente.
Dentro
do coração dessa turma ai corre sangue verde em dólares e ponto final.
A
Alemanha nos ensinou lições mega valiosas.
A
primeira delas que é um vício narcótico no futebol brasileiro: o ajuntamento de
craques espalhados pelo mundo para montar um time de classe na última hora.
Essa receita do bolo da vovó Zica não funciona mais.
Pode
colocar em campo 11 jogadores do calibre de jogo de Neymar, por exemplo. Isso
garante apenas em campo existir X craques, time não.
O
conceito de time a Alemanha nos deu de brinde, basta copiar e melhorar o que
eles fizeram de bom.
Lá
ninguém tem essa de ser estrelinha lá fora e jogar um futebol de merda aqui
dentro. Time é equipe. Equipe funciona com suas peças azeitadas, com um
propósito único, a equipe segue um líder que tem o dom de formatar o time para
jogar como se 11 jogadores fossem um só.
Existe
um componente importante nessa conta aritmética que se chama trabalho e plano
de longo prazo.
O
Brasil só tem montado seleção remendada com gaze, um Frankstein futebolístico.
Reunir
uma montanha de craques, cada um jogando num canto do mundo, treinar na base do
oba-oba, filosofar usando a máxima brasileira do famoso “jeitinho” ou que Deus
é verde-amarelo, sob o comando de técnicos desajustados, centralizadores,
capazes de xingar qualquer repórter que lhe dirija uma pergunta mais ácida ou
uma verdade dita, que ainda seja glorificado por cartolagem sendo estúpido para
comandar um time é ato de desonra a todo e qualquer brasileiro.
Sou
contra usar craques de fora. Totalmente contra.
Os
que vão jogar na Europa, por exemplo, aprendem a jogar em equipe e quando
voltam à seleção brasileira correm feito coelhos no campo batendo cabeça com
cabeça porque não sabem mais jogar bola individualmente, num time brasileiro
armado para aproveitar ocasionalmente uma boa jogada isolada mágica capaz de
virar um gol. Não tem esquema tático, não tem plano de jogo e não estuda
milimetricamente seus adversários. Nessa hora vão todos tomar um choppinho que ninguém
é de ferro e fazer batuque no avião.
O
time brasileiro nessa Copa de 2014 mostrou a que veio. Fazer vergonha.
Idolatrar
Neymar e fazer dele o mágico de Oz deu zebra.
Quebraram
o craque em dois e ele foi para o chuveiro não jogando mais.
Seleção
de um homem só. Isso nem na terra de São Nunca é usado mais.
Outra
coisa que torcedor nenhum vai concordar comigo.
A
seleção para jogar a Copa de 2018 na Rússia deve ser montada hoje usando como
base a seleção sub vinte, se a sub vinte não existir pinça jovens dos times de
base e mãos a obra. Tem molecada ai jogando uma barbaridade.
Os
jogadores mais velhos que aí estão tem o vício do eterno jogo de um só homem. Não
servem mais. Vamos deixá-los como bons garotos propaganda e boa viagem.
A
tática tem que mudar. Individualismo tem que ser peça de museu.
O
futebol brasileiro acabou. Não serve mais nem para bater pelada com
adolescentes.
Por
isso começar um trabalho novo com a “molecadinha” de 17 ou 18 anos, com eles
certamente aprender a jogar em equipe será muito mais fácil.
Outra
coisa. Que tal trazer um técnico europeu para treinar a seleção brasileira?
Nenhum
técnico brasileiro tem visão de jogo em equipe. Ponto final.
É
bobagem. Isso é discussão acadêmica tal como quem veio primeiro o ovo ou a
galinha.
Todos
os técnicos brasileiros são ultrapassados como televisor com válvulas ou
celular que tinha o tamanho de um tijolo baiano alguns anos atrás.
Os
jogadores da seleção seriam contratados da CBF e receberiam seus salários para
jogar com exclusividade total. Isso tem que ser agora. Ontem. Assim que acabou
a copa esse esquema já deveria estar funcionando a todo vapor.
Jogador
que fosse fazer propaganda disso ou mais aquilo outro por conta própria em qualquer
mídia seria sumariamente desligado da seleção.
É
ator ou jogador de futebol que queremos em campo é garoto propaganda ou é
atacante de um time de futebol?
Chega
de estrelismo futebolístico.
Estrelas
ficam excelentes no céu.
Neymar
que me perdoe o que vou dizer, mas você já encheu o saco cara. Vá jogar bola no
seu time europeu e não me venha mais anunciar desde camisinha até avião a jato
aqui no Brasil.
Estou
saturado de sua cara na TV. Você é um bom menino, mas estou enjoado de tanto te
ver em anúncios.
Vá
jogar bola que você ganha mais. Desapareça por uns tempos.
Outra
coisa gente! Perder faz parte do jogo. Chorar como bebes sem mamadeira é
ridículo. Joguem mais e chorem menos.
Quem
ganha o que vocês ganham só faz chorar mesmo quem estudou e ralou muito para
conseguir um emprego de “deis merreis”. Está cheio de médico ganhando salário
de fome, engenheiro devendo os tubos no especial porque recebe miséria e
policial morando em favela porque tem como salário uma esmola do Estado que o
emprega.
Finalmente,
o treinamento físico.
Hoje
o jogador quem que treinar como treinam os atletas de ponta nas provas rasas do
atletismo para enfrentar jogos corridos com ou sem prorrogação.
Detalhe
final. A Arbitragem.
A
FIFA é a grande culpada por encobrir juízes safados que usam do apito para
espantar moscas influenciando resultados, marcando gols inexistentes, validando
outros cujos impedimentos foram claros e não punindo jogadores que fizeram do
campo treinamento de UFC batendo e quase aleijando colegas de trabalho.
A
FIFA patrocinou nessa copa do mundo o pior em termos de árbitros e por força de
seus cartolas mofados, velhos cansados e gagás não adotam arbitragem televisiva
onde um árbitro com recursos de televisão dita por último se o juiz lá embaixo
fez ou não fez merda.
Desculpem
os termos, mas o que a seleção brasileira jogou não foi isso?
Se
o Brasil leia-se CBF, não fizer tudo isso que eu acabei de receitar melhor nem
embarcar a seleção para a Rússia, lá vai tomar de dez a zero no primeiro tempo
ainda nas eliminatórias e vai fazer a torcida apaixonada chorar copiosamente,
esse direito lhe assiste totalmente.
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