JORNAL PENA LIVRE

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

















l’uomo che ha sfidato Cosa Nostra”.
(O homem que desafiou a Máfia)

Quem tem boa memória vai se recordar do Sr. Giovanni Falcone, juiz italiano especialista em processos contra a máfia siciliana Cosa Nostra. Foi assassinado pelos mafiosos juntamente com esposa e seus guarda-costas quando seu carro voou pelos ares numa explosão preparada no leito carroçável de uma estrada nas cercanias de Palermo.
Neste artigo vou abordar como resolver esta questão de juizes mortos por bandidos como o caso de Patrícia Acioli que tombou heroicamente sem que o Estado tenha movido uma palha sequer para assegurar-lhe a vida ou garanti-la.
Questionada a Justiça fez o que sempre fez quando estoura a seringa: tirar o bumbum fora e colocar notinhas ridículas de rodapé de jornal dizendo ser fatalidade etc e tal.
Criminosamente a Justiça, como um todo (o poder judiciário), ajudou a pipocar os tantos tiros que fez a juíza desaparecer num País onde, quem defende a lei está mais exposto como um asslariado declarando imposto de renda anual.
Isso fará com que os togados de sangue roxo (poucos como o juiz Falcone) não tenham mais estomago para encarar o crime organizado que já age com o profissionalismo mafioso siciliano.
Como representante do Estado o juiz é condenado juntamente com o réu a viver em algum calabouço doméstico e ver sua família partir no mesmo embrulho rumo ao cemitério.
O Brasil é carente de leis que prestam, que servem de fato para coibir e punir, que sejam reflexo do desejo da população brasileira de ver bandido atrás das grades e, ao mesmo tempo, salvaguardar seu corpo de juízes e jurados que estão com a pistola pronta e apontada para tirar-lhes a vida.
Os bandidos tomaram conta do asfalto, do céu e do mar porque não os Fóruns e afins?
Matar para eles qualquer juiz é fácil como tirar pirulito de bebes.
O governo brasileiro tem algumas lições de casa para fazer.
Uma delas é municiar o juizado em geral da mais alta tecnologia que permita aos juízes colocarem suas penas aos réus de forma a não estar de corpo presente ao ofício.
Se lá do outro lado do mundo o CEO de uma empresa qualquer fala para todos seus funcionários em teleconferência e determina os rumos das finanças e mercado é sinal de que existe tecnologia para isso.
O juiz preferiria sua sentença mesmo morando em Miami sem se expor fisicamente a nenhum ataque.
É dever do Estado garantir com unhas de dentes a vida dos seus magistrados, principalmente aqueles envolvidos em crime de grosso calibre que envolve quadrilhas formadas em Harvard.
Criminoso é vir a público e explicar que a morte de Patrícia foi uma fatalidade como se isso resolvesse o trauma por completo, e sarassem as feridas familiares fazendo desaparecer a nódoa preta no manto branco da Justiça.
O custo é barato a implementação do aparato tecnológico de tribunais para proferir sentenças sem que se tenha que depois providenciar a limpeza das manchas de sangue dos Juizes(as) no chão encerado dos prédios ou mesmo nas calcadas.
Assassinato coadjuvante o Jurídico promoveu com esse e tantos outros casos.
Não existe serviço de proteção aos togados, muito menos garantia de vida aos homens e mulheres que enfrentam os bandidos das mais altas patentes colocando-os no xilindró.
Cada qual que vai lá escrever o nome na sentença e por ela se responsabilizar tem recebido de presente uma sentença de morte e o Estado faz de conta que não é com ele assassinando juntamente com a Justiça brasileira. Culpa concorrente.
Outra coisa para ser discutida a partir deste momento. Porque não utilizar a figura do nome “artístico” para o Juiz?
Se para Senor Abravanel (Silvio Santos) pode para o juiz não?
Se Um Dois Três Feijão com Arroz pode ser nome de fantasia de LINS TOCANTINS SOARES LTDA para o juiz canetar e colocar o cara na grade não pode?
Tudo tem que ser feito para deixar a identidade do Juiz intacta. Não se pode mencionar o nome verdadeiro e nas transmissões das sessões on line o homem da lei poderia usar, sei lá, um disfarce talvez não? E ainda assim usar a tecnologia para transmutar a voz também evitando ser identificado numa transmissão de TV onde o cenário seria uma parede branca sem qualquer alusão onde estaria o Juiz proferindo sua sentença.
Se a idéia de colocar um pseudônimo para o juiz(a), usar voz eletronicamente modificada e colocar tudo em sessão de TV à distância pode parecer uma bobagem poderíamos dizer que também foi tolice a idéia de Santos Dumont, num momento que ninguém acreditava que o homem pudesse voar num equipamento mais pesado que o ar.
Fico imaginando Bin Laden. Pôde ficar muito tempo escondido com o mundo inteiro correndo atrás dele depois de matar inocentes no atentado das Torres Gêmeas, enquanto nosso Juiz Mané da Silvia não consegue fugir dos bandidos de esquina, batedores de carteira e latrocidas?
Algo está errado. Talvez o Judiciário precise contratar alguém da família Bin Laden para ensinar como se esconde uma pessoa com eficiência e segurança.
No dia que o Estado criar vergonha na cara a figura que abre o texto não vai mais precisar ser aquilo que representa nossa justiça para quem a aplica.


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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 19 de agosto de 2011. email: lopesmagno@gmail.com


















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