JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

QUOTAS DO FRACASSO BRASILEIRO

A colonização brasileira foi e é pontuada por ondas sucessivas de povos migrados, a começar dos negros sudaneses e bantos que foram escravizados e trazidos ao Brasil para que a economia deles se servisse.
De fato e de direito o próprio comércio de escravos era o principal prato econômico servido com rigor pelos portugueses que faziam fortunas com navios cheios de negros debaixo da chibata. Até que a moleza acabou em 1888.
Os italianos, os japoneses, os alemães e até poloneses tiveram sua quota de sacrifício e dedicação para se estabelecerem num Brasil ainda em fase embrionária.
Noves fora nada, matematicamente falando, a fase histórica, que gostaria de deixar mais para as aulinhas do colégio e dos desenhos de Rugendas, o conceito racial no Brasil sempre foi recôndito em demonstrar que a discriminação de credo, raça e cor é e sempre será uma tatuagem em nossa pele histórica.
Bobagem falar em mundo moderninho, que as separações de raça não existem mais por essas paragens que está tudo azul na América do Sul.
Existem sim discriminações sérias e estão mais impregnadas do que todo mundo possa pensar de norte e sul do Brasil varonil.
Sou visceralmente contra quotas raciais para resolver os problemas que deveriam ser equacionados via educação.
A aplicabilidade de leis para determinar quotas raciais no Brasil é uma excrescência de nossa notável tendência a resolver tudo na base da penada, como se uma lei fosse impedir na calada da noite a discriminação de raça, credo e cor correrem soltas.
Isso é atentar contra o pudor da inteligência.
Tomando por exemplo o regime de quotas raciais nas universidades.
Jose Silva, aluno negro da rede pública de ensino tirou nota 5 e Jair, caucasiano, aluno da rede particular de ensino também tirou nota 5.
Jose Silva é carimbado como sendo um quilombola, portanto merecedor da vaga na faculdade de direito. Certo?
Errado. Nada mais errado.
Não sendo o critério mais lógico o da aplicabilidade da análise do potencial de cada indivíduo, independentemente de sua origem negra ou não, a lei se esvai em colocar parâmetros de igualdade.
Igualdade não é resolvida na estrada da perdição legal como se a cura para todos os dilemas sociais do Brasil pudessem nascer da assinatura de um papel que pode aceitar qualquer coisa.
A igualdade nasce das oportunidades iguais.
As oportunidades são construídas a ferro e fogo na siderurgia do ensino sério não esse onde os alunos saem da escola não sabendo mais do que quando eram bebes e professores dando aula tendo que conviver com a pobreza e a violência. Qualquer professor de dê um castigo para seu aluno será dele um lugar reservado no inferno.
A mesma chance de estudo, o mesmo nível educacional, o mesmo custo deveria ser o marco da revolução social brasileira.
Igualmente a forja dos bons alunos começa com livros didáticos montados para o raciocínio lógico, para a ilustração moral e social, da interpretação das nossas éticas de convívio e da condução cívica dos seus estudantes.
Criou-se um paradoxo.
A lei, ao tentar criar um mecanismo obrigatório de inserção social, acaba sendo ela própria uma arma da discriminação, desta vez contra os brancos, os ditos caucasianos.
Ao compararmos as notas de Jose Silva e Jair percebemos que o critério decisório deixou o universo da capacidade individual para carimbar o ingresso a uma pessoa afrodescendente.
Percebe-se que os comerciais de TV inserem em demasia pessoas das comunidades de exceção no Brasil criando um mercado cativo que discrimina quem não é quilombola ou das comunidades indígenas X ou Y.
Não seria mais lógico colocar mais um quesito de análise de currículo entre os dois personagens acima do que dar a vaga baseado apenas na cor da pele?
O Brasil, desde seu descobrimento, utiliza a força legal para resolver velhos problemas sociais enraizados cuja época alcança Pedro Álvares Cabral ainda brincando com bolinhas de gude.
Ao invés de o governo criar um celeiro educacional baseado num ensino de alta qualidade, grátis, pagando bem a seus professores, colocando escolas dignas de notas europeias, adotando um regime militar/escolar de completa integração social e de uma disciplina de caserna não será uma lei mequetrefe como essa que vai resolver tudo.
O governo insiste em nivelar todo mundo por baixo.
Imaginando que um negro pobre vindo de uma escola pública de baixa qualidade com menos chance de se colocar dentro de uma universidade deveria ter sido trabalhado para elevar seu nível educacional e não colocá-lo lá apenas porque é negro. Depois dele matriculado conseguirá acompanhar a turma ou o ensino reduzirá seu nível ao famoso dois mais dois?
O que vale nesse caso é a descendência e não a competência ou a meritocracia.
Democracia com libertinagem educacional é o ovo da galinha chocando para sair de dentro tempo depois uma ave de rapina.
A ave de rapina criada no útero petista já está batendo asas por aí numa furiosa tentativa de “haitianizar” (vide Haiti) o Brasil. Na educação já estamos com a taça de piores do mundo.
Hoje o individuo tem mais portas abertas se for oriundo ou descendente de comunidades de exceção do que conseguir seu lugar ao sol via qualidades e atributos fora da cor da pele.
Simples como resolver a questão da gravidade planetária com uma lei revogando-a, assim nada mais cairá ao chão, estarão salvos os copos de vidro e até os aviões em queda.
Ridículo.
Um raciocínio planisférico sem dotação de qualquer dimensão terceira que conduza a uma equidistância racial através do voo da oportunidade.
Esse sim o destino de um país que não quer ficar brincando de igualdade racial num universo perverso de desigualdade de oportunidades.
A educação é á tábua de salvamento.
Para essa solução, entretanto, tem de haver homens sérios com visão sideral da coisa toda o que no governo não tem só a mais pura molecagem legal e política para equacionar o insolúvel e inventar “leisinhas” lesivas ao interesse nacional.
A educação dá trabalho.
É preciso elaborar um plano de ensino absolutamente cartesiano e preciso, com objetivos da formação plena da pessoa deixando de lado questiúnculas de cor de pele e descendência. 
Além do plano em si, treinar gente capacitada, oferecer-lhes salários de gente grande maiores do que jogadores de futebol, por exemplo. Aqui se ganha mais para chutar uma bola do que colocar uma geração para tocar o país mais tarde.
O verdureiro tem patrimônio maior que um professor de pós-graduação.
Isso sim está errado.
Para ser presidente da república basta ser analfabeto e para lixeiro PDH em práticas organizacionais.
Percebem onde quero chegar?
A lei das quotas raciais foi criada por um governo paquidermicamente estúpido e que quer interromper a lei da gravidade ou da constante gravitacional na penada de sua caneta.
Certamente isso nunca funcionará.
O que certamente dá certo custa tempo e dinheiro, suor e sacrifício e que não dá votos políticos como erguer uma ponte com nome pomposo.
Enquanto estivermos sob a égide de uma massa de politiqueiros secos de vontade de que todo mundo seja inteligente como uma ameba desdentada o Brasil só fará a passos largos voltar para um passado medieval.
Bom, para finalizar basta apenas comparar o que era a Coréia do Sul 50 anos atrás e hoje.
Há 50 anos era um país somaliano, fome, miséria e desespero. Como se logrou ser um dos tigres asiáticos tempos depois?
Simples. Educação e paredão. Gente séria fazendo a coisa certa.
Esse sim é um exemplo a ser cultivado.
Na Coréia político não se mete em educação. Alto lá.
Política está mais para resolver questões menores e como vai ser paga a conta do gás não para criar destino de país algum.
Quem quer um comprimido desse remédio não?













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