CUIDADO
COM SEUS HERÓIS
A
história está pontuada com diversos marcos importantes separando eras
diferentes: a queda da Bastilha, a tomada de Constantinopla, a conquista da
lua. Tudo pode ser visto em dois cenários: um antes e um depois de cada
acontecimento dessa magnitude.
No
esporte pode-se afirmar o mesmo: a era Pelé, Zico, Jean Madruga, Ayrton Senna,
Eder Jofre, João de Pulo.
Igualmente
o mundo milionário do ciclismo de alta performance e o mega esportista Lance
Armstrong vencedor por sete vezes do Tour de France, uma competição semelhante
à importância da corrida das 500 milhas de Indianópolis ou à Copa do Mundo de
Futebol.
Sem
dúvida Armstrong é o Pelé dos pedais, aclamado, ovacionado, rico e com uma
lista enorme de patrocinadores oferecendo verdadeiras fortunas para virar
garoto propaganda.
O
americano pedaleiro, até então imbatível nas pistas, tornou-se o pivô do maior
escândalo da era moderna, pós Maratona (Grécia) e a invenção dos jogos
olímpicos.
Dia
17/01/2013 as Tvs abertas americanas exibiram entrevista dele concedida a Ophra
Winfrey, famosa apresentadora americana líder de audiência no ramos dos famosos
talk shows.
Lance,
com riqueza de detalhes, acabou revelando o segredo de sua equipe de super
vencedores ciclistas americanos: a mais avassaladora, completa, complexa,
integral, abundante rede de dooping de atletas de todos os tempos, cuja
liderança era dele mesmo o super campeão Armstrong.
O
ciclista revelou ter tomado e experimentado de tudo o que é ilícito para ganhar
importantes segundos em sua performance ate então invencível: cortisona,
anfetaminas, auto transfusão de sangue, anabolizantes, esteroides anabólicos e
o escambau a quatro.
O
rapaz sustentou e articulou durante anos notável empreendimento para burlar
resultados via fraude.
Até
jatinhos eram empregados na retaguarda da equipe para fornecer meios de
obtenção das drogas potencializadoras de desempenho.
Esforços
eram empregados ao extremo para que toda a equipe tivesse acesso às substâncias
e pessoal treinado para aplicação das diversas químicas usadas pelo grupo de
ciclistas, sob o patrocínio da empresa Usa-Mail a similar dos Correios no
Brasil.
Desde
os tempos em que Armstrong e seus meninos emplacavam resultados sequenciados
que já se ouvia falar em dooping e suspeitas de resultados inflados com muita
anfetamina e suco de drogas injetado no corpo dos atletas.
O
próprio Armstrong selecionava os candidatos para ocupar uma das vagas e se ele
não concordasse em entrar nas picadas da glória o nome era sumariamente vetado.
Foram
vários os casos em que os candidatos rejeitados denunciaram o esquema, mas tudo
ficava no mundo das suspeitas, já que boa parte dos artifícios usados por Lance
e seus ciclistas não eram detectados naquele tempo, a modernidade de detecção
ganharia eficácia a partir de 2001 com técnicas a toda prova.
Lance
deitou e rolou obtendo resultados incríveis pendurando no pescoço centenas de
medalhas muitas delas cassadas pelos comitês do esporte mundial.
Na
entrevista de Winfrey, dentro de um esquema tipo dá ou desce, sim ou não sem
muito espaço para argumentação. Armstrong revelou que jamais conseguiria obter
os resultados que sua equipe galgou sem as muletas químicas injetadas
habilmente pela equipe de apoio de Lance em seus atletas.
Fico
imaginando quantos mais ídolos esportivos seguiram a mesma ladainha aí pelos
idos dos anos 70, 80 e 90 do século XX.
Será
que o grande medalhista da natação, o americano Mark Sptiz, não teria também
injetado um coquetel de drogas que o fizeram voar dentro dá água?
Não
seria pertinente imaginar que João do Pulo não tenha usado nada de anormal para
saltar tão longa distância?
Não
sei.
Devemos
tomar cuidado com os heróis que escolhemos como ídolos.
Quem
é ciclista é tem poster de imagens do Lance Armstrong em casa cuidado. Convém
trocá-la por uma mulher nua, mais saudável.
Isso
prova uma coisa.
No
meio esportivo a malandragem está a espreita do que acreditam que vencer pode
ser alcançado a todo e qualquer custo.
Agora
Lance deverá saudar sua eterna dívida de confiança que nunca mais será possível
em vida, além do prejuízo de zilhões de dólares das empresas que calibraram
suas verbas de patrocínio para a moçada turbinada de Armstrong e seus
pedalistas amestrados.
Quando
interesse jogado no lixo.
Imaginar
que a Usa-Mail estampou seu selo durante anos nos uniformes dos atletas para
tudo terminar numa picada de agulha e segundos a mais forjados/roubados da
cronometragem colocando no pescoço dos vencedores as medalhas indevidas.
Isso
é apenas a ponta do iceberg.
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