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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013





                                      PRIVATIZAÇÃO DO PLANALTO

É sintomático. O incompetente quando não dá conta da tarefa culpa o vizinho. O governo, que se percebe contumaz em suas ações de fuga das suas responsabilidades, corre atras de quem possa fazer em seu lugar suas obrigações de lei.
Os portos nacionais, sem exceção, são corredores terminais de um sistema criado para gerar problemas e não soluções com lucros. A começar pelo maior porto nacional que é o de Santos.
Digo isso com conhecimento de causa das dezenas de vezes que estive lá a trabalho e por razões dos meus estudos de comércio internacional.
O porto de Santos hoje é área totalmente degradada, suja, horrivelmente abandonada, principalmente os antigos terminais da Cia Docas de Santos, uma gigantesca empresa ineficaz que morreu há muito.
Quem chega naquele espaço e não se apercebe que estamos no “Brasiu” poderia perfeitamente dizer que o porto pertence a algum paiseco pitoresco da África tipo Suazilândia ou Eritreia, dadas as circunstâncias do estado em que se encontra as instalações por lá.
Por conseguinte, alguns fatores acabam se completando para transformar o Porto de Santos num destino caro, confuso, inadequado, perturbadoramente ineficaz, com a presença da nociva máfia do Sindicato dos estivadores que atrapalha cargas e descargas fazendo com que Santos seja uma pedra no sapato apertado com joanete e tudo o mais para os comerciantes exportadores ou importadores.
O governo do Brasil viu-se com a corda no pescoço. Não tem nenhuma pessoa competente o suficiente para encarar o problema de infraestrutura, sobremaneira, nem, tampouco, profissionais habilitados para solucionar boa parte dos problema dos portos e aeroportos nacionais.
A coisa ficou tão crônica que importadores/exportadores internacionais preferem embarcar/desembarcar na Argentina ou Chile perfazendo o resto do trajeto via modal rodoviário. Eles não suportam mais abusivas tarifas, os crápulas do sindicato, filas de espera na baia de Santos, pirataria e ataques constantes com vítimas fatais, inclusive.
Com a síndrome da incompetência em mãos, o Planalto acenou com o lenço branco e pediu arrego entregando o fardo para a iniciativa privada.
No primeiro lote o porto de Santos está entre os que serão privatizados.
Atestado incólume do governo xiita do PT e asseclas associados comprovando que esse país não anda na linha da seriedade, exceto jogo do bicho, inferninhos (casas da luz vermelha), futebol e carnaval.
Eu tenho há muito um plano montado que ofertei de graça ao governo do Estado de São Paulo para resolver definitivamente esse nó na garganta nacional, colocando uma pá de cal em toda essa problemática e apresentando, como diria Odorico Paraguaçu – novela o Bem Amado), a solucionática perfeita para isso.
O projeto está encalhado nos calabouços do Palácio dos Bandeirantes. Ninguém quer botar a mão por ali porque dá arremate mais que satisfatório ao problema desse porto específico, tirando boa parte do pessoal da linha que ganha bilhões com a situação do jeito que está.
Se o porto é caótico pode ter certeza disso: não se coloca a mão para resolver a questão  porque definitivamente tem gente embolsando muita grana.
Explicando o meu plano em rápidas palavras. O porto de Santos está enclausurado entre o mar e o paredão do Atlântico (Serra do Mar). Obviamente para resolver o problema logístico do porto não adianta pegar uma toalha e querer enxugar o oceano ou arrebentar com a gigantesca Serra do Mar.
Pensar em expansão do porto nessas condições é piada.
Diante disso qual seria a solução para essa logística?
Resolver o problema fora desse espaço preso entre água e pedra.
Onde?
Imediações de São Bernardo do Campo.
Criar-se-ia um espaço gigantesco para aglomerar todos os modais possíveis: rodoviário, ferroviário, dutoviário e aeroportuário, ficando de fora obviamente o transporte por água.
Nesse complexo ficariam as autoridades alfandegárias despachando as cargas com trânsito aduaneiro até o porto de Santos trabalhando a papelança de leis e impostos para fora do âmbito portuário.
De fato, o complexo aduanado despacharia quase a totalidade das cargas via modal ferroviário transpondo a Serra do Mar. Exceção aberta aos caminhões de transporte de cargas perigosas demais, animais vivos, cargas biologicamente ativas, explosivos, mercadorias ambientalmente nocivas e etc.
Claro, para isso a ferrovia teria que ser expandida, triplicada com a construção de um corredor eficaz e de grande porte.
Com a medida prévia do despacho liberado para embarque mata a pau um dos principais problemas que é o armazenamento em Santos, cujos espaços são caros e raros na área do Porto.
O transito no porto se reduziria às composições ferroviárias e seus contêineres mais os caminhões com cargas especiais.
Construção de mais berços de atracação nos extintos espaços da Cia Doca de Santos, hoje tomados pelos pombos, traficantes, mato, degradação visual, edificações em ruínas, ferrugem dos barracões e vai por aí afora.
Adicionalmente aos planos acima a extinção do Sindicato dos Estivadores de Santos e Guarujá que impactam negativamente no preço dos embarques e ou desembarques, no seu time de operação porque nada por ali sai ou entra sem a atuação dessa máfia instituída. É preciso quebrar a espinha dessa organização.
A coisa complicou. Com o anuncio do governo querendo privatizar o porto se alguém adivinhar que grupo começou uma série de manifestações? Claro, os estivadores que se viram preteridos quando um navio chines começou a descarregar sem a utilização de sua mão de obra. Foi o estopim para deflagar o movimento.
Na verdade os chineses foram apenas o mote. O foco mesmo da greve é demonstrar que vai feder caso a coisa seja privatizada.
Quem pegar essa massa vai deitar e rolar com o Sindicato no calo do sapato.
A privatização é sinal da completa e inequívoca complacência do governo e preguiça em não resolver questões de sua natureza: saúde, segurança, educação e infraestrutura de transportes.
Magnífica demonstração de incompetência pura e que coloca o Brasil nos últimos postos mundiais com direito ao premio Oscar em termos dos quesitos do parágrafo anterior.
Vergonha.
Temos competência para tolices apenas e tão somente.
Esse é o Brasiu com U mesmo.











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