PRIVATIZAÇÃO
DO PLANALTO
É sintomático. O incompetente quando não dá
conta da tarefa culpa o vizinho. O governo, que se percebe contumaz em suas
ações de fuga das suas responsabilidades, corre atras de quem possa fazer em
seu lugar suas obrigações de lei.
Os portos nacionais, sem exceção, são
corredores terminais de um sistema criado para gerar problemas e não soluções
com lucros. A começar pelo maior porto nacional que é o de Santos.
Digo isso com conhecimento de causa das
dezenas de vezes que estive lá a trabalho e por razões dos meus estudos de
comércio internacional.
O porto de Santos hoje é área totalmente
degradada, suja, horrivelmente abandonada, principalmente os antigos terminais
da Cia Docas de Santos, uma gigantesca empresa ineficaz que morreu há muito.
Quem chega naquele espaço e não se apercebe
que estamos no “Brasiu” poderia perfeitamente dizer que o porto
pertence a algum paiseco pitoresco da África tipo Suazilândia ou Eritreia,
dadas as circunstâncias do estado em que se encontra as instalações por lá.
Por conseguinte, alguns fatores acabam se
completando para transformar o Porto de Santos num destino caro, confuso,
inadequado, perturbadoramente ineficaz, com a presença da nociva máfia do
Sindicato dos estivadores que atrapalha cargas e descargas fazendo com que
Santos seja uma pedra no sapato apertado com joanete e tudo o mais para os
comerciantes exportadores ou importadores.
O governo do Brasil viu-se com a corda no
pescoço. Não tem nenhuma pessoa competente o suficiente para encarar o problema
de infraestrutura, sobremaneira, nem, tampouco, profissionais habilitados para
solucionar boa parte dos problema dos portos e aeroportos nacionais.
A coisa ficou tão crônica que
importadores/exportadores internacionais preferem embarcar/desembarcar na
Argentina ou Chile perfazendo o resto do trajeto via modal rodoviário. Eles não
suportam mais abusivas tarifas, os crápulas do sindicato, filas de espera na
baia de Santos, pirataria e ataques constantes com vítimas fatais, inclusive.
Com a síndrome da incompetência em mãos, o
Planalto acenou com o lenço branco e pediu arrego entregando o fardo para a
iniciativa privada.
No primeiro lote o porto de Santos está
entre os que serão privatizados.
Atestado incólume do governo xiita do PT e
asseclas associados comprovando que esse país não anda na linha da seriedade,
exceto jogo do bicho, inferninhos (casas da luz vermelha), futebol e carnaval.
Eu tenho há muito um plano montado que
ofertei de graça ao governo do Estado de São Paulo para resolver definitivamente
esse nó na garganta nacional, colocando uma pá de cal em toda essa problemática
e apresentando, como diria Odorico Paraguaçu – novela o Bem Amado), a solucionática
perfeita para isso.
O projeto está encalhado nos calabouços do
Palácio dos Bandeirantes. Ninguém quer botar a mão por ali porque dá arremate
mais que satisfatório ao problema desse porto específico, tirando boa parte do
pessoal da linha que ganha bilhões com a situação do jeito que está.
Se o porto é caótico pode ter certeza
disso: não se coloca a mão para resolver a questão porque definitivamente tem gente embolsando
muita grana.
Explicando o meu plano em rápidas palavras.
O porto de Santos está enclausurado entre o mar e o paredão do Atlântico (Serra
do Mar). Obviamente para resolver o problema logístico do porto não adianta
pegar uma toalha e querer enxugar o oceano ou arrebentar com a gigantesca Serra
do Mar.
Pensar em expansão do porto nessas
condições é piada.
Diante disso qual seria a solução para essa
logística?
Resolver o problema fora desse espaço preso
entre água e pedra.
Onde?
Imediações de São Bernardo do Campo.
Criar-se-ia um espaço gigantesco para
aglomerar todos os modais possíveis: rodoviário, ferroviário, dutoviário e
aeroportuário, ficando de fora obviamente o transporte por água.
Nesse complexo ficariam as autoridades
alfandegárias despachando as cargas com trânsito aduaneiro até o porto de
Santos trabalhando a papelança de leis e impostos para fora do âmbito
portuário.
De fato, o complexo aduanado despacharia
quase a totalidade das cargas via modal ferroviário transpondo a Serra do Mar.
Exceção aberta aos caminhões de transporte de cargas perigosas demais, animais
vivos, cargas biologicamente ativas, explosivos, mercadorias ambientalmente
nocivas e etc.
Claro, para isso a ferrovia teria que ser
expandida, triplicada com a construção de um corredor eficaz e de grande porte.
Com a medida prévia do despacho liberado
para embarque mata a pau um dos principais problemas que é o armazenamento em
Santos, cujos espaços são caros e raros na área do Porto.
O transito no porto se reduziria às
composições ferroviárias e seus contêineres mais os caminhões com cargas
especiais.
Construção de mais berços de atracação nos
extintos espaços da Cia Doca de Santos, hoje tomados pelos pombos, traficantes,
mato, degradação visual, edificações em ruínas, ferrugem dos barracões e vai
por aí afora.
Adicionalmente aos planos acima a extinção
do Sindicato dos Estivadores de Santos e Guarujá que impactam negativamente no
preço dos embarques e ou desembarques, no seu time de operação porque nada por
ali sai ou entra sem a atuação dessa máfia instituída. É preciso quebrar a
espinha dessa organização.
A coisa complicou. Com o anuncio do governo
querendo privatizar o porto se alguém adivinhar que grupo começou uma série de
manifestações? Claro, os estivadores que se viram preteridos quando um navio
chines começou a descarregar sem a utilização de sua mão de obra. Foi o estopim
para deflagar o movimento.
Na verdade os chineses foram apenas o mote.
O foco mesmo da greve é demonstrar que vai feder caso a coisa seja privatizada.
Quem pegar essa massa vai deitar e rolar
com o Sindicato no calo do sapato.
A privatização é sinal da completa e
inequívoca complacência do governo e preguiça em não resolver questões de sua
natureza: saúde, segurança, educação e infraestrutura de transportes.
Magnífica demonstração de incompetência
pura e que coloca o Brasil nos últimos postos mundiais com direito ao premio
Oscar em termos dos quesitos do parágrafo anterior.
Vergonha.
Temos competência para tolices apenas e tão
somente.
Esse é o Brasiu com U mesmo.
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