TUDO BEM NO REINO
Viajar
é bom para o espírito. Conhecer novas pessoas, viver situações hilariantes,
frustrantes, deslumbrantes, ou experimentar os quitutes de uma cozinha não
brasileira. Tirar as manjadas fotos ao lado deste ou daquele monumento e passar
na mesma rua que uma celebridade já passou. Vale tudo para viver esses
momentos.
Voltei
com meu grupo de uma viagem a Londres.
A
capital do reino é uma cidade turística com seus pontos que merecem nota dez e
outros uma sonora nota zero. Nenhum lugar do mundo se propõe a ganhar notas
máximas em todos os quesitos, claro.
A
começar pelos banheiros quase inexistentes em Londres obrigando seus habitantes
e seus visitantes a experimentar agruras insuportáveis quando a bexiga ou os
intestinos estão a ponto de uma guerra nuclear. Nesse ponto a cidade merece
nota zero com louvor.
Sugiro
até aos que ainda vão visitar a terra da Rainha que o façam de fraldão,
notadamente os que têm impossibilidade de segurar sólidos e líquidos por muito
tempo. Uma saída honrosa pelo menos do que pagar uma nota preta em multas se
usar aquela moitinha ali no parque.
Outra
nota zero é seu metrô. Um horror para quem tem problemas de deslocamento.
Como
é um sistema antigo esqueça escadas rolantes. Tudo é na base das escadas de
cimento. E dá-lhe subir e descer para atingir as estações ou apenas mudar de
rumo na mesma rota.
Notar
que o sistema é ótimo para atingir quase todos os pontos da cidade de maneira
rápida, mas o conforto perde-se nas agruras de escadas intermináveis e
minhocões para acesso às outras estações próximas.
Para
cadeirantes pior ainda. Só algumas estações mais moderninhas possuem acesso
facilitado, o resto das estações não tem a menor possibilidade de atendimento a
uma gama de pessoas com algum problema de deslocamento, idosos igualmente.
O
aeroporto de Heathrow é grande, moderno. Um
dos mais movimentados do mundo. Parabéns para Londres.
O acesso a ele é que é uma lástima.
Uma única rodovia saturada atende a região do aeroporto
provocando engarrafamentos homéricos como os que amargurei sentir.
Nota dez para o sistema de ônibus de dois andares
londrinos. Baratos, eficientes e modernos e com cadeiras estofadas, bem longe
das nossas carroças brasileiras com seus bancos de “prástico” e de um andar
somente.
Ah detalhe. Os “busos” ingleses tem ar condicionado quente
e frio para qualquer ocasião. Os daqui congelam no inverno e fritam no verão.
A troca de guardas da Rainha em seu palácio é mesmo para
inglês ver. Sem graça e quase não se enxerga nada. Não entendi o porquê tanta
gente entulhando os arredores para não ver quase nada.
Outros pontos que merecem nota dez: London Eye, magnífica
se tiver sorte grande como a do nosso grupo de pegar um dia de “brigadeiro” sem
nuvens e com sol a todo vapor; a Trafalgar Square, Piccadilly Circus, Covent
Garden, Oxford Circus e, claro, as imediações do Big Bem.
A chuva londrina é fina, fria e cai de tempos em tempos.
Depois o sol abre pelo menos nessa época do ano.
Outra nota dez com louvor: o famoso prato de comida peixe
com batatas e o chopp de maça, bem como o “pint” (chopp claro) com quase um
litro!!
Mito: não se serve cerveja ou chopp na temperatura ambiente
como vemos em filmes. Todos os lugares onde fomos as bebidas estavam trincando
de gelo.
O fog (neblina) tão famoso vimos apenas numa das manhãs.
A pontualidade britânica não é lá essas coisas. A começar do
nosso voo com destino a Londres que amargou um atraso considerável de quase 10
horas.
Na volta até que foi pontual.
Detalhe: os aviões da empresa British Airways bem que
precisam de uma renovação. Viajamos em dois sucatões, embora ainda da série 400
do modelo Boeing 747. Deu para notar janelas super-riscadas, banheiros com
alguns detalhes quebrados, falta um lambri ali e acolá e uma borracha que foi
para o brejo.
Na ida o avião escalado havia muito sem tomar um banho
externamente, bem sujo e com superfícies escurecidas.
Outro ponto com nota zero: o mapa do metrô. Não conta com
as indicações mais que necessárias dos pontos cardeais (norte, sul, leste e
oeste) ocasionando problemas de direção aos que não estão acostumados como o
sistema.
Problema grave! Uma das linhas, a de cor preta, no sentido
norte sul conta com indicações de direção leste oeste. Um erro severamente
crasso.
Londres vai deixar saudades.
Os preços são para todas as ocasiões no quesito refeição.
Tem Mac Donalds (eca) por tostões e tem prato custando o olho da cara, digo da
Rainha já que todas as notas contam com a foto da ocupadíssima ocupante do
trono que se divide entre contar estrelas e as gafes do seu filho fanfarrão.
Finalmente, conta-se à boca pequena que os ingleses já
estão fartos da família real, especialmente pelo que gastam do suado imposto
que a população paga numa conta para lá de salgada.
Última notícia do reino: a segurança londrina é severa,
constante, atuante, tudo é monitorado por câmeras, não lhes escapa nada.
Sente-me a mão do Estado em toda parte cuidando dos seus súditos.
Diferente de um país ao sul da América do Sul onde bandido
governa, manda e faz e no ano de 2014 já contabilizou mais de 500 mortes por
violência urbana.
Em todo o reino da Inglaterra menos de dez.
Salve a Rainha.
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