VOCE É DE
DIREITA? DE ESQUERDA? OU DE CENTRO?
Tudo
começou em meados de 1789 na chamada Revolução Francesa. Napoleão Bonaparte, o
grande general frances e imperador, costumava sentar-se para reunião com os
membros de assembleia nacional e se dividiam entre os que apoiavam o Rei à
direita e simpatizantes da revolução à esquerda.
Mesmo
com a substituição dessa assembleia nacional por uma legislativa em 1791 e com
novos membros em sua totalidade a divisão oficiosa permaneceu conduzindo a uma
ideia de que os inovadores se postavam do lado esquerdo, os moderados mais ou
menos no centro e na ponta direita os defensores da consciência da
Constituição.
De 1789
para cá muita água rolou e muita besteira igualmente passou pelo ralo dessa
definição de esquerda, direita ou centro em termos políticos e posicionais.
Assim
como quem conta um conto aumenta um ponto, já diziam os antigos, a definição
das opiniões e atitudes de esquerda, direita ou de centro receberam versões diversas
conceitualmente ao redor do mundo.
Ao
ligarmos nossos aparelhos de televisão é muito usual percebermos que as
palavras direita, esquerda e centro são usadas para definir pessoas ou grupos
políticos.
De
verdade mesmo poucos sabem por que cargas d’água esses termos de orientação tem
a plenitude de definição/descrição ou perspectiva vigente de algum partido ou
personagem político.
Sempre é
bom recordarmos os tempos de Napoleão Bonaparte.
Naqueles
idos, a mencionada Assembleia Nacional Constituinte ganhava músculos políticos
frente às urgentes reformas que a França precisava.
Em
linhas gerais, o governo daquele país estava naufragado em dívidas que
alcançavam o pilar de sustentação econômico-financeira de boa parte da
sociedade francesa.
Entre a
cruz e a caldeira Luis XVI resolveu organizar uma eleição em que representantes
políticos votariam medidas inéditas que pudessem servir de esparadrapo para
tantas feridas e problemas.
Observava-se
que naquelas reuniões as vertentes políticas se percebiam tridimensionalmente
espalhadas no espaço. Na ala da direita os donos de terra, burgueses
enriquecidos, pessoal do serviço público real e algumas pessoas do cunho
religioso se negavam a qualquer tipo de mudanças que atingisses seus
privilégios enraizados.
No lado
oposto pelo vértice os membros da pequena e média burguesia e demais
simpatizantes buscavam enxergar no horizonte amplas reformas que pudessem
resolver os graves problemas nacionais.
Entra
ano sai ano, os próprios atos que fixaram suas marcas no processo
revolucionário frances ganharam de brinde a adoção de termos direita, esquerda
e centro segundo aquela divisão espacial das opiniões da Assembleia Nacional.
Ficou
mais ou menos assim: à direita os grupos de defesa dos interesses que estavam
em domínio e a conversação na geladeira das facilidades e mordomias das elites;
de outro lado, à esquerda, ganharam uma bússola reformista com base na
conquista de benefícios às classes sociais, digamos, menos favorecidas.
O foco
no governo central e sua política à direita ou à esquerda definiriam os grupos
de oposição frente ao “status” do poder que estava no momento sentado no trono.
No
Brasil, claro, a definição desses dois grupos antagônicos, eu diria três não
esquecendo os grupos de centro, se perdeu no tempo e ganhou conotações
enfadonhas e errôneas.
O
governo de direita recebeu definições grotescas quando veio o período militar
como sendo um poder que aliciava, matava, torturava e colocava todo mundo preso
ao menor sinal de descontentamento.
Os que
não aceitavam essas amarras logo receberam a indicação de que seriam de
esquerda porque queriam a liberdade, a fraternidade, a sociedade comunitária e
um lindo céu cor de rosa.
Nada
mais coloridamente falso.
Alguns
partidos compraram na esquina os direitos autorais da oposição, especialmente
depois da distensão pós-período militar extinto, para cumprir um papel de
representante maior dos sonhos de liberdade colocando a direita política como
sinônimo de matadores de crianças, perversos, facínoras e monstros azuis.
O que
era oposição virou situação e inverteram-se as ideias ou ideais.
Na
verdade, busca-se hoje na esquerda brasileira um patamar de bem estar social,
proclamação das liberdades amplas e justiça tentando eliminar as instituições
que fornecem os pilares de países livres.
O
socialismo colado como tatuagem à esquerda brasileira quer se reportar a um
tempo de criação dos ideais de organização econômica, capitaneando a
administração com estandartes da propriedade pública ou coletiva dos meios de
produção. Com isso, correndo paralelo, a distribuição de bens dentro de uma
sociedade amalgamada pela igualdade de condições e oportunidades e os
consequentes meios para todas as pessoas.
O
cenário de fundo revela-se colorido com um papel de parede igualitário de
compensação.
Dentro
desse prisma, estados totalitários foram criados e o socialismo está no seu
ocaso quer queiram ou não, mesmo que no Brasil alguns abestalhados amamentem
essa estupidez de cópia circense de furúnculos governativos sob um guarda-chuva
de iniquidades, inconformismo, deformações sociais, deturpação dos valores sob
uma flâmula de bem estar social.
Governos
menores como Coréia do Norte e Cuba, por exemplo, admirados à exaustão por pessoas
que acreditam que distribuição de oportunidades, tal como acontece nesses
países, faz bem à saúde.
Geralmente
o socialismo imperial reflete a sombra do chicote e o açoitamento das
liberdades individuais, além de provocar mortes em profusão cataclísmica pela
simples oposição de ideias.
Enquanto
isso os partidos nacionais brasileiros, ditos de direita, nada fazem, tem medo
do debate e do eleitorado.
Qualquer
Zé sabe que o brasileiro médio é conservador.
Por
definição seria idiota pensar que a maioria do povo brasileiro é de direita?
Todas as
vertentes querem a mesma coisa, o tal bem estar social, um estado organizado,
economia correndo em alta velocidade, pleno emprego e qualidade de vida.
Só que a
direita nascida na definição francesa nunca quis um resultado de eliminar os
estatutos da sociedade moderna calçado nas instituições fortes, representativas
e onipresentes.
O debate
começa aqui. Quem tem razão?
Acovardaram-se
os partidos de direita brasileiros porque ficaram águem das ideias modernas,
arrojadas e ventiladas. Ficaram à mercê de uma esquerda burra, entupida com
fraturas expostas da liberdade deturpada dentro de programas de governo
meramente ocasionais e inconsequentes.
A
esquerda apossou-se de um marco regulatório que define, por natureza, a direita
como sendo sinônimo de homens das cavernas e seres incompletos que querem
resgatar regimes de exceção na base da paulada.
Enquanto
isso na sala de justiça......o Brasil transforma-se rapidamente sob a égide de
um regime que atua na calada da noite derrubando as bases institucionais uma a
uma.
Estamos
na hora de começarmos esse debate urgente antes que esse país acabe soçobrando.
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