GOLPE NA DEMOCRACIA
PARTE UM
Prezados
leitores e amigos. O texto abaixo é propositadamente um pouco mais longo que o
habitual. Perdoem-me pela extensão, mas se faz absolutamente necessária. Tomei
a liberdade de colocar partes 1 e 2 para que possam retomar a leitura no ponto
exato.
Vários
golpes baixos ilegais podem ser aplicados no UFC. Alguns exemplos desses golpes
baixos: morder, cuspir no adversário, puxar os cabelos, golpear na espinha e
vai por aí afora. A democracia é um adversário relativamente novo no Brasil e
sem muita experiência do ringue.
O
primeiro grande golpe aplicado à democracia é o acorrentamento da imprensa e o
combate à informação livre. Controlar a informação é um crime capital que
governos obesos em suas aspirações politiqueiras aplicam na garganta da
democracia para angariar facilidades e a conquista do poder.
Já
não é de hoje que os governo quer sejam de direita ou de esquerda no Brasil
sonham em emudecer as bocas pensantes e falantes pelos quatro cantos querendo
monopolizar manipulando informações distorcidas, corrompidas, falsas e com
objetivo político estranho a todo brasileiro que tenha um milímetro de vergonha
na cara.
Falo
dos governos de direita e esquerda como sendo a mesma coisa de propósito. Não acredito
que nosso país estivesse melhor se o governo fosse um pouco mais à direita ou
de centro se a matéria prima, o homem público, o político não valem aquilo que
a gente desvia na calçada produto de um cachorro que comeu muito bem.
Os
governos de direita acham que servem para salvar o Brasil, os de esquerda
também, assim como outras definições de manual: centro esquerda, centro
direita, ultradireita ou ultraesquerda.
O
segundo golpe mortal na democracia é liquidar o bem público em geral, aquilo
que é patrimônio nacional quer seja uma empresa estatal, a Petrobras, por
exemplo, ou uma instituição como a justiça brasileira.
Em
governos abusivamente perecíveis na moral, na ética, que desafiam todos os
códigos penais brasileiros, que praticam crimes contra o interesse nacional o
uso da empresa estatal ou mista cumpre um papel de servir de ponta de lança nas
negociatas que são praticadas a céu aberto, com apoio da grande massa política
nacional disforme e sem coração público.
As
instituições, por outro lado, são tomadas de assalto para contemplar um cenário
de impiedosa impunidade, de complacência desavergonhada, meros cabides de
servidores comprometidos com o lado negro da força e o assalto à esperança
nacional. A justiça nacional cumpre esse papel.
Outro
golpe fantástico que poder ser aplicado na democracia, tipo cuspir na cara do
adversário no UFC, é ultrajar definitivamente aquilo que serve como um
depositário de informações cruciais de quanto somos, quanto comemos ou
gastamos, como vivemos e quantos de nós estão sem emprego. O Instituto de Geografia e Estatística fazia
isso em suas quase 80 anos de existência.
O
IBGE tem um histórico respeitável na coleta de dados que vêm ajudando o país a
se conhecer de perto, facilitando planejamentos de ordem macro econômica, mas
também no ambiente social e político.
Sua
presidente, Wasmália Bivar, é um dos personagens que pratica o crime contra a
nossa democracia a mando de interesses políticos eleitoreiros do governo
federal.
A
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua passou pelo crivo
do planejamento durante oito anos e mais cinco de testes até que o primeiro
resultado foi publicado em Janeiro de 2.014. Traduzindo em miúdos: o trabalho
era sério, testado, avaliado, justo, perfeito, prático e super apurado.
A
massa de dados é obtida junto a mais de 3.500 municípios brasileiros em todo o
território nacional em detrimento da pesquisa anterior, dita restrita, que
analisava dados apenas de grandes cidades e capitais.
Para
melhor entendermos essa pesquisa vamos buscar as informações dentro do próprio
IBGE: a pesquisa Pnad obtém informações anuais sobre características demográficas
e socioeconômicas da população, como sexo, idade, educação, trabalho e
rendimento, e características dos domicílios, e, com periodicidade variável,
informações sobre migração, fecundidade, nupcialidade (taxa casamentos), entre
outras, tendo como unidade de coleta os domicílios. Temas específicos
abrangendo aspectos demográficos, sociais e econômicos também são investigados. (Fonte IBGE, acesso site 20/04/2014).
O problema é que os dados divulgados em Janeiro de 2014
trouxeram uma dose de pimenta no molho do governo acima da capacidade de
digestão quanto aos números do desemprego que atingiu uma marca preocupante de
7,1% contra 5% na pesquisa mais restrita.
Deu correria no Planalto. Era preciso esconder esse dado
urgente.
Ao invés do lógico que seria o governo investigar as causas
do aumento de dois pontos percentuais no quesito empregos resolveu matar o
anunciante ou o jornaleiro que trouxe a notícia nas manchetes. Atitude bastante
idiota.
Wasmália Bivar inventou uma desculpa estúpida, e eu coloco esse
adjetivo porque ela era até então figura de carimbada competência e
autenticidade, para esconder a resultado sobre o desemprego no cofre e atender
aos pedidos desesperados do Planalto que não queriam ver números negativados
com as eleições logo ali.
Bivar usou imaginação para dar suporte à sua mentira que o
método utilizado seria falho por ter deixado pesquisa sobre renda familiar cuja
utilidade só seria pertinente em 2016.
PARTE DOIS
A presidente do IBGE também alegou que fizera uma leitura
pouco atenta nas regras da pesquisa divulgada em Janeiro último. Lembrando que
o método ficou em gestação oito anos e mais cinco em testes.
Wasmália decretou, então, que abortaria toda e qualquer
tentativa da divulgação dos números da pesquisa Pnad.
A tropa de choque do governo já provocou baixas de magnitude
máxima na escala desse terremoto: a diretora de pesquisas do IBGE, Márcia
Quintsir, e a diretora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Denize
Britz, dois dos maiores baluartes da escola de Geografia e Estatística do
Brasil.
Elas mesmas e mais 45 funcionários do alto escalão do IBGE
assinaram documento contestando a necessidade da revisão das regras e afirmam
no documento que a decisão de Wasmália foi apenas servir-se de capacho para
Miriam Belchior, ministra do Planejamento a mando de Gleisi Hoffman, a toda
poderosa senadora, igualmente um elemento servil palaciano que apenas recebe e
cumpre ordens.
O ataque ao IBGE, repito uma ferramenta imprescindível da
democracia brasileira, não foi o primeiro organizado por esse governo que está
ai.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
anteriormente um centro de pesquisa de excelência independente e na produção de
conhecimento de alto nível hoje cumpre um papel terciário dentro da estrutura governativa.
Foi desmontado e serve apenas como mais uma ferramenta de
divulgação do pensamento linear que faz hoje a marca dos nossos tempos de
governança divorciada dos maiores interesses nacionais.
O Ipea lançou sua franquia em terras venezuelanas, mas nada
produziu até agora sobre dados da tirania chavista/madurista se prestando a
divulgar bobagens sem maior importância.
O Ipea fez sua estreia desastrosa no cenário da pesquisa de
opinião e emplacou uma vergonhosa panaceia ao divulgar erroneamente pesquisa
que mostrou que 65% dos brasileiros concordam com a máxima que mulher que se
exibe demais quer mesmo ser estuprada.
O correto era 28% dos brasileiros apenas. A lambança provocou
a queda do diretor de estudos e políticas sócias do Instituto lambão.
Não é de hoje que o governo aplica o uso sistemático da
mentira, faz maquiagens em números da economia, da criminalidade utilizando
técnica infame de marketing comercial mudando a visão dos números para tentar
enganar os incautos, tipo preço de comida self service: R$ 150,00 o quilo
mudando para R$ 15,00 a cada 100 gramas.
Mascarar índices, detonar estatísticas, liquidar com
instituições sérias como o IBGE, matar a pauladas a Petrobras, segurar aumentos
de preços que um dia liberados serão a pá de cal em nosso meio de vida como,
por exemplo, os preços de combustíveis e energia elétrica, maquiar a
carnificina da nossa saúde pública.
Nossa democracia morre a cada dia nessa luta desenfreada pelo
poder e um meio de vida conquistado no sofrimento do povo e seu eterno
desengano.
Democracia eu quero uma para viver.
Não precisa ser PhD em nenhuma ciência mágica para perceber
que de agora em diante quaisquer dados que venham a ser divulgados haverá
sempre a poeira da política inflando ou encolhendo os resultados das pesquisas
IBGE ou IPEA dadas às ventanias políticas reinantes do momento.
Mais uma Instituição séria que virou pó na mão desse governo
absolutamente paranoico em manter o poder nas mãos garantindo, assim, a
perpetuação da máquina de arrecadar dinheiro e riquezas para interesses
privados, objetivo maior da governança brasileira.
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