JORNAL PENA LIVRE

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CIDADAO ENVERGONHADO

















CIDADÃO ENVERGONHADO

Acabei de voltar dos Emirados Árabes Unidos após período de férias e senti-me compelido a escrever alguma coisa sobre o que é viajar para aquela parte do mundo.
Uma viagem aos Emirados Árabes Unidos. Talvez muitos sonham com isso e poucos conseguem realizar, não por conta de preços, mas talvez por falta de conhecimento do que este lugar pode oferecer. Às vezes é necessário um testemunho de quem já tenha ido para conclamar os pontos e fortes de um lugar como os Emirados Árabes Unidos ou simplesmente, EAU.
Os preços são confessáveis como extremamente atrativos para o público em geral e mais baratos que muitos destinos europeus ou americanos badalados e tidos como os melhores lugares do mundo para turismo.
Empreender uma viagem para mim não significa somente o entretenimento e a diversão pura e simples. Claro, em férias sempre buscamos o sol, o cenário típico onde podemos nos integrar, boas refeições e facilidades, bem como o bom atendimento.
Vou sempre além desse ponto de apenas desfrutar. Viajar na minha visão própria significa aprendizado, curiosidade, compartilhamento de culturas, a busca do conhecimento histórico do local e sua inclusão geográfica.
Fiz exatamente isso. Pesquisei a essência da vida nesse pedaço do mundo, procurei dedilhar seu passado de lutas, glórias e derrotas e consegui absorver o que há de melhor nos EAU - (Emirados Árabes Unidos).
Isso nos remete a pergunta...Como algumas pequenas vilas árabes se transformaram no atual conglomerado de 7 nações vivendo juntas e unidas desde o dia 2 de dezembro de 1971, data esta que felizmente pude compartilhar localmente e assistir pessoalmente os 40 anos do tratado de União dos EAU sentindo a vibração do povo árabe da região.
Eram regiões poeirentas ao lado das águas do mar pobres como qualquer outra vila africana. Como um dia isso tudo se transformaria em grandes cidades modernas e que crescem a olhos vistos todo dia como, por exemplo, Dubai e Ab Dhabi?

Um pedaço do mundo esquecido cheio de piratas, guerreiros santos e ditadores que há muito estiveram no poder.
Dubai, Abu Dhabi, Sharjah, Ajman, Umn Al-Quwain, Ras Al-Khaimah e Fujairah (os 7 emirados) que um dia não tiveram água, ar condicionado, rádio ou estradas, perdidos no tempo e no espaço condenados à solidão encolhidos num braço de mar, hoje acolhem em quarenta mil quartos de hotel com quase 350 unidades hoteleiras para todos os níveis e bolsos. Hotéis entre os mais luxuosos do mundo, dos mais caros e com até sete estrelas (único no mundo). (Burj Al-Arab).
Enquanto outras nações no mundo lançavam naves ao espaço as pequenas vilas viviam da pesca, busca de pérolas perdidas em sonolentas tardes quentes.
Os que ali moravam sentiam-se confiantes na governança das famílias dominantes que filosoficamente tinham três diretrizes simples: o que é bom para o mercado é bom para o vilarejo, abrace os visitantes não importando que religiões sigam e, finalmente, voce não pode ganhar se não correr riscos.
Perdoem-me se ficar o texto um pouco extenso, mas acho necessário para entender o que quero dizer.
Nesse ponto eu pergunto como as sete vilas conseguiram se unir e construir magníficas cidades cercadas por areia, deserto e as águas do Golfo Pérsico?
Porque aqui no Brasil com toda sua capacidade de gerar riquezas ainda sobrevive na idade das trevas?
Confesso fiquei enojado sobremaneira ao retomar minhas assinaturas de jornais, interrompidas durante o período de férias, para descobrir que seguimos na mesma batidinha do oitavo ou sétimo ministro ladrão e seus miquinhos amestrados fotografados pilhando nosso dinheiro.
Fique com dor no estômago ver que o enésimo motorista alcoolizado que atropelou uma mulher idosa matando-a instantaneamente em cima da calçada enquanto caminhava tranqüilamente e o motorista, filhinho de papai, caçoando da desgraça alheia tendo a lei aos seus pés para cuspir naquilo que acreditamos como justiça e providência.
De que forma um trecho horrível do deserto de transformou numa Meca de turismo, não só isso.
Quem pensa que lá a economia esta cercada pelo turismo está triangularmente enganado.
Os EAU têm hoje os maiores hubports do mundo, economia capitalista, empresas do setor de informática, prestação de serviços, comércio gigantesco, indústrias de toda sorte, mídia e vai por aí afora.
Como jornalista usei meu olhar mais crítico e fui buscar algumas respostas que são simples e que servem de exemplo ao Brasil que quer um dia figurar entre as nações mais desenvolvidas do mundo.
Se com um pouco de areia, imaginação, esforço o povo árabe dos Emirados pode hoje extrair ouro do nada, porque aqui cercados que somos de riquezas imensas não conseguimos sair da caverna?
Ah, mas lá tem petróleo. Não tem não. Dubai (um dos emirados) não tem mais, somente em Abu Dhabi (outro emirado dos sete que compõe a lista).
Riqueza que brota do chão não depende do que tem lá embaixo e sim como é administrada lá em cima. Petróleo por petróleo nós também temos e de montão e de que adiantou isso se tem pobre a dar com pau pelas esquinas do Brasil e somos ainda uma nação atrasada no bonde da história?
Adiantou alguma coisa camada pré-sal etc e tal se a população vive hoje cercada de chiqueiros que o governo chama de hospitais?
O exemplo está ai. Lula quando se viu doente correu buscar o SUS. Hahahaha!!!
No livro de Jim Krane, Dubai a história de, livro que estou traduzindo para o português no momento, mostra a seqüência de fatos que levaram os EAU a ser o que são hoje.
A conclusão é óbvia.
Só se consegue construir um país como os EAU com idéias boas, uma excelente administração, bastante suor, compromisso, bons governos e poucos ladrões a surrupiar a grana de todos. Simples. Lá se roubar corta a mão. Imagine quantos manetas estariam a circular pelas ruas hoje não?
A EMBRATUR deveria lotar um avião de “entendidos” em turismo para ver in locuo como se faz turismo por lá, como se constrói uma infraestrutura capaz de dar atendimento às necessidades das pessoas que vem e que vão, como se faz um aeroporto sem roubar e grande o suficiente para não entupir de gente como os nauseabundos aeroportos nacionais.
Como administrar, via projeto diretor, cidades grandes como SP e Rio.
O que mata o Brasil é que a administração pública trabalha com o espelho invertido trabalhando em prol de interesses mesquinhos e foras da lei, quase sempre.
É o padeiro tomando conta do comércio exterior, o verdureiro sendo pinçado para administrar um ministério do turismo, um açougueiro para comandar a pasta do planejamento todos colocados ali por padrinhos políticos fortes, às vezes oriundos de famílias incrustadas no poder desde o tempo de Noé, roubando, falsificando, traficando poder e influência utilizando uma cesta básica de falcatruas e falácias.
Com o devido respeito aos padeiros, açougueiros e verdureiros profissões mais úteis a mim do que milhares de políticos enfardados.
Não dá para brincar de fazer país. Não temos mais tempo para isso.
De outro lado, uma cultura nacional voltada para os mais espertos, tirando vantagem de tudo o que for possível, colocando seu interesse pessoal acima do interesse de todos, a péssima educação de berço sem lastro de passado e sem valores.
Uma sociedade pobre espiritualmente que reza muito de um lado e tira vantagem do vizinho de outro, pregar aquilo que nunca se faz.
Claro que os EAU tem lá suas roupas sujas para lavar. Inegável.
Nem tudo lá são flores e perfumes.
Mas, não viajei até lá para ver o errado e sim para observar o que deu certo.
Está mais do que na hora de parar de brincarmos de governar um país, é chegado o momento de adotarmos um padrão de honestidade que não nos é cabido no presente, tomarmos o poder dessa gente que nos fere a todo instante com sua sanha de impostos sem vergonhas, muita cara de pau e utilizando todos os pecados e crimes contra todos nós que somos patriotas e queremos ver o Brasil tomar seu lugar na história, não como um país conhecido no exterior como de macacos que vivem em árvores, mas de um povo com vergonha na cara e vontade de fazer o certo.
Basta querer.


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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 16 de dezembro de 2011. email: lopesmagno@gmail.com