JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 29 de setembro de 2009



AÇAÇINATO NA LINGUA PORTUGESA

À nível de matanssa. a nossa língua portugesa tipo morte morrida vai bem.
A gente sabe que se a gente pega tudo isso e tenta falar a gente acaba não tendo mais geito de falar mais assim.
Tipo novela sabe que fala que se a gente tivesse dinheiro eu comprava uma lanxa super esporte. Comprava onde? Compraria não seria o correto?
A gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente percebemos que se acabaram-se os pronomes do tipo eu, tu, ele, nós , vós e eles.
No sul tipo tuvai ao baile? Naum acho que naum.
Eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que, eu acho que se a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente, a gente do tipo contexto sabe?
Não dá para entender dá para rolar de novo?
Cric na televisão e lá vem as boba da guria da novela das oito: - olha do tipo se eu estava apaichonada com ch mesmo eu dava um beijo nele, mas tipo me traiu e ai não tem naum tem mais. Nesse caso amiga o contexto bom eu acho que...bom sei lá.
Tá rolando aqui e ali, taki, tali e tacolá.
Taca fogo aqui Mané, bom eu acho que tipo lição de casa sabe ninguém mais escreve apenas grunhi.
Falando sério, amigos e amigas. Estamos assistindo a uma verdadeira guerra armada para aniquilar de vez a nossa língua pátria.
Os pronomes já não são usados substituiu-se tudo pelo remédio genérico do “a gente” a gente isso e a gente aquilo, “a nível de” virou moda até para academia brasileira de letras, quando alguém quer dar uma de metido a escrever difícil já vem forrando o texto com os ignóbeis “a nível de”. “Eu acho que” não pode faltar a nenhum discurso sério e o “com certeza” é a nova coqueluche do momento e, para lapidar ainda mais o diamante da língua, os entendidos e metidos a bestas abusam do “contexto” tudo tem que estar dentro dele como se fosse uma lixeira.
A cultura das novelas acaba ditando o comportamento da língua. Eles são a linha de frente do assassinato do português no Brasil, seguidos pelos fazedores de discursos oficiais, eleitorais etc. Os livros de português seguem a rotina trágica de ensinar desde cedo os alunos, principalmente do nível primário, que falar corretamente não precisa mesmo porque a gíria acaba dando seu ar da graça nas mãos dos palavreados desconexos do internetês.
Nas ruas o que se ouve são grunhidos permeados com algumas palavras ainda reconhecíveis da velha língua que é a mais completa do mundo, a mais perfeita e a mais bela com termos que só temos nela e em nenhuma outra língua existente como a “saudade”.
Nos programas matinais as louras celestiais promovem a sua parte na matança contribuindo diariamente para a expansão crônica do “a gente isso e a gente aquilo outro”, a nível de, eu acho que e no contexto, claro, com certeza.
Não escapa nada, nem os discursos presidenciais carregados de gíria de rua, palavreados chulos e quando não, palavrões.
O tempo verbal foi morto com um tiro no peito certeiro. O presente do indicativo rimando com o subjuntivo, pretérito perfeito e imperfeito ninguém mais tem usado corretamente.
O gerúndio dando idéia do passado e do futuro e não de uma continuidade da ação.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles estão enferrujados todos eles foram substituídos pelo infame “a gente” faremos, a gente fizemos.
Não era para se esperar nada diferente disso.
O governo promove uma educação que aos poucos transforma nossa sociedade numa massa irregular sem possibilidade de lapidação, as escolas endossam a procuração do Estado para contribuir também para “a nível de” tipo destruir em dupla tudo o que for correto falar a estudar.
Já tem livro sendo distribuído na rede pública de ensino com tarja “proibido para menores de 16 anos” tamanho o emprego de palavrões, erros grosseiros, o pendor para uma idéia totalitária, politicamente incorretos e com requintes de extrema xenofobia e racismo.
Quem deveria selecionar a publicação dos livros didáticos para a rede pública de ensino também curte “a nível de”, “tipo”, “com certeza”, “eu acho que “ dentro do “contexto”, logo “a gente” não selecionada nada e vai tudo sendo comestível pela safra de alunos também idiotizada pela cultura da novela das oito.
Deste teclado solitário observo que, seguindo uma lógica natural, tão logo consigamos perceber estaremos nos comunicando com a linguagem dos cegos. O fim da língua aproxima-se rapidamente. A próxima geração muito provavelmente nascerá com as cordas vocais sem qualquer utilidade a não ser pequenos grunhidos para pedir comida ou coisa que o valha.
Jason e sua serra elétrica estão soltos pelos corredores da língua portuguesa, com certeza.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009


BURRADA EM HONDURAS

Socorro pessoal! Ajudem-me a descobrir um lugar seguro para colocar meu rosto cheio de vergonha por conta da nossa política externa brasileira, que só é boa mesmo para fazer mirabolantes lambanças pueris.
Pergunto o que nós estamos fazendo em Honduras acobertando Manoel Zelaya, um homem pitoresco como tantos em nossa América das Bananas? Em que cruz os brasileiros jogaram pedras para ter esse comportamento das nossas autoridades que cuidam das relações exteriores considerado único na história das relações internacionais?
Quem deu autorização para o governo brasileiro dar cobertura a uma insana caravana de Hugo Chavez em sua tentativa de corromper todas as democracias que mal e porcamente funcionam na América do Sul?
Nossa embaixada brasileira em Tegucigalpa (capital de Honduras) virou palco de circo de pulgas tendo como palhaços principais a nossa política externa, Zelaya, um golpista Roberto Micheletti e Chavez pilotando a coisa toda por trás.
O contexto da lambança brasileira, neste caso, provoca risos no mundo civilizado e no cenário das políticas que abrangem as leis concernentes às embaixadas instaladas como sendo territórios livres dos países de origem.
Vale lembrar que o Brasil não possui relações comerciais com Honduras basicamente um país exportador de bananas, cujo único comprador são os Estados Unidos. Essa seria mais uma razão para não ter aberto as portas da embaixada para um lunático, que se diz pressionado por forças de um grupo de mercenários israelenses denotando um pendor para esquizofrenia crônica.
Além disso, Zelaya, a reboque de Chaves e outros aleijões políticos sul-americanos que se perpetuem no poder a golpes de facão nas democracias dos seus países de origem, estava querendo fazer o mesmo por influência do presidente venezuelano, visivelmente doutrinando e cooptando outros políticos na selvageria política do cone sul.
Lula e seu ministério das “inrelações” exteriores colocaram a colher de pau no mingau alheio de forma absolutamente cretina acreditando na barca furada de Zelaya que quer mesmo se transformar no primeiro Chaves centro americano.
Não é de hoje que o setor que cuida das relações exteriores no Brasil comete atos das mais absolutas molecagens que se possa registrar deixando este País num desconfortável lugar de destaque em provocar gabolices infantis, senão vejamos alguns exemplos:
v Na eleição do diretor-geral da Unesco o Brasil apoiou um sujeito chamado Farouk Hosny, notório anti-semita e ministro de uma ditadura sanguinária durante vinte anos, isso em detrimento da candidatura de um brasileiro super competente, Sr Marcio Barbosa;
v Reeleição do presidente do Irã. Lula e Cia convidaram Mahmoud Ahmadinejad para visitar o Brasil e condenou as manifestações por democracia em Teerã deixando, desta forma, o Brasil usando uma micro saia rasgada perante os países não alinhados com o Irã;
v Disputas comerciais com a Argentina: o ministério das relações exteriores aceitou a pressão dos hermanos contra as exportações brasileiras ao invés de exigir, sim, o cumprimento dos acordos assinados há tempos;
v Itaipu, hidroelétrica construída com nosso dinheiro, o Brasil se permitiu rasgar o tratado assinado em 1973 e aumentou o preço da energia cedendo às pressões do governo paraguaio. Não deveria ter mudado nada;
v No conselho de direitos humanos da ONU o Brasil agiu vergonhosamente votando ao lado de ditaduras como a chinesa e a cubana para bloquear resoluções que impliquem numa severa condenação aos países que violem os direitos humanos. Deveria, sim, ter tomado uma postura de absoluta intransigência no tocante a promoção da defesa dos direitos humanos pelo mundo afora;
v Construtora Odebrecht. O presidente Rafael Correa (Equador) seqüestrou os bens da empresa e ainda por cima prendeu quarto diretores da empresa. Mais uma vez a covardia brasileira deixou a coisa rolar abandonando a empresa à sua própria sorte em contrário a levar o caso a um tribunal internacional;
v Bolívia: o fanfarrão presidente Evo Morales nacionalizou as refinarias de gás natural da Petrobrás e o Brasil o que fez? Deixou prá lá e vendeu as refinarias a Bolívia por preço de pinga ao invés de fazer sentar Morales num banco de um juizado internacional e exigir penalidades e indenizações.
A infantilidade e a fanfarronice tomaram conta dos responsáveis pelas relações exteriores brasileiras. Tudo foi tomado de assalto por figurinhas do cancioneiro petista arrolando o país inteiro em vergonhosas atuações mundiais esquecendo de que esse setor tem que ser tocado por gente séria e inteligente.
O resultado da papagaiada tupiniquim em relação a Honduras o Brasil acabou rasgando todos os manuais de como tocar uma embaixada no estrangeiro: provocou distúrbios e ainda está incitando a desordem no cenário político daquele paiseco miserável, permitiu que o governo hondurenho cortasse água e energia elétrica do prédio da embaixada brasileira, um caso inédito nas relações internacionais, apoio às maluquices de Chavez que não abriu as portas de sua própria embaixada deixando o coco de cachorro bater na sola brasileira.
Já tem algum zumbido no ar sobre Lula querer tentar de novo idealizar consulta popular para alterar a constituição permitindo sua reeleição em moto perpétuo, coisa monstruosa se for levada a cabo. Portanto, amigas e amigos conclamo a todos ficarem com os sentidos mais que antenados para as nuances da coisa toda que cheira a golpe em cima da nossa democracia.
Tem alguém por aí sonhando um dia ser um Chavez da vida e repetir suas travessuras rasgando democracias pelo mundo sul-americano afora, imagina-se perpetuado no poder junto com seu séqüito de seguidores e bajuladores de toda sorte. O poder acima de tudo.
O reflexo de tamanha molecagem internacional está ai relatado para quem gosta de finais infelizes ou curte saber como se detona as relações externas brasileiras nas mãos dessa molecada irresponsável.



sábado, 26 de setembro de 2009


IMPÉRIO CONTA ATACA

Mais um ano se passa e estamos novamente assistindo uma greve dos bancários. Pelo enésimo ano seguido a queda de braço entre banqueiros e bancários é reflexo de um sistema que não contempla o lado social do negócio. Tanto os bancos públicos como os particulares seguem a mesma ladainha de execrar a classe que sofre muito pelo infortúnio de anos seguidos partir para a luta da greve.
Desde os tempos de Cabral que a industria bancária tem seu lugar no Olimpo custe o que custar ou haja o que houver, em tempos fáceis ou difíceis o governo acolhe esse ramo da economia com mimos e favorecimentos explícitos.
Aqui nestas paragens se pratica lucros obscenos, vergonhosos e cada vez maiores alcançando as estrelas, enquanto os verdadeiros geradores dessas riquezas, os bancários humildes correndo atrás das metas descabelados e com muitas contas para pagar, observam e sentem cada dia seus salários diminuírem, enquanto os patrões esbanjam poder e lucros escatológicos.
A balança sempre pende para o banqueiro e ponto final. É a natureza da coisa. Justiça corre sempre velozmente para o lado de quem tem dinheiro, é a lei da selva tão real quanto a terra girando em torno do sol.
No fritar dos ovos o que há por trás deste sinistro cobertor misterioso sempre foi uma relação absolutamente incestuosa entre governo e industria bancária como um todo.
Um se financia outro se locupleta e assim a roda da fortuna gira a velocidade da luz. Quebrar essa corrente de relacionamento para todos os seres vivos do planeta é impossível.
A coesão das ações perpetradas contra a classe bancária transcende a boa razão e acaba no lamento único de trabalhadores como outros quaisquer sujeitos a horários, metas, cobranças etc. O fator saúde dos bancários caminha rapidamente para uma pandemia de casos e mais casos de efeitos colaterais altamente prejudiciais. As licenças médicas estão em moda. Casos de depressão se tornaram comuns, bem como stress, acidentes vasculares cerebrais, enfartes e vai por aí afora.
Uma atividade tão insalubre nos dias de hoje quanto pegar latas de lixo na rua.
São milhares de pessoas que voltam para casa em frangalhos de tanta pressão psicológica e tomam remédios para dormir, para acordar, para pressão, para enfarte, para viver.
Os charutos cubanos são acesos a cada divulgação de balanços semestrais. São colossais e altamente contaminados com sofrimento de gente como a gente. Na calçada a turbe dos quase famintos funcionários torcendo para cair alguma migalha da festa de nababo.
Este ano, diferentemente dos demais, o grupo dos banqueiros quer ainda alterar o pagamento da PLR para tirar mais lascas dos escravos e retirando dos bolsos destes mais de 1.2 bilhão de reais. Absurdo não fosse cômico.
De outro lado o que oferece afinal de contas um sistema bancário desvirtuado como o nosso em termos macroeconômicos?
Não empresta dinheiro para quem precisa, retira do mercado somas vultosas quase a custo zero dos depósitos à vista e os empresta a juros calamitosos, cobram um verdadeiro descalabro em termos de tarifas cobrando pelo ar que respiramos e nos devolvem, em contrapartida, máquinas e vozes mecânicas num atendimento cada vez mais distante do velho cara a cara.
Agências liofilizadas, aromatizadas, com luzes néon, propagandas onde as maravilhas do mundo são colocadas como promessas, belas paisagens, lindas histórias para tudo terminar em filas onde o gado permanece querendo um segundinho de atenção com preços baratos e não consegue. Alguns clientes só recebem a devida atenção se exibirem calhamaços de dinheiro vivo prometendo comprar tudo nas prateleiras, às vezes, com um lucro tão reduzido em face de uma verdadeira intermediação financeira capaz de render frutos para as duas partes. Essa a verdadeira razão da existência de um sistema bancário. Realizar a multiplicação da moeda favorecendo a economia gerando, desta forma, empregos e renda.
Se aqui essa idéia tivesse sido aplicada desde os tempos de Adão e Eva no paraíso certamente a economia brasileira hoje estaria entre as maiores do mundo girando um sistema que fomenta o crescimento.
No mais os bancários levam a luta ao extremo porque a classe banqueira assim deseja porque não tem coragem de uma negociação adulta nem oferecer o respeito ao trabalho de tanta gente honesta e corajosa.
Sai ano entra ano o consorcio bancário se une para esfolar a classe de baixo e luta para não querer pagar nada e tirar-lhe o pouco que já tem conquistado arduamente.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

LUTA LIVRE ESCOLAR


LUTA LIVRE – ENTRADA FRANCA

Quem gosta de assistir lutas do campeonato mundial da classe Ultimate Fighting basta sintonizar qualquer canal da rede aberta brasileira. Tem combates todos os dias nas categorias mulher x mulher, homem x homem e grupos misturados.
Vale tudo para esta competição: puxão de cabelos, arranhões, pontapés, pedradas, tiros e morte. Não paga nada e tem até patrocinador. Vamos estourar baldes de pipocas que hoje tem mais.
Quem leva o maior premio vai para a enfermaria ou necrotério.
A batalha naval que se constituí as brigas de alunos das redes pública ou particular transforma-se rapidamente numa síndrome sem paralelos.
São pega-pegas diários, lutas por bobagens irrisórias que levam muitos alunos a imaginarem-se no octógono onde são realizadas as lutas do Ultimate Fighting. Isso quando não são dados tiros mortais nos adversários.
As lutas são transparentes Raios-X onde escrutinamos uma coleção interminável das origens da violência estudantil mostradas nas chapas reveladas. Todas as origens, entretanto, são conectadas uma a uma oferecendo um diagnóstico muito sombrio.
Cada fator, que adiciona molho nesse tempero amargo, tem sua influência definitiva neste universo de sangue e porrada.
A começar do mais óbvio: a família.
Nota-se uma flagrante ausência de educação de berço nos alunos que se matam diariamente nas escolas pelo Brasil e no mundo. A violência já começa no lar. Pais ausentes, relaxados com a segurança e educação dos filhos, extremamente irresponsáveis no tocante ao fator material, permissivos em atos que seus rebentos praticam desde cedo e que deveriam ser completamente inibidos e não o são.
Quem não teve a oportunidade ou a desgraça de sentar-se num restaurante e ter aquele garoto infernal na mesa ao lado que faz barulho, corre desesperadamente até por debaixo das mesas, grita sem parar, esbofeteia até os irmãos?
Os pais assistem a tudo sem notar a péssima educação dos filhotes e se alguém chamar atenção deles os responsáveis pelos filhinhos são capazes de levar a todos do salão para as barras dos tribunais.
A farra das lutas nas escolas começa neste ponto. Fora do convívio do lar alguns meninos e meninas transformam-se rapidamente em bestas feras prontos para matar se for necessário ou mesmo se der prazer.
As vítimas são sempre as mesmas escolhidas a dedo. Geralmente o alvo é concentrado em alunos que se diferenciam nos estudos ou tem comportamento urbano aceitável, crianças ou adolescentes que se destacam pela beleza física, ou que possuem algum tipo de notável diferença sócio-cultural e os famosos desafetos amorosos.
Esse o fator mais importante que leva as crianças a agirem como gângsteres dentro e fora de casa.
Na hora da punição, que deveria ser exemplar, os pais colocam panos quentes e fica por isso mesmo. Quem tomou porrada que se lixe ou mude de escola.
Fator número dois e não menos importante dessa doença da luta livre de estudantes. A escola não está preparada para lidar com esse problema. Percebe-se uma falha terrível da contratação de responsáveis pelas crianças no cotidiano das escolas.
Os famosos bedéis (inspetores de alunos) são invariavelmente pessoas desqualificadas, mal remuneradas, mal treinadas e em número completamente aquém das reais necessidades escolares. Aplica-se a mesma ladainha: se os bedéis derem um pito sequer neste ou naquele aluno(a) os pais chamarão o inspetor para responder processo por isso ou aquilo outro tirando a autoridade que se faz necessária para o mantenimento da ordem escolar.
Os pais não admitem transferir sua autoridade policial para outra pessoa impondo um empecilho de difícil transposição na hora de educar os violentos dentro das escolas.
O terceiro fator: a mídia em geral. Ela propagendeia demais esse caso para assegurar alguns pontinhos no Ibope. Basta acionar algum canal onde uma notícia desta natureza é veiculada. Há uma certa sensação de que os atos violentos escolares são revestidos de um heroísmo invisível e uma coisa a ser incentivada. Reparem que quanto mais cenas dessa violência, mas elas aparecem. Quem tem pendor para atos violentos tem esse incentivo de ficar famoso na tv ou no youtube e aí parte para a pancadaria barata e de graça.
Quarto fator: sistema de ensino. O que é adotado atualmente provoca um lapso terrível de modelo de ética, moral e civismo. O governo acha que educar é somente ensinar a somar e escrever. Não se preocupa em adicionar valores aos estudos nem acrescentar parâmetros de conduta em práticas saudáveis e consagradas há muitos séculos através de matérias hoje abandonadas.
O sistema atual é excelente em provocar a indiferença pelos estudos e o completo desinteresse pela escola em si, o desprezo pelo certo com a cumplicidade estúpida dos pais que movem moinhos para proteger seus lutadores, digo filhos.
Para que a sociedade consiga dirimir esse problema tem de atacar os fatores sem medo de errar. Nada adianta colocar mais inspetores se na jaula doméstica a fera é bem treinada e incentivada pelos responsáveis a agir como trogloditas.
Também vai soar inócuo colocar mais muros, mais grades nas escolas. Não é cercando o leão que ele deixa de agir como um.
Finalmente, as famílias devem tomar pulso forte imediatamente corrigindo o erro principal de sua incapacidade de lidar com seus briguentos(as) filhos(as) dando a eles o caminho do democrático diálogo para que eles tenham chance de resolver no futuro suas diferenças na base da saliva e não da bala do revólver.
Caso ninguém tome uma atitude restar-nos-á rezar para que isso não se alastre como pandemia de gripe suína.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MARMELADA A 300 KM/HR


Bons tempos não voltam mais. Que pena. Acompanho corridas de F1 desde a época dos famosos garagistas e os entusiastas da categoria com seus velhos motores que não eram capazes de gerar nada mais que 160 cavalos vapor.
Grahan Hill, Colim Chapman, Jackie Stuart, Emerson Fittipaldi e outros brilhavam nas pistas com seus bólidos coloridos encantando nossas manhãs de domingo.
Depois vieram José Carlos Pace, Piquet, Senna e muitos outros.
Era um período de forte desenvolvimento daquilo que viria a ser o ápice da tecnologia em termos de automobilismo mundial refletindo, por conseguinte, na performance dos nossos carros de passeio.
Quantas coisas foram incorporadas pelas montadoras que hoje equipam os veículos pelo mundo recebendo, assim, o carimbo autenticador da F1 como um autêntico laboratório que corre a mais de 300 km/h.
Alguma coisa mudou desde as garagens cobertas de graxa e peças espalhadas pelo chão. As salas de UTI extremamente esterilizadas que assistimos hoje nas escuderias, macacões absolutamente impecáveis, capacetes antichama, balaclavas (gorro utilizado pelos pilotos feito de tecido que resiste ao fogo), chão brilhante de limpeza e carros milionários, não é capaz de esconder para debaixo do tapete as falcatruas cometidas dentro dos campeonatos e as fraudes perpetradas por homens chave deste tipo de show.
Quem não se lembra das baixarias com o favorecimento a Schumaker na equipe Ferrari prejudicando seriamente o brasileiro Barrichelo?
Ou então os escândalos que me impressiona também. Como a do presidente da FIA, Max Mosley gostar de transar com mulheres sendo chicoteado, mordido e espancado por elas.
Atitude mais que sadomasoquista.
No rico cenário da briga das montadoras vale tudo para conseguir emplacar carros mais rápidos e conquistar o título individualmente e por equipe. Dentro desse jogo de interesses muitas escuderias lançaram mão de mecanismos de fraudes a céu aberto manipulando resultados, forçando a barra para este ou aquele piloto ser o favorito dentro da equipe como fazia a Ferrari, alterando a engenharia do carro em confronto com o regulamento, jogando sujo na pista e conquistando a cada dia um ódio dos verdadeiros amantes do show veloz como eu.
Nos tempos da Ferrari de Schumaker e seu companheiro de equipe Barrichello havia até a provocação da mídia com um novo símbolo que traduzia perfeitamente como era o funcionamento da equipe naquele momento. Schumaker carregando uma taça cheia de doce de marmelo sendo cortado por Barrichelo.
A marmelada comida por Barrichello alegremente traduzia claramente que esse prato era a sobremesa predileta servida após as corridas.
Durante a transmissão do Grande Prêmio de Spa, na Bélgica, Reginaldo Leme surpreendeu, ao afirmar que Flávio Briatore, chefe da equipe Renault, teria premeditado um acidente de Nelsinho Piquet, na época piloto da escuderia francesa.
Segundo o jornalista, Nelsinho Piquet e Flávio Briatore estão sendo investigados pela FIA, por ocasião de um acidente em que o brasileiro teria se envolvido, em 2008, que propiciou a entrada do “Safety Car” na pista, beneficiando seu companheiro de equipe, Fernando Alonso.
Reginaldo disse ainda que há rumores de que existiriam gravações em que ordens teriam sido transmitidas para que Nelsinho provocasse o acidente, ou a entrada do carro.
Visivelmente incomodado com a informação, Galvão Bueno estrebuchou no ar de forma arrogante com seu companheiro de transmissão Reginaldo Leme e tentou alerta-lo da gravidade desta notícia, e que o responsável por ela poderia arcar criminalmente se não tivesse provas do que estaria falando.
Não bastasse a notícia trazer uma bomba a discussão entre Galvão (com sua costumeira e empertigada arrogância se achando o dono da verdade) e Reginaldo no ar fez com que a Globo mandasse os dois calarem a boca e seguir com a exibição da prova.
Eu conheço esses dois não é de hoje. Reginaldo Leme foi e sempre será um jornalista que tem fontes de informação valiosas dentro do circuito de F1 e mais uma vez calou a boca de Galvão com sua contundente denúncia.
A Renault anunciou as saídas de Flavio Briatore, chefe da equipe, e de Pat Symonds, diretor de engenharia, poucos dias antes da reunião do Conselho Mundial de Esporte a Motor da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Como no circo se costuma dizer que o espetáculo tem que continuar aqui também a máxima se repete. Essa denúncia já foi devidamente comprovada nos exames de telemetria do carro de Piquezinho e pelas mensagens via rádio.
Resta agora a punição, que ao meu ver teria de ser severa a ponto de desestimular futuras falcatruas que estejam querendo colocar em prática por alguma outra escuderia.
Estão querendo aliviar para Nelsinho Piquet por força da pressão do papai tricampeão mundial.
Errado. Ele deu péssimo exemplo e deve ser banido do circuito da F1 bem como Flávio Briatore e seu maucarastismo peculiar e Pat Symonds o trio da safadeza articulada vergonhosamente.
Parabéns Reginaldo Leme. Galvão veja se da próxima vez escuta seu companheiro de trabalho que sabe muito mais do que vc possa imaginar e controle essa sua arrogância de papai sabe tudo.
Perdemos todos nós isso sim que assistimos uma fraude a mais de 300 km/h.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O BRASIL QUASE MUDO

Falar de Internet de alta velocidade no Brasil sem dar boas gargalhadas não é possível.

As empresas que exploram esse serviço são a ponta de um imenso iceberg de falcatruas, enganações e estelionato na área de comunicação brasileira.

Pobre do consumidor que tem que arcar com serviços pobres, lentos, caros e obsoletos.

Esse é o gancho onde quero fixar hoje minhas críticas severas a todo esse sistema que foi aqui construído para nos fazer de palhaços e colocar o Brasil num lamentável e “honroso” 38º lugar mundial da Internet mais ineficiente que possa existir.

Senão vejamos. O padrão da banda larga no Brasil por si só já é uma piadinha de salão na hora de sua definição: é considerada banda larga no Brasil conexões acima de miseráveis 128 kilobits por segundo, ou kbps/s, enquanto que na Europa para ser considerada banda larga tem que estar acima de 256 kbps/s e para a ITU (International Telecommunication Union) acima de 2 megabits por segundo.

Só tem um país com uma Internet pior que a nossa: Chipre. O melhor sistema mundial encontra-se no Japão onde um filme com qualidade dvd e com a média de duas horas de projeção leva míseros 11 minutos para ser baixado da rede mundial. O mesmo filme aqui demoraria mais de três dias para ser baixado.

As tecnologias mais avançadas observadas no Japão utilizam cabos de fibras óticas e aqui no Brasil ainda temos as velhas fiações de cobre com a tecnologia ADSL (linha de assinatura digital assimétrica) que até permite um download mais rapidinho, mas por ser considerada uma tecnologia de mão única de transmissão os uploads, (arquivos que nós transmitimos para outro computador), é mais uma piadinha de papagaio. É como correr na fórmula 1 montado num velocípede de brinquedo.

Não obstante a obsolescência do sistema nacional, seu preço absolutamente descabido endoçado pelo governo que permite a exploração que mais parece um assalto ao trem pagador. O custo de um gigabit por segundo custa aqui colossais US$ 47 dólares enquanto nos EUA não passam dos US$ 15.

A Internet de banda larga no Brasil é arcaica e obsoleta por erros crassos cometidos no passado. O sistema todo foi amalgamado com uma pitada política atendendo interesses escusos e nunca de uma maneira absolutamente técnica que o assunto merecia. Adiciona-se o fato de que as telecomunicações brasileiras sempre foram de competência estatal. Nem precisa dizer que a migração para um patamar mais moderno só poderia desembocar num sistema ruim, propenso a panes ininterruptas, lento, caro e ineficiente.

As empresas que exploram os serviços no Brasil são campeãs nacionais em reclamação no Procon, não atendem a demanda, são vorazes para cobrar serviços não prestados ou abaixo dos contratados pelos clientes, blackouts constantes, não cobrem boa parte do território nacional e ainda por cima sabotam por ação de cartel a modernização do sistema, pois o status atual lhes permite auferir mais lucros.

O que o governo não realiza nunca é a importância de se investir na infra-estrutura da internet e que não poder ser deixada de lado.

A capacidade de um país oferecer ligações velozes com a rede se transforma num fator chave para produtividade em geral. Poderia dizer que seria tão importante quanto um novo porto ou aeroporto.

Cada vez mais e mais riquezas percorrem a rede mundial e o Brasil hoje já perdeu o bonde para a tecnologia de 2012 que se avizinha com a possibilidade de exibição de vídeo conferências em alta definição, o manuseio de sistemas completos de automação em residências e as redes sociais repletas de filmes e fotos. Somente o Japão está preparado para tanto.

Pior que isso. A atual fase da internet, como um todo e seu presente conteúdo, já se encontra em sérias dificuldades técnicas para uma conexão rápida e segura em terras brazucas.

Em 2000 o governo alardeou para todo mundo que estava sendo elaborado um sistema novo utilizando fibra ótica que teria capacidade de ser 77 vezes mais veloz do que hoje.

Ficou no papel e na lembrança. Palavra de político.

A internet, dentro dos próximos anos, adotará por completo, segundo a empresa Google, um sistema chamado computação nas nuvens ou em inglês “cloud computing”. Neste futuro as pessoas não precisarão instalar mais softwares. Tudo girará em torno da internet, que será uma plataforma completa de aplicações, aliás está sendo corrigindo o tempo verbal. O Google acredita nesta idéia e o Gmail e o Google Docs são alguns exemplos.

Se essa idéia não fosse assim tão revolucionaria porque Bill Gates (Microsoft) teria tentado comprar recentemente a empresa Yahoo senão para catapultar essa idéia?

No caso dessa tecnologia realmente emplacar, como pensa a Google, a rapidez de conexões confiáveis de banda larga serão ainda mais exigidas.

O caos veio para ficar na Internet brasileira. A visão de futuro para o governo, que ainda insiste em segurar as rédeas do sistema atuando no papel de papai sabe tudo, necessita alguém que não guarda compromisso com a política para administrar o que vem por aí.

O Brasil precisa colocar o pé no acelerador agora mesmo. Não dá mais para esperar porque o bonde de 2012 já foi perdido, bem como a oportunidade da nova geração de se comunicar ainda mais rapidamente além da geração de novos negócios.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

UM DIA PARA NAO SER ESQUECIDO

Era uma manha fria de terça-feira em São Paulo capital, porém fazia um lindo sol. A cidade acordava sonolenta, preguiçosa e querendo ficar um pouco mais na cama.
Não havia jeito. São Paulo não pode parar e no rugido de sua força a manhã ganhou os contornos de sempre: congestionamentos, barulho, poluição e muita gente circulando pelas ruas cada um correndo para suas tarefas e obrigações.
Onde estávamos todos nós naquela manhã de 11 de setembro de 2001? Lembro-me que ainda morava na capital paulista e, aprumado em meu terno escuro me dirigia ao trabalho, não sem antes verificar na banca da esquina da famosa Avenida Paulista com a Rua Augusta, as manchetes do dia que, sem exceção, falavam da velha politicagem nacional e suas vertentes não muito santas e desonestas.
A internet já era um veículo usual e largamente utilizado para negócios, informações, compras etc. Na minha mesa a conexão estava ativa, como sempre, para captar as últimas do mercado financeiro.
De repente, uma notícia estranha que algo tinha acontecido de anormal em New York. Um avião estatelara-se num prédio famoso daquela metrópole. Conhecedor que era das rotas aéreas sobre a cidade americana, afirmei aos meus colegas de trabalho que podia não se tratar de um erro do piloto, dado as circunstâncias da enorme distância entre o WTC (World Trade Center) e o mais próximo aeroporto – La Guardia. Seria impensável um piloto errar com tamanha magnitude.
Recebi de volta olhares de repreensão pela afirmação feita ou pela idéia expressa.
Quando vinte minutos mais tarde outro impacto, desta vez na torre sul. Outro engano de um segundo piloto maluco? Depois um terceiro ataque seguido de um quarto?
Para mim era o bastante para supor atos terroristas.
Lá se foram seis anos. O que os americanos aprenderam com isso?
Nada. Algumas pessoas ficaram felizes em saber que os EUA todos poderosos haviam sido atacados de fora tão cruel contra inocentes que estavam no lugar errado e na hora errada.
O governo soberbamente incompetente de Bush e seus lacaios aproveitaram-se da situação para deferir golpes profundos na tão grandiosa democracia do Tio San, aprovando atos de espionagem contra o próprio povo americano, estabelecendo salvaguardas inapropriadas, atacar o Iraque, aprovar leis de exceção e coibir a liberdade cotidiana através de atos sabidamente inócuos.
Foi-se o tempo em que viajar para os EUA era sinônimo de conhecer o Mickey, o Pato Donald e de curtir a Disneylandia. Embarcar para o território do norte significa estar sujeito a revistas, maus tratos, passar por dezenas de máquinas que escaneiam as pessoas por completo à procura de qualquer dispositivo que possa ser suspeito.
Ter um visto americano válido é apenas uma certeza que você lá chegará sem saber se voltará ou não no mesmo avião em que chegou.
Seis anos que Bush procura Bin Laden, autor confesso do plano de ataque ao WTC. Procurou no Iraque, não achou. Procurou no Afeganistão, sem sucesso. Não podemos esquecer que Laden é filhote crescido no ambiente da CIA e de longe não é nenhum amador naquilo que se propõe a fazer.
Fontes na época revelaram que os EUA sabiam antecipadamente que algo estava sendo preparado. Um ato terrorista que colocaria de joelhos a nação do norte. Canais a cabo, nesta semana, estão exibindo um programa que fala exatamente isso. E pior. Os responsáveis, à época, confessam agora que nada fizeram para impedir os ataques e pedem perdão aos cidadãos americanos por suas brutais falhas que levaram para o buraco milhares de pessoas inocentes.
Agora é tarde. O próprio Bush isolou-se em lugar desconhecido e ignorado deixando as coisas acontecerem sem comando algum, exceto de subalternos mais que irresponsáveis.
O secretário de defesa norte-americano desmobilizou todo o aparato de investigação, à disposição, mandando para casa milhares de pessoas que poderiam contribuir para elucidar os atentados no mesmo dia do evento. CIA e FBI ficaram com seus corredores vazios e sem poder agir.
Conta-se que Bush deixou a coisa acontecer, sem tomar maiores providências, para justificar possíveis guerras futuras e dar guarida às empresas que financiaram sua campanha, exatamente a industria de armamento civil e militar. Tudo por dinheiro. Especialistas em comportamento humano afirmaram que a imagem de Bush recebendo a noticia dos ataques ao WTC, quando visitava uma escola pública no estado da Flórida, revelaram sinais de que aquilo não era nenhuma surpresa para ele. Imediatamente após a visita Bush sumiu do mapa deixando os americanos sem seu líder no momento de mais necessidade.
Minha homenagem respeitosa e com bastante ênfase aos verdadeiros heróis dessa tragédia:
Os bombeiros que tombaram no salvamento das vítimas, as famílias enlutadas, aos cidadãos simples que ajudaram no que puderam e às pessoas que morreram de forma brutal nos quatro ataques seguidos, ao prefeito Rudolf Jiuliani de N. York que arregaçou as mangas da camisa e esteve lá todo o tempo prestando ajuda mais que necessária.
O lado positivo da tragédia foi observar a solidariedade das pessoas comuns para com desconhecidos, o carinho na tristeza, o amparo no desespero, a irmandade que saiu das cinzas de uma cidade enorme que a todos transforma em robôs frios e insensíveis. A cena das pessoas cobertas pelas cinzas do desmoronamento das torres gêmeas escondia, nas faces sem cor, olhos mais que límpidos de medo e agonia revelando o lado verdadeiro dos indivíduos, sem máscaras, todos iguais pela mesma tonalidade: negros, mulatos, brancos, vermelhos; instantaneamente se vendo uns aos outros pelo mesmo prisma trágico.
De lembrança carrego essas imagens moldadas pela calamidade e, é claro, o horror estampado em cada rosto perdido na névoa seca e nas montanhas de cimento e ferros retorcidos.
Ficou uma lição importante para os americanos da globalidade do terror que pode atingir impensáveis lugares e provocar mortes em todos os rincões do mundo, basta apenas um bom planejamento, tática correta e um louco atrás do gatilho.

FRONTEIRAS DO ROUBO

O Brasil está concretizando a aquisição de aeronaves de combate (caças) para modernizar a frota nacional atualmente constituída de relíquias do tipo F5 ou Mirage.
Alguns noticiários apontam a impropriedade desta aquisição alegando aspectos meramente econômicos ou que talvez seja uma manobra política para Lula pontuar junto ás forças armadas.
Claro que comprar no mercado aviões desta natureza, velocidade super sônica, equipamentos super modernos, peças de reposição não é a mesma coisa que comprar pirulitos na esquina. O Brasil vai gastar uma baba astronômica comprando, além dos aviões, alguns submarinos sendo um nuclear e mais uma dezena de helicópteros de vigilância.
Não vamos gastar verbo com o custo nem comentar sobre a parte política que existe de fato, claro.
Analisando de outro lado, temos um país imenso com uma costa oceânica de mais de dez mil kms contando as reentrâncias e baias, fronteiras com muitos países, florestas recheadas com recursos naturais que só existem por aqui.
Para tomar conta de nossas casas contamos com nossa vigilância em não deixar portas ou janelas abertas, cães de guarda, alarmes, porteiros eletrônicos, um guarda de rua, muros altos e cercas.
Estendendo essa idéia para um país que tem mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados o que podemos fazer para implementar uma vigilância apropriada?
Enquanto estamos aqui, eu escrevendo e vocês lendo o presente artigo, milhares de toneladas de pescado estão sendo furtadas neste momento por navios piratas em nossas costas, fauna e flora da Amazônia legal estão sendo comercializadas e pirateadas neste instante por estrangeiros, nas fronteiras a droga entra por todos os lados sem controle, pessoas indo, vindo e saindo do nosso território sem autorização.
Faz tempo que o Brasil virou casa da mãe Joana. Todo mundo pensa em fazer o que quiser quando quiser por quem estiver ao alcance de obter muitos lucros.
Soma-se agora neste cenário o potencial do petróleo na camada pré sal, assunto de interesse do mundo inteiro.
Tomo mundo quer um pedaço das nossas riquezas para levar para casa ilegalmente.
Precisamos, sim, desesperadamente de forças armadas completamente operacionais com equipamentos modernos, viáveis economicamente, com pessoal altamente treinado para tomar conta do que é nosso.
Imagine a cena como é atualmente.
Navio estrangeiro é detectado roubando nossos recursos de pesca. A capitania dos portos aciona seus recursos de observação e coibição utilizando velhas embarcações e helicópteros capazes de voar apenas alguns minutos.
Ao chegar no local a marinha encontra normalmente apenas água com o navio ladrão estando a milhares de quilômetros de distância.
O mesmo para grupos de assaltantes levando embora a riqueza de biodiversidade na região da Amazônia legal. Quando se percebe o movimento e os aviões da força aérea atuais são acionados os meliantes já estão placidamente curtindo e algum país vizinho rindo de nós tolos brasileiros.
Como fazer uma vigilância em num território tão grande? Utilizando navios da segunda guerra e aviões caindo aos pedaços?
Os adeptos da paz universal que me perdoem, mas esta aquisição tão importante não é para sairmos dando tiro no vizinho nem para invadir países limítrofes como pensam alguns, nem para ficarmos competindo com a Venezuela e sua mais recente modernização da força aérea daquele país.
Nada disso.
A defesa de uma grande vastidão como esta requer aviões ultramodernos capazes de atingir diferentes pontos em rápidos movimentos, bem como navios e outros tipos de aeronaves e embarcações ágeis a ponto de cobrir um dos maiores pedaços de terra do planeta. E agir com força bruta sim quando a situação assim requerer. Os piratas de plantão, traficantes, ladrões da biodiversidade quando aportam aqui estão armados até os dentes preparados para levar ou morrer.
Os navios pesqueiros, principalmente japoneses, invadem constantemente as águas costeiras brasileiras. Para eles o rigor de uma boa armada seria capaz de dissuadi-los a arrumar pescado em outro lugar e se capturados com as redes cheias deveriam ser evacuados e afundados sumariamente.
Só desta forma os piratas entenderiam que aqui o espaço não lhes pertence.
Fazer a vigilância total deste país, seguindo a teoria dos pacifistas envenenados com um discurso infame, só nos seria possível utilizar o 14 BIS como base de equipamento e velhas caravelas do tipo de Pedro A. Cabral.
Segundo ponto dessa discussão.
A compra que o Brasil quer fazer envolve a transferência de tecnologia, isto é, montar os aviões aqui no Brasil utilizando projetos originais dos fabricantes. Os EUA se recusam a fazer isso.
Entretanto, a menção de que o Brasil já poderia ter fechado acordo com os franceses para a compra dos Rafale fez com que Barak Obama acenasse querendo transferir, sim, a tecnologia do caça F18, se bem que este modelo já é considerado obsoleto e sem possibilidades de maior desenvolvimento.
O Ministério da Defesa está fazendo o certo exigindo a transferência do como fazer ao invés de comprar o pacote na loja do produtor.
Neste ponto tem outra coisa que os pacifistas se esquecem de colocar na fórmula.
O Brasil produzindo as unidades aqui estaria criando empregos e renda.
Os três concorrentes para o fornecimento dos aviões são:
1. Caça Gripen, fabricação sueca, caro e com problemas de manutenção e peças;
2. F18, fabricação americana (Boeing) já ultrapassado e sem possibilidade de modernização, mas com o preço muito mais suave;
3. Caça Dassault modelo Rafale, fabricação francesa. Bom modelo apesar do preço alto.
Correndo na raia da política há sim problemas com essa licitação para compra de equipamentos estrangeiros. Tem nesse meio muita tramóia não revelada, muitas negociações envolvendo empreiteira brasileira enfiada nesse negócio da montagem dos submarinos, neste caso os franceses só estariam servindo como intermediários da negociata com a empresa brasileira Odebrecht.
O Brasil já pecou no passado quando foi ao mercado comprar equipamentos de uso estratégico. Juscelino fez tolice ao adquirir o porta-aviões, aqui batizado de Minas Gerais, pagando um absurdo para os ingleses que já o haviam encostado como sucata e aqui serviu apenas para aportar revoada de gaivotas utilizando-o como berçário. FHC comprou submarinos IKL alemães, caros, obsoletos, manutenção proibitiva e que só vivem na oficina.
FHC repetiu a dose comprando outra remessa de sucatas, os submarinos Foch e São Paulo dos franceses porque estes os encostaram por conta de uma manutenção caríssima. FHC fez a burrada de comprar estas porcarias flutuantes que só servem mesmo como depositário de fezes de pombos e residência de seres marinhos.
Lula e Cia bela, comprando alguma coisa dessa envergadura no mercado, caros leitores, está na cara que não poderia ser um processo transparente nem legal e que seria enevoado com centenas de maracutaias e tramas escusas.
E agora que Obama se empenhou pessoalmente nesta concorrência?
O certo é que Lula e seu ministro da defesa precisam vir a público esclarecer os entremeios embaralhados e as muitas mentiras que estão sendo contadas.
Corre-se o risco de, comparando-se o péssimo histórico do Brasil comprando maquinário sucateado e caríssimo pelo mundo afora, repetir a dose e ficarmos como estamos ficando, ou seja, a mercê dos invasores, piratas, contrabandistas, saqueadores, traficantes que adotaram nosso país como moradia e sede de sua riqueza.
Temo que se esse negócio for fechado como esta hoje estejamos na verdade comprando mais algumas banheiras furadas e uma porção de velhas relíquias voadoras para tomar conta do que já é quase de posse do alheio.

domingo, 6 de setembro de 2009

ALCOOL, A SOCIEDADE MERGULHADA

A reportagem da Veja, edição nº 2129, de nove de setembro de 2009 traz na manchete matéria sobre o alcoolismo, prevenção desta doença entre os jovens, as estatísticas aterradoras para a sociedade.

Uma boa matéria, mas que não traduz a fundo o verdadeiro fenômeno do consumo de álcool entre a população mais jovem, os adolescentes. Cada vez entrando nesse mundo obscuro mais e mais cedo, sob os olhos desatentos dos pais e a irresponsabilidade familiar advinda desse comportamento mais frouxo.

Estabeleço como principio de análise a dupla cigarro-bebida. Não há o que se falar em alcoolismo sem mencionar o casamento desses dois noivos mais festejados entre os jovens, ou seja, a bebida é tão consumida quanto o cigarro pela mesma pessoa.

O que a reportagem se furta a comentar é a cumplicidade de uma sociedade em primeiro lugar, e seu lamentável comportamento de endeusar quem corre mais, quem bebe mais, quem costura mais no tráfego e quem leva mais vantagem legal ou não.

A vitrine é estimulada ao máximo pelo caráter de impunidade que nos ronda.

Em segundo lugar, e também igualmente importante, a educação de berço que falta muito hoje em dia. Os jovens estão mais violentos, mais alcoolizados, mais drogados, fumam mais porque o núcleo familiar desfez-se desde muito tempo e houve uma queda abrupta do conceito de valores e ética de vinte anos para cá.

A Veja aponta como sendo um universo de quase setenta milhões de habitantes brasileiros com algum problema relacionado ao consumo de bebidas. Se nós somos duzentos milhões de habitantes no geral, vai lá que essa conta leva consigo quase metade de todos nós. Um descalabro absurdo.

Os jovens consomem álcool por uma série de motivos e, um deles destacaria como sendo fundamental: falta de diálogo entre as novas gerações. As meninas de um lado bebendo para estimular sua coragem de conversar com os garotos e estes querendo mostrar masculinidade fumando e bebendo ainda mais.

O público feminino pela primeira vez empata estatisticamente o volume de álcool consumido do comparativo com os homens. Isso representa uma conseqüência de uma sociedade que prega a feminilidade de ser masculina para competir com os machões de plantão deslocando um fiel da balança que nutre o desequilíbrio natural entre quem é quem.

As mulheres têm uma intolerância natural ao álcool, ficam embriagadas primeiro, desenvolvem doenças vinculadas ao alcoolismo mais cedo, câncer de fígado, ataques cardíacos (as mulheres por natureza tem o calibre das artérias menor que os homens), derrames e as doenças relacionadas ao consumo de tabaco, igualmente provocando danos mais cedo nas mulheres. Essa posição natural da biologia é amplamente combatida pelas adeptas do feminismo mais arrogante que acham que as mulheres são os seres mais fortes do universo.

É fácil verificar como andam as coisas com os jovens no geral. Basta apenas um sábado à noite em qualquer posto de combustíveis que possuem lojas de conveniência e na mesma noite uma balada em algum clube com concentração de adolescentes.

O processo começa no posto mesmo. Invariavelmente cada um de posse de uma lata de cerveja ou destilado acompanhado de uma caixa de cigarros ou maço. São tragadas entrecortadas com goles maciços de bebida. O papo sempre o mesmo concentrado nas mais completas idiotices possíveis e a exibição do comportamento individual buscando a autodeterminação baseada no risco, na infração, na ilegalidade.

Com seus carros possantes emprestados pelos pais, que imaginam que seus filhos estão buscando diversão saudável, sentem-se confortáveis e estranhamente complacentes porque cada um está de posse de um celular e a sensação de saber onde os filhos estão provoca o relaxamento de vigilância e de controle.

Quando a noite avança, grupos alcoolizados dirigem pelas ruas com destino às baladas, reduto final do comportamento e a coroação de uma noitada, com o risco de provocarem mortes horríveis pelo caminho.

A coisa lá esquenta ainda mais. As meninas, dependuradas em seus copos e confiantes da posição da conquistada igualdade e defumadas pela fumaça do cigarro, colocam-se diante da liberalidade lasciva e são as primeiras a adicionar um sabor sexual à noite.

Não raro exibições de sexo explícito. No raiar do dia o resultado não podia ser outro. Algumas nem se lembram do que aconteceu anestesiadas pelo álcool e animadas pelas músicas alarmantemente com cunho pesadamente liberal.

A porta da esperança de todo traficante é abrir a primeira comporta do álcool fazendo os jovens adentrar por esse canal para ter contato com drogas mais pesadas pela primeira vez. O consumo de bebidas tira dos jovens a capacidade de dizer não às tentações.

Cérebros imaturos demais para saber as conseqüências de um futuro encharcado no álcool misturado com o tabaco em excesso. Quem deveria saber disso, os pais, estão abestalhados diante da tv vendo algum programa “educativo” da novela das oito.

É uma sociedade de jovens abandonados nos quesitos de civilidade, educação de berço e acadêmica, liberados para agir conforme instintos animais, criados para aplaudir o errado, para rir do “babaca” daquele que diz não e tem opinião, gozar na cara dos estranhos que preferem diversão mais saudável, dos otários que não bebem e não fumam e dos idiotas que não “ficam” à noite bolinando em todas as meninas embriagadas do pedaço.

A reportagem da Veja concentra-se mais no quesito doença esquecendo que o comportamento da sociedade e a célula mais importante dela, a família, é que acaba determinando o nível de consumo de álcool e fumo pelos seus filhos.

A sociedade brasileira perde valores a cada dia, a família esforça-se apenas nos padrões de conforto e sobrevivência deixando seus filhos ao Deus dará, o governo não faz nada inteligente para ajudar a combater revela-se, desta forma, uma fórmula mágica para termos jovens cada vez mais vinculados ao álcool e ao fumo construindo um futuro incerto e indigno para todos nós.

O caso é de saúde pública, principalmente a industria de bebidas que pega carona na displicência e na sede da garotada lançando produtos do tipo ICEs que fazem com que o amargo álcool fique com o sabor doce das festas.

O circulo completa-se desta forma.

Que macabra matemática e que belos lucros. Péssimo para um país que não conseguirá construir nada mergulhado na piscina do álcool.

sábado, 5 de setembro de 2009

PRÉSALBRAS – LOUCURA DO ÓLEO

O governo Lulalá está tentando colocar sal nesse molho do petróleo submarino, tirando de dentro da cartolagem um suspeito projeto de lei que exige urgência urgentíssima no Congresso Nacional. Por suposto isso já cheira mal. Correria com o PT significa atropelar tudo o que é razoável e legal. Calma que o santo é feito de barro.

Antes de escarafunchar esse tema vamos voltar o relógio para entendermos o que é tudo isso camada pré-sal, petróleo, royaltes da extração, impostos e afins.

A camada pré-sal é uma espécie de bolsão onde ficam acumulados hidrocarbonetos (polímeros imensos contendo átomos de hidrogênio e carbono) como petróleo e gás metano (Ch4) e que fica localizada logo abaixo da “camada de sal” em regiões de bacias sedimentares.

Este é o caso da camada pré-sal localizada na bacia sedimentar litorânea brasileira, mais especificamente, as faixas de litoral dos estados do Espírito Santo e Santa Catarina em uma extensão de cerca de 800 kms tomando espaço dentro das três bacias sedimentares: Espírito Santo, Campos e Santos.

A briga começa neste ponto. Como são apenas alguns estados a ter a sorte de possuir tais jazidas a pergunta é: as riquezas ficariam somente com os estados produtores ou não?

A discussão que o governo quer acelerar requer amplo debate entre o governo, as empresas extratoras, os governos estaduais interessados em querer uma fatia dessa sorte grande, a sociedade que vai pagar por isso e está preocupada, tão somente, se o preço da gasolina no posto vai subir ou não ou se vai pagar mais impostos indecentes.

Lula sinaliza com a criação de um fundo (mais um) para dar amparo ao programa social, capitalização da Petrobrás (por si só ilegal segundo a nossa Constituição), criação de uma pura empresa estatal para gerir a coisa toda e regime de partilha.

O primeiro sinal de alerta claro é o tal fundo social. Já foram criados, sob o guarda-chuva de Lula, alguns programas que rendem somas volumosas de recursos sempre desviados para outros fins ilícitos, imorais ou ilegais. Certamente seria o caso deste fundo criado a reboque do petróleo salgado.

Justamente num momento em que Lula desespera-se para emplacar Dilma à situação de sucessora dele, surgiria um fundo desses para distribuir mais dinheiro fácil para açambarcar mais votos. Suspeito. Altamente suspeito.

O regime de partilha é simples de entender. Na extração de X barris de óleo o governo fica com uma parte disso a empresa exploratória com a outra pagando seus custos, além de uma porção de lucro. O governo ainda entraria arrecadando impostos sobre todo o ciclo, desde a produção até a bomba no posto da esquina.

O regime é o mais utilizado nos países que são os maiores produtores de petróleo do mundo. Carece apenas afinar alguns pontos tais como: percentual a ser destinado ao governo e a diferença às empresas de extração e quem será a empresa máster operadora do sistema.

A nova empresa Petrosal, que segundo o marco regulatório, seria criada no bojo do sistema, é uma perversão ilusionista eleitoreira de Lula e PT. A Petrosal certamente vai ser usada como um novo cabidão de empregos e servirá como ancodarouro seguro para mais aproveitadores, corruptos e os lacaios de plantão. A Petrobrás tem como gerir tudo isso sem criar mais um trenzinho da alegria petista.

O sistema de distribuição de royaltes poderia ser aperfeiçoado. Seria justo imaginar na seqüência lógica spockiana (Spock, personagem série Jornada nas Estrelas) que a riqueza da camada pré-sal pertence ao Brasil, por conseguinte a nós cidadãos. Nada mais lógico que distribuir isso de maneira a também favorecer estados que não tem camada pré-sal e àqueles que não possuem litoral, obviamente dando um percentual um pouco maior apenas para os estados produtores, mas não sua totalidade com o é hoje.

Desse embrulho do marco regulatório tem que ser retirado seu regime de votação de urgência, até porque o governo enrolou quase um ano para definir o plano e agora quer que seja votado a toque de caixa.

É preciso iluminar o abdome desse monstrinho criado pelo Palácio do Planalto. Com lupa, detetives particulares, contabilistas, legistas, advogados e a sociedade como um todo examinando cada gota desse marco para não cair em mais uma arapuca petista como tantas outras, notadamente aspectos legais.

O interesse no jogo é monumental. Joga-se com zilhões de dólares, a supremacia brasileira na tecnologia de exploração em águas super profundas, a salvaguarda das nossas jazidas, a importância de sermos grandes produtores de petróleo, o ranking mundial de quem tem mais óleo cru, impostos pesados, maquinaria, emprego, geração de renda e uma nova equação na distribuição mundial deste recurso.

Para tanto é necessário mergulhar nessa discussão para apurar se esse marco não é apenas mais uma fórmula petista de distribuição de riquezas, impostos, royaltes para as mesmas mãos de sempre e criar um cabidão de empregos sem limite e ainda de lambuja emplacar a furada barca da candidatura de Dilma Roussef.

Para a sociedade se certificar que não se trata de mais um engodo palaciano, a discussão desse tema tem que ser ampla e irrestrita, para isto requer um tempo mais elástico do que os noventa dias (45 no senado e 45 da câmara) que a votação com regime de urgência demanda.

Calma lá Beth que a dor é mais embaixo!

Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 03 de setembro de 2009.

DEGRADAÇÃO MORAL E CÍVICA –TODO ENFIADO

O mais comentado assunto da semana diz respeito a uma professora do estado da Bahia de ensino fundamental, que foi demitida pela escola onde trabalhava por causa de um vídeo onde aparece num palco dançando ao som de música funk.

O flagrante aconteceu durante uma apresentação do grupo de pagode O Troco em Salvador, que costuma convidar meninas da platéia para subir ao palco e fazer a coreografia da música "Todo enfiado".

A professora J.C. é formada em pedagogia e faz pós-graduação na área e dava aulas de alfabetização para crianças de cinco anos em uma escola particular da capital baiana. Com a divulgação do vídeo na internet ela foi demitida.

Após ter sido convidada para subir ao palco, a professora em companhia de mais algumas meninas da platéia, o integrante do grupelho musical, o vocalista Mario Brasil, começou a entoar a música “Todo enfiado” fazendo apologia para que as moças erguessem seus vestidos ou tirassem suas calças, levantassem suas calcinhas nádegas acima, como se fosse um pequenino fio dental, causando inveja à dança da boquinha da garrafa. O próprio Mario Brasil fez o trabalho ajudando a professora a exibir-se numa dança degradante prejudicando sua imagem de educadora.

Programas pelo Brasil afora começaram a evocar o juridiquês da demissão da professora, a discussão moral da coisa toda, questões culturais envolvendo danças e musicas funk, a figura do sexo barato e sua banalização, enfim um arsenal que envolve uma suposta diversão inocente entre jovens por todas as cidades brasileiras.

No quero discutir moral nesse momento porque o Brasil não tem mais isso há muitos anos. A começar das quadrilhas de assaltantes, estelionatários e falsários que nos governam em todas as esferas do poder rasgando a ética definitivamente, cuspindo no código de leis e debochando de todo aspecto moral restante na cara de cada habitante desse País.

Quero abordar o sentido cultural. Sabidamente, os bailes funk, principalmente nas grandes cidades e capitais de alguns estados, são uma organela dentro de um poderoso esquema que envolve distribuição de drogas, apologia ao sexo banal, ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas, incentivo à formação de gangues atuando dentro dos salões para impor seus domínios territoriais.

Há quem defenda isso como uma espécie de movimento cultural no Rio de Janeiro. Assaltar bancos, bater carros e matar pessoas com bastante cachaça na cabeça podem ser também, dentro dessa ótica, considerados igualmente emanação de um movimento cultural diferente, ora porque não?

Já há tempos venho observando o comportamento dos jovens dentro das arapucas que rolam funk nos famosos bailes, geralmente, em bairros de periferia.

As meninas bebem alucinadamente e, ao som de músicas com apelo sexual, desnudam-se e passam a se comportar como cédulas de dinheiro em circulação onde qualquer um pode colocar a mão e gastar como quiser. Os meninos, acompanhados de um coquetel molotov de bebidas e tóxicos, ficam pirados vendo as cenas sexuais a céu aberto em evolução diante dos seus olhos e ao alcance das mãos alimentando seus desejos mais animais.

Lá pelas tantas ninguém mais é de ninguém e cada um “fica” com o que estiver mais próximo.

São cenas de verdadeiros filmes pornôs suecos hard core. Meninas fazendo sexo no banheiro, na quadra, encostadas nuas nas paredes sendo bolinadas por vários meninos ao mesmo tempo numa verdadeira orgia causando inveja a Sodoma e Gomorra, depois aparecem muitas grávidas inviabilizando a descoberta de quem é o verdadeiro pai da criança.

Enquanto isso no palco, as bandas chamam as meninas mais ousadas para exibirem suas carnes, muitas vezes completamente nuas, ao som de músicas que incentivam toda sorte de comportamento sexual invertido, desinibido, pervertido e totalmente desqualificado de sentido cultural como defendem alguns.

Os celulares acabam sendo pontes para que os vídeos desses bailes terminem sendo exibidos nos sites pelo mundo afora para todo mundo ver, inclusive crianças.

Azar da professora que foi pega e catapultada nacionalmente à condição imoral e sumariamente demitida da escola onde trabalhava e com certeza de forma merecida.

Tem quem defenda que o que o cidadão faz para se divertir não pode se misturar com a ocupação profissional deste.

Doce engano. Se assim fosse o juiz de direito também poderia assaltar bancos por diversão nos finais de semana e tudo bem. Ou os funcionários de um banco qualquer nas horas vagas praticando atos ilícitos e pelo estelionato enganando trouxas para dar uma espairada. É uma questão de exemplo.

Como uma cidadã, que se diz professora de educação infantil, pode agir desta forma e todos acharem natural dando um péssimo exemplo aos seus educandos?

Não gente isso não é natural. Lé com lé, cré com cré já dizia o velho ditado. Em quase toda cidade grande brasileira existem clubes prives onde as pessoas podem dançar da forma como dançou a professora baiana sem problema algum, podem até realizar toda uma gama de fantasias sexuais. O duro disso é que alguém pode estar filmando esse é o problema.

Uma certa apresentadora da tv brasileira encantou toda uma geração de baixinhos e baixinhas com suas músicas, moda e dança, mas todo mundo esquece que ela fez, quando jovem, filminhos pornôs inclusive fazendo apologia ao sexo com menores de idade e que acabou subindo na vida após ter aparecido ao lado de um ídolo do futebol como uma espécie da namoradinha de última hora.

A professora está segura financeiramente falando no futuro imediato. A apologia da bunda no Brasil a transformará na próxima capa da revista Playboy e desde já recebe polpudos cachês para falar sobre sua aventura em programas de tv e rádio. Seus quinze minutos de fama vão lhe render uma bela aposentadoria que jamais ela iria conseguir dando aulas. Tão logo seja possível poderá se tornar Ministra da Educação que tal?

Com o andar atual desta carruagem nada mais me impressiona. Temos uma coleção de lacaios e “santidades” dirigindo o Brasil desta forma não seria surpresa o bandido da Luz Vermelha virar selo dos Correios, bem como Lampião e Maria Bonita.

O episodio da professora baiana reforça uma tese de uma profunda necessidade de pensarmos como estancar uma degradação moral e cívica que infesta o Brasil de ponta a ponta. Desde as esferas mais altas do poder, até alcançar os palcos dos bailes funk a estrutura nacional da moralidade foi-se morro abaixo, a sanidade também, assim com a decência, a compostura, a civilidade e a legalidade.

Vale tudo. Tudo mesmo.

E, finalmente, ao assimilarmos essas questões praticadas com absoluta distorção como natural, estamos fadados eternamente a ser uma nação menor, sem expressão nenhuma, composta por seres de nível inferior adotando, infelizmente, um comportamento nocivo a reboque de uma sociedade que se completa na luxúria da ignóbil ignorância coletiva anunciando um fim próximo e triste.

Um Brasil que se vangloria de ter a dança da boquinha da garrafa como expressão cultural máxima é tudo, menos um País.

Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 01 de setembro de 2009.