JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010





Enquanto isso na pizzaria







Enquanto isso na pizzaria de uma cidade satélite de Brasília...


- Seu Durval, por favor, mande fazer uma pizza de cinco metros de diâmetro com bastante cebola, tomate e queijo.

- Para que tu queres uma pizza tão grande amigo? Festa de casamento?

- Não seu Durval. Vou levar essa pizza para dar de presente ao Distrito Federal.

- Ficaste doido?

- De forma nenhuma. O Distrito Federal merece essa pizza por ter se tornado um símbolo mundial de como a política pode ser nojenta. Vou dar de presente esta pizza para o governador Arruda e o primo rico que o colocou nesse cargo, um certo Sr. Joaquim, mestre gângster que parece vai voltar ao cargo depois que Arruda arrumar as malas para passar a vida gastando o que roubou.

- Seu Durval nem te conto. Ô povo burro amigo. O ladrão sai daí coloca um ladrão no seu lugar e quando pensávamos que jamais o antigo voltaria, lá está ele de novo como certo vencedor ainda no primeiro turno das eleições de governador do Distrito Federal, em 2010.

- Meu amigo Souza. Eu como proprietário desta casa de pizzas já vi tanta gente comprando minhas redondas com finalidades próximas à sua. Sou estrangeiro aqui no Brasil. Vim da Itália em 1949 no auge da recuperação européia pós-guerra e trouxe minha mãe, meu pai e um irmão. Casei-me aqui. Souza, posso te dizer que vivi o período mais negro da história italiana e, mesmo assim, não consigo me lembrar de tanta patifaria como percebemos no Brasil atualmente.

- É tanta corrupção que o império romano, nos píncaros da glória, não teve coragem de fazer o mesmo e em tão alto grau como o que está ocorrendo agora mesmo no governo do Distrito Federal. Lamentável.

- Souza, é uma questão de honra. Ser e atuar como corrupto é inerente à natureza humana. Desde os primórdios da história que o homem caminha com essa nódoa ao seu lado. Talvez tenha sido o preço de ter sido expulso do paraíso naquela infame historinha de Adão, Eva e a maça.

- Você tem razão Durval. Digo mais. Está difícil conviver com isso, especialmente tentando educar meus dois filhos. Um dia desses meu filho mais velho me disse que gostaria de ser político para levar uma vida “de boa”. O mais novo quer por quer que eu me eleja para algum cargo e trazer um cuecão cheio de dólares para irmos à Disney. Fiquei com o espartilho preso na garganta. O que dizer? Calei-me gloriosamente porque não sabia o que falar.

- Aqui na pizzaria outro dia atendi um político da cidade. Um vereadorzinho inexpressivo. Ele estava organizando uma festa particular e queria minha pizzaria fornecesse os nossos produtos que depois alguém iria mandar o dinheiro da conta. Evidente que não forneci nada e ele me ameaçou de salgar minha vida na hora que o alvará de funcionamento estivesse para se renovado.

- Amigo Souza, veja bem...Era um vereador da nossa cidade, quase desconhecido com uma empertigada arrogância achando que todos os munícipes estão aptos a bajulá-lo como se fosse o rei do pedaço.

- E, o que o cara falou que iria fazer fez de fato. Tive sérios problemas para revalidar meu alvará de funcionamento. Não escapei de dar dinheiro de suborno para a quadrilha dele. Fui forçado a agir assim, afinal de contas tenho empregados que dependem da pizzaria aberta, sabe pessoas com famílias que necessitam ganhar seu sustento.

  • Durval você não denunciou?

  • Não Souza. De que adiantaria? A polícia local tem ligações com esse vereador picareta. E comenta-se de que o cidadão, o tal vereador, nem tem curso superior, acho que somente o primário.

  • Bom isso é de praxe amigo Durval. Dá uma olhada quem está no comando do Brasil você descobrirá milhares de picaretas sem estudo, quase a totalidade fichada na polícia e com ligações em todos os quadrantes. Não tem jeito. Acho que estamos numa encruzilhada. Ou vai ou racha. Está na hora de acontecer uma revolução do tipo o povo indo às ruas e liquidando com esses pilantras. Erva daninha não se acaba, senão pela força da enxada.

  • Quer saber? Nunca isso vai ter jeito. Falta cultura ao povo. Pensar menos no estômago e mais com o cérebro seria bom. Qual nada. O governo criou uma geração de vagabundos com tanto vale isso ou vale aquilo. A moçada fica “balangando” da rede fazendo filho e nós trouxas aqui pagando os patos e marrecos.

  • Souza meu querido amigo. Tantos anos você me conhece não? O que 30 anos? Talvez mais. Nunca vi tanta baderna, hipocrisia e roubo oficializado. Estão ai os números que não me deixam mentir. Todo santo dia tem falcatrua. E essa ultima? Lula mandou continuar obras que foram condenadas pelo Tribunal de Contas da União por estarem configuradas como roubo a céu aberto. Se o primeiro mandatário quer perpetrar o roubo que tipo de argumentação seria possível imaginar para educar nossos filhos?

  • Então Durval não falo?

  • Fico entre a cruz e a caldeira acesa. Falo para meus filhos não roubar, não matar e que o crime não compensa. Será que não compensa não? Nunca imaginei me fazendo essa pergunta. Procuro manter a educação sexual deles sempre atualizada para que não tenham problema na vida adulta. Depois vem um BBB na TV mostrando que quem tem bunda vai à Roma e ganha uma fortuna. Dá vontade de rasgar os boletos da escola que pago a eles. Tenho vontade de falar para a minha filha desnudar-se de vez e faturar que estudar é para bobocas e meu filho encaminhá-lo ao clube de futebol mais próximo. Melhor bola e dinheiro no bolso do que diploma que ser mesmo para enfeitar a parede.

  • Souza você esta exagerando não?

  • Nada Durval. Baseio minha opinião em fatos. Observe a nossa geração amigo. Tivemos que estudar muito para conseguir uma boa colocação no mercado. Antigamente quem tinha diploma era garantido um lugar no olimpo. Agora ser formado não vale nada. Tenho amigos que são proprietários de barracas de vender sanduíches e faturam mais que suas profissões para as quais foram formados: advogados e engenheiros. Um deles o Eduardo que você conhece, aquele que tem um filho morando nos EUA lembra dele?

  • Sim me lembro sim.

  • Pois é. O Eduardo tinha um baita diploma de engenharia naval, formado em Cambridge e com pós-graduação na Itália. Ele levou o cartão vermelho da empresa onde trabalhava porque o gerente achava o salário dele muito alto. No lugar do Eduardo o ignóbil gerente contratou um Fulano de Tal, baratinho e recém formado. A estrutura da arquibancada que o tal fulaninho projetou desabou semana passada e matou seis funcionários da obra. Olha o que a empresa foi arrumar.

  • Enquanto isso, Eduardo montou uma lan house com as suas economias e está rindo à toa. Ganha muito mais não tem o stress do chefe no pé dele. A antiga empresa onde ele era funcionário até o procurou para dar consultoria na obra desastrada e ele se negou, claro.

  • Pegando carona nisso Souza. Falei com minha família na Itália. Estou pensando em voltar para minha querida Nápoles. Não acho mais adequado esse país para meus filhos. Nada é levado a sério. Tudo o que aprendi de educação não serve mais porque aqui no Brasil o crime compensa e é bem remunerado. Não adianta. Enquanto houver gente pensando com a barriga e não com o cérebro o caminho é mesmo traçado pelos ratos de bueiro.

  • Seu Durval tens razão amigo. Queria poder fazer o mesmo e colocar minha família nem que fosse na Somália. Lá tem mais dignidade que aqui. Se for me avise quero seu endereço de Nápoles.

  • Souza são R$ 85,00 reais pela pizza. Está pronta. Pode levá-la para o Distrito Federal e entregar para os safados.

  • Ate logo Durval ate mais ver.





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