JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 20 de abril de 2010


















AVIÕES CAINDO DO CÉU – CINZAS VULCÂNICAS

Falar sobre alguns temas não me deixa muito confortável. Política, por exemplo, religião e outros tantos assuntos espinhudos. No máximo o que faço é complementar minha grande ignorância lendo muito, aprendendo como sempre faço.
Tem uma exceção. Quando eu escrevo sobre aviação em geral. Sinto-me à vontade para falar sobre os fenômenos que ocorrem no mundo do mais pesado que o ar.
Aqui mesmo nesta modesta tribuna fui um dos pioneiros no Brasil a, infelizmente, diga-se de passagem, escrever sobre acidentes aéreos que estavam para acontecer no Brasil em virtude do caos nos aeroportos, deficiências no quesito controle de vôo, malha inadequada de rotas, zonas escuras dos radares etc.
Lamentavelmente os acidentes vieram, mas não era qualquer espécie de profecia,
, cartas do tarô, lançamento de búzios e sim apenas uma equação matemática e esta nunca mente.
Somar controle aéreo pífio e da idade da pedra como temos aqui no Brasil, nossa infraestrutura aeroportuária e mais o complexo emaranhado de leis às vezes conflitantes, colocar dois aviões no céu para bater de frente é fácil.
O vulcão islandês Eyjafjallajokull, cuja pronuncia é um desafio desumano, não cessa sua atividade desde a semana passada gerando um inferno aéreo na Europa.
O prejuízo com isso nem dá para ser medido, mas é da ordem de milhões de euros.
Vôos cancelados, empresas aéreas sem faturar, despesas com hospedagens, empresários perdendo negócios e toda uma gama de valores que estão engessados por hora.
Hoje alguns países começam a discutir liberação dos espaços aéreos por pressão puramente do dinheiro e esquecem de analisar outra questão muito mais importante: segurança aérea.
Ninguém é obrigado a saber o que uma fumaça de vulcão é capaz de provocar nas aeronaves comerciais e as militares. Alguns dizem ser uma simples fumacinha que não seria assim tão sério.
Engano magnificamente enganoso para usar pleonasmo enfático. Engano terrível eu diria e capaz de ser determinante para provocar assassinatos no acatado.
Uma turbina suga ar atmosférico empurra esse ar sob pressão para uma câmera onde o querosene é queimado gerando empuxo que faz o avião voar e sair do chão.
Simples. É como um ventilador bem mais potente.
Acontece que a tal fumacinha do vulcão que os ignorantes afirmam ser bobagem é capaz de provocar a morte da turbina em pleno vôo. Porque?
As cinzas vulcânicas e sua fumaça não podem ser comparadas com subprodutos de uma fogueira de camping, por exemplo.
O vulcão expele uma centena de substâncias tóxicas e corrosivas em sua coluna de detritos jogados na atmosfera.
Pedra pome, ácidos, enxofre, rocha em pó.
As cinzas vulcânicas são compostas por partículas de rochas e minerais com cerca de 2 mm de diâmetro, misturadas numa nuvens de vapor d’água e gases tóxicos de diversos tipos como SO2, SO, CO2, CO, NOX, H2 etc. Esses gases, bem como as partículas, quando associados à água, tornam-se ácidos de efeitos corrosivos perigosos, podendo corroer qualquer tipo de estrutura da aeronave, bem como contaminar o interior da mesma.
Além disso, a sílica (SO2) quando penetra na câmara de combustão da turbina a jato de uma aeronave, que atinge aproximadamente 2.000 graus Celsius, funde-se e se transforma em vidro. Nem precisa dizer o que isso significa.
Parada total dos reatores com perda irreversível da estrutura. Adicionalmente os efeitos dentro da turbina, os pára-brisas do avião sofreria enorme processo abrasivo ocasionando perda da visão por opacidade.
Finalmente, os ácidos atacariam outras partes sensíveis da aeronave causando danos perigosos.
A história de acidentes aéreos registra pilotos corajosos, eu diria irresponsáveis, que jogaram seus aviões dentro de fumacinhas vulcânicas provocando queda do aparelho ou pousos sob condições inacreditáveis e danos catastróficos às máquinas.
Perdas humanas é o pior deste cenário.
Parece que alguns países querem desafiar a lei física e transformar aviões comerciais em caixões de defunto voadores.
O vulcão Eyjafjallajokull (pronuncia correta Aiajajoku) não dá sinais de que vá interromper suas colunas de fumaça densa e tóxica tão logo. Lembrando que a última erupção deste mesmo vulcão demorou 4 anos para cessar.
O que fazer? A escolha recairá entre manter a frota no chão ou arriscar a matar milhares por pressão do dinheiro.
Qual a solução? A Europa não condensa países miseráveis, muito pelo contrário. Neste momento de crise não dá para deixar todas as empresas irem a pique por falta de faturamento.
Primeira solução: prece. Rezar para terminar isso logo. No entanto, essa nuvem de fumaça vulcânica ainda está no início de provocar seus males. Tudo o que sobe um dia cai. Na hora que essa massa de detritos alcançar o nível do chão as pessoas vão sofrer e muito com todos os efeitos colaterais possíveis de se imaginar.
Segunda solução: os países tomarem essa despesa na mão, por enquanto. As empresas aéreas deverão ser socorridas sob pena da extinção desse tipo de transporte, pelo menos na Europa.
Não é momento de liberar espaço aéreo nenhum. Quem o fizer vai estar arriscando colocar vidas em alto grau de perigo iminente e sob severo risco de morte.
É pagar para ver. Idiotice da grossa pensar que o homem consegue contornar problemas como esse com tecnologia e audácia.
Agora é o momento de enfiar a viola no saco e esperar o céu virar de brigadeiro de novo.
As soluções de transportes alternativos na Europa estão funcionando na base da emergência: trens, aluguel de carros, ônibus, todos lotados e inflacionados pela lei da oferta e procura. Não há vagas só preço. Navios também estão apinhados de gente embarcando para voltar para o lado de cá do Atlântico, se bem que para aqueles que não tem um gato para puxar o rabo o jeito é comer bolacha água e sal e dormir na laje dos aeroportos.
Estuda-se dividir a Europa em 3 áreas: uma com seu espaço aéreo totalmente paralisado (Inglaterra e Irlandas do norte e sul), fechamento parcial (boa parte dos países europeus continentais) e espaço aéreo totalmente liberado (extremo sul de território europeu).
Vamos ver quem vai abusar disso e colocar vidas em perigo, praxe quando o assunto é dinheiro. Notícia fresca acabada de sair do forno: o vulcão de nome estranho acordou hoje cuspindo ainda mais fumaça. E agora?

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