JORNAL PENA LIVRE

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quarta-feira, 9 de junho de 2010














INDÚSTRIA DO ENGUIÇO

Cidadão vai até a loja de veículos comprar o carro dos sonhos. Test-drive, a esposa radiante com o novo possante, os filhos já planejando as brincadeiras dentro do veiculo, o futuro proprietário cheio de si. Ótimo. Talvez até uma viagem agendada.
Financiamento à mão e chaves no contato....Vrummmmmmmm lá vai a família em busca de aventura com o vento soprando gostoso no rosto.
Numa noite qualquer o feliz dono do carro descobre que as TVs, em rede nacional, chamam atenção para um recall do modelo do seu veículo porque uma simples peça, custando a bagatela de R$ 5,00 pode arrebentar e ocasionar falhas catastróficas. O recall foi acionado em rede de TV porque os órgãos reguladores e de defesa do consumidor pressionaram a montadora, tendo em visto histórico de horripilantes acidentes anteriores que vitimaram usuários da marca por conta de tal peça baratinha e de péssima qualidade.
Eu mesmo perdi a conta de quantas montadoras e quantos modelos foram chamados para substituir isso ou aquilo outro, sob pena do proprietário terminar com o carro e a sua família beijando o poste na esquina.
O que está havendo afinal de contas?
Isso é um mau presságio. As indústrias estão colocando produtos abaixo da crítica mínima de qualidade. Peguemos, por exemplo, a linha branca (geladeiras, fogões etc).
Antigamente as geladeiras duravam décadas, bem como fogões e máquinas de lavar. Hoje são produtos absolutamente descartáveis, frágeis, com uma montanha de peças de plástico que entortam, deformam ou quebram sob condições normais de uso.
Na contra mão da massificação, as empresas proclamam na mídia que se preocupam com o meio ambiente, muitas delas com certificados internacionais, mas na verdade estão contribuindo para encher o planeta com lixo plástico em velocidade terminal destruindo nosso meio ambiente.
O que polui mais dez refrigeradores feitos “nas coxas” e todos de plástico ou uma indestrutível geladeira que antigamente era de chapa de aço capaz de durar gerações?
Fui testemunha na minha casa de uma geladeira americana GE que durou mais de cinqüenta anos, isso mesmo cinqüenta anos.
As de hoje são frágeis quebrando logo que entram em uso. Depois para arrumar o equipamento o consumidor entra em contato com os martirizantes serviços de assistência técnica que roubam horrores para trocar uma peça miúda de “prástico”.
Recentemente, um amigo meu estava numa dessas lojas de departamentos, ficou admirando uma máquina de lavar roupas última geração. Muitos badulaques inúteis como cronômetro e aviso sonoro para avisar a dona de casa que a máquina terminou o ciclo. Por incrível que pareça a máquina foi colocada para simular uma lavada com apenas metade da carga dentro da própria loja quando veio a surpresa de perceber que a lavadora quebrou logo no primeiro serviço.
Os vendedores correram disfarçar, mas já era tarde. A mpaquina era realmente uma grande porcaria lindíssima de morrer de uma marca super conhecida do público em geral.
Vão lá também absolutamente descartáveis os ventiladores. Comprei um recentemente e percebi que o eixo da hélice estava desregulado causando vibrações indesejáveis. Sem conserto. Nem reclamei porque a empresa fabricante alegaria que fora mau uso etc e tal.
Ou então ficaria de romaria em romaria percorrendo assistências técnicas sendo feito de palhaço. O castigo virá quando eu precisar de outro ventilador. Claro que comprarei o da concorrência.
Os carros são a bola da vez em termos de má qualidade. A pressa de vender modelos novos faz com que a indústria automobilística comprometa seriamente os quesitos de segurança adotando peças mais fracas e fora dos padrões.
Danem-se os usuários se no meio do caminho morrerem por usarem carroças ambulantes sujeitas a desmontarem no primeiro solavanco.
Frisos soltos, buchas sem alinhamento adequado, peças de segurança absolutamente perigosas, motores sem regulagem, barulhos insuportáveis em carrocerias novíssimas e a coleção de imperfeições segue quilométrica.
Alguns modelos fabricados no Brasil já tiveram três recalls consecutivos. Fico imaginando o tamanho dos narizes dos consumidores fazendo a via sacra de se apresentarem às concessionárias para consertar presilhas e arruelas capazes de fazer o veiculo se desintegrar e matar todos a bordo.
Os órgãos de defesa do consumidor e de fiscalização pouco ou nada podem fazer frente a onda criminosa de produtos picaretas vendidos e a força do lobby das empresas e setores industriais. As montadoras, por exemplo, mandam em parte do país e ponto final. Elas podem matar e nunca veremos ninguém atrás dos ferros pagando a pena por fabricar veículos assassinos que levam com todo conforto as famílias para o céu ou para o inferno, se aqui ficarem com seqüelas dos acidentes pavorosos que sofreram.
O governo não dá a mínima. Arrecada uma fortuna em impostos cada vez mais parecidos com seqüestro de bens. Quanto mais a picaretagem imperar mais os cofres se enchem de dinheiro e segue tudo como se nada tivesse acontecido.
Outro setor que comete crimes contra o consumidor é a indústria moveleira. Camas que não agüentam o peso do gato da família, móveis feitos de material ordinário que as indústrias proclamam ser madeira de lei (simplesmente uma casquinha de madeira de lei em cima de compensado ou aglomerado que é um processo que aproveita restos de serraria: lascas, pós de serra).
Armários de cozinha cujas laminas de aço são mais finas que papel alumínio, mesas tortas e com desequilíbrios de montagem. Na hora de comprar um mar de rosas à frente, sorridentes vendedores falantes, facilidade no pagamento em prestações para durar a eternidade, cafezinho e muita bajulação. Na hora de entregar.....Ah ai o bicho pega.
O vale de lágrimas do consumidor começa nesse ponto e vai até a centésima visita da empresa montadora para acertar a montagem que fica sempre a desejar.
Outro desafio mortal. Qualquer móvel de aço ou madeira, uma vez desmontado por motivo de mudança da família para outro endereço, nem o fabricante consegue mais colocar o produto em ordem para uso. Morte súbita. Irreversível.
Nem mesmo artigos de luxo escapam. Vide o caso da Daslu em SP. Vendia contrabando e itens falsificados. Continua aberta por incrível que pareça.
O único serviço realmente confiável no Brasil chama-se jogo do bicho. Mais honesto que esse não tem. A pule premiada é paga religiosamente em dinheiro, não falha nunca.

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