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segunda-feira, 16 de maio de 2011

















SEGREGAÇÃO DE CLASSE SOCIAL

Estou acompanhando de perto a discussão geral da instalação ou não de uma estação de metrô na cidade de São Paulo, capital, especificamente no bairro nobre de Higienópolis.
Vizinhança esta de classe média alta, elegante e chique com renda per capita bem grande, devo imaginar.
Conheço o bairro desde menino e boa parte da cidade der SP onde já morei durante um período no começo dos anos 2000.
Os moradores deste bairro não todos, de certo apenas uma pequeníssima parcela, tem saído às ruas fazendo manifestações contra a instalação de uma utilidade pública máxima numa imensa cidade entupida de carros na maldição da prioridade do transporte particular e solitário.
Todo cidadão ou cidadã em sã consciência desejaria ter em sua porta ou imediações uma estação de metrô para poder deslocar-se de uma forma rápida sem enfrentamento de congestionamentos diários, sem sinais de tráfego, podendo aproveitar de um transporte limpo, seguro, de massa e altamente eficaz, se bem administrado, claro.
Com essa estação bem próxima certamente haveria um ganho de tempo que as pessoas poderiam dedicar às suas famílias, aos seus afazeres, convívio social e atividades lúdicas. Mais qualidade de vida.
Alguns moradores de Higienópolis pensam diferentemente.
Alegam indigestamente que uma provável estação do metrô atrairia o comércio biscateiro de quinquilharias, drogas, sujeira e a mistura com uma classe de pessoas diferenciadas que poderiam se mixar aos moradores do bairro nobre.
Classe de pessoas diferenciadas entenda-se os pobres e miseráveis.
Vamos ver a correlação destas forças, pelo menos em teoria.
Percentualmente a classe abastada da cidade de São Paulo e aí pode incluir o bairro em tela, utiliza em maior escala os serviços públicos disponíveis e tem parcela de contribuição negativa na cidade, a saber:
Ø É a camada da população que mais produz lixo “per capita” em termos de peso;
Ø Os bairros chiques consomem muito mais energia que os bairros pobres;
Ø Também consomem mais água por cabeça;
Ø É o grupamento da população, em geral, que mais polui com seus automóveis turbinados, suas peruas gigantes queimando óleo diesel até para ir buscar um pão na esquina.
O que essa parcela da população busca é segregar, separar, colocar compartimentos estanques na cidade para que o feio, o sujo e o rasgado não sejam vistos. E parece que a Administração Pública da cidade está dando ouvidos a essa gentinha e quer abortar o projeto de um tipo de transporte altamente necessário num aglomerado de milhões de carros e pessoas disputando espaço e tempo.
Há ainda para essas pessoas segregadoras um extremo de colocar assuntos paralelos de bobagem ideológica, muito racismo no molho e intolerância anti-semita como bandeiras que podem ser anexadas ao pedido de não colocar uma estação de trem por ali.
Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.
A cidade naturalmente é projetada por quem tem dinheiro, a estrutura de planos de crescimento engloba interesses obscuros de empreiteiras, negociatas mil e a lista segue adiante e longa.
Esse organismo tentacular é comandado por pessoas que moram em bairros chiques, os Alpha Villes da vida onde existe criança que jamais viu ao vivo uma galinha e se borraria de medo se visse uma na frente com seu cocoricó e ciscando para encontrar uma minhoca.
O isolamento total como método de vida. Exemplo para os filhos que agora comandam a cidade.
Trago um tempero de uma vergonha fétida como o lixo a Prefeitura e o governo do Estado de São Paulo ficarem discutindo com essa gente do apartheid racista e imperial como os piores governantes autoritários e totalitaristas.
Ao invés disso, dar um exemplo de crescimento civilizado e passar por cima dessas picuinhas citadinas como se a cidade tivesse dono e pudesse ser loteada entre quem paga mais e quem paga menos, quem toma banho de leite de cabra ou quem nem tem o pão de amanha para encher a barriga.
É uma grande oportunidade para os segregadores tomarem vergonha na cara e perceberem no calendário que não estamos vivendo mais o período anterior à Lei Áurea libertando os escravos que fizeram e construíram boa parte do que vemos hoje e nos deu a contribuição de sua cultura.
A estação de metrô em Higienópolis deve ser construída sim. As necessidades de muitos devem se sobrepor às de poucos ou de uma só pessoa e as favas com o apartheid.
Se com ela vierem trombadinhas tem polícia, se vierem os mascates que a Administração coloque em ação seus organismos fiscalizadores e se tiver retaliação com os pobres a cadeia para eles mesmo que sejam os atuais donos do pedaço.
Faz-me lembrar, finalmente, a discussão da construção do Shopping Higienópolis antes odiado e amaldiçoado, hoje uma meca de consumo, inclusive palco de exibição de pets de estimação com nomes pomposos que circulam fazendo xixi e coco por todos os pavimentos. Isso sim é cultura: coco para todos e metrô só na periferia.
Com a palavra os covardes da Administração Pública da cidade de SP e governo Estadual que negociaram o inegociável.

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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 16 de maio de 2011. email: lopesmagno@gmail.com

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