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segunda-feira, 11 de julho de 2011
















FIM DOS SPACE SHUTTLES

Neste final de semana (9 e 10/07/2011) decolou de Cabo Canaveral (Flórida, EUA) o Atlantis, último dos space shuttles a ser lançado dentro do programa de naves espaciais recuperáveis.
Apelidados de ônibus espaciais, o Atlantis marca o final de uma epopéia que remonta a 1975, logo após o encerramento de programa Apollo que acabou levando astronautas ao nosso satélite natural, a lua.
Os primeiros testes foram realizados naquele mesmo ano de 1975 quando, acoplados ao costado de um avião Boeing 747, voaram pela primeira vez em testes de grandes altitudes.
Dentro deste contexto, o ônibus espacial ainda hoje prossegue sendo uma das maquinas mais complexas engendradas pelo ser humano a levar pessoas de um ponto A para um ponto B.
A estação ISS (estação espacial internacional) não teria sido possível sem a participação dos space shuttles da NASA que encerra a sua carreira com sucessos e fracassos como os da Challenger e Columbia que explodiram no ar sem dar chance de sobrevivência aos seus tripulantes.
De qualquer forma fica aqui minha sincera homenagem a estes homens e mulheres que perderam suas vidas em prol da ciência, da pesquisa e da aventura.
Seus nomes serão lembrados como Yuri Gagarin, Neil Armstrong, ou mesmo Cristóvão Colombo.
Foram construídas cinco naves espaciais operacionais: Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour.
A Discovery e a Endeavour já encerraram gloriosamente suas carreiras de sucesso (a Discovery realizou a sua ultima missão em 09/03/2011 e a Emdeavour decolou para seu derradeiro vôo em 16/05/2011).
Todas agora são peças de museu e representam o pico do Everest em termos de audácia, perícia, engenharia e ousadia do ser humano, bem como tecnologia embarcada.
O próximo programa espacial da NASA ainda esta em processo de gestação. Não se sabe o nome nem, tampouco, o tipo de veículo lançador que de hábito chamamos de foguete.
O que pouca gente sabe é que foram montados na verdade sete aeronaves e não cinco, sendo que duas delas jamais voaram ou saíram do chão: a Enterprise e Pathfinder, a primeira na verdade foi apenas um protótipo sem motor e a segunda um simulador em três dimensões usado para o treinamento das tripulações.
Os russos também tiveram veículos recuperáveis espaciais: Buran e o Ptichka. Destas duas apenas o Buran voou de fato em 1988, em uma missão não tripulada. Ambas foram desmontadas em novembro de 1995 após o abandono do projeto pelos russos.
De todas as espaçonaves a Discovery foi sem duvida a que mais feitos históricos realizou em 27 anos de serviços prestados: a que mais voou, a recordista em permanência no espaço, a primeira levar um robonauta ao espaço (robô especializado em determinadas funções mais perigosas dentro da ISS), visitou duas estações espaciais russas, lançou o telescópio Hubble, e, finalmente foi a espaçonave que alçou vôo após as duas grandes tragédias da Columbia e da Challenger mostrando ao mundo uma vontade de perseverar mesmo com erros que causaram tantas mortes.
Cumpriu voando uma distância que a levaria ao sol e de volta até a metade do caminho, foi a nave espacial que mais homens levou em órbita, a que mais circulou a terra (5.628 vezes), ficou ainda 352 dias completos voando ao redor da terra e percorreu incríveis 230 milhões de quilômetros.
Ela ainda levaria o homem mais idoso ao espaço, o famoso cosmonauta John Glenn, o primeiro americano a orbitar a terra em 1962.
Uma curiosidade acerca da nave Endeavour. Ela foi montada com sobras de material remanescente e de reserva do programa dos ônibus espaciais americanos, em substituição da fatalmente desintegrada nave Challenger (1986) e voou pela ultima vez este ano no mês de maio.
Os foguetes ao todo 54, sendo cinco deles usados para decolagem e os outros 49 para manobras espaciais, desenvolviam incríveis 30.800.000 Newtons de potência. (cada 9,8 newtons acaba valendo mais ou menos 1 Kgf - quilograma força - ou simplesmente 1 kg).
Ou seja, a groso modo os foguetes eram capazes de um empuxo da ordem de 3.142.857 Kgs, mais ou menos 120 turbinas a jato do B747 juntas a todo vapor.
Outro dado que muita gente não conhece é que as espaçonaves contavam com 3 tanques de combustível, sendo que dois deles eram de elemento carburante sólido e o maior de cor laranja carregava metade da carga de oxigênio e a outra metade hidrogênio.
Os dois tanques de combustível sólido eram recuperados logo após o uso para reaproveitamento. O tanque maior era destacado e caia através da força da gravidade e se desintegrava na reentrada pelo atrito com o ar.
Como tudo o que é bom dura pouco o programa space shuttle foi encerrado mais por conta da falta de dinheiro para continuar os lançamentos e aperfeiçoar outro tipo de espaçonave mais leve e barata.
A continuidade da montagem da ISS (estação espacial internacional) dependerá agora de outros lançadores como a nave Soyuz (russa) mais barata confiável, embora super desconfortável e espartana em equipamentos ou lançadores franceses, chineses e até japoneses.
Os dirigentes da NASA, na realidade, se preocupam agora em olhar para Marte, destino que as space shuttles não conseguiriam atingir tendo em vista seu projeto original para vôos orbitais apenas e sem capacidade de um vôo para um destino tão longínquo.
De qualquer forma os ônibus espaciais vão deixar saudades agora colocados em exibição em museus norte americanos.
Fecho este artigo com um aplauso efusivo aos homens e mulheres que puderam construir, inclusive com sangue, um capítulo da história espacial americana de tanto sucesso.
Aos tripulantes da Challenger e da Columbia a saudade dos entes queridos e dos que admiravam a sua façanha de explorar o desconhecido e de ter coragem de encarar tamanho desafio pessoal com o risco de sua própria vida.
Assim como tantas outras histórias, esta também foi escrita com sangue, suor, lágrimas e um baita espírito colombiano de explorar além da linha do horizonte.

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http://jornalpenalivre.blogspot.com/

Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 11 de julho de 2011. Email: lopesmagno@gmail.com

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