JORNAL PENA LIVRE

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

A ORDEM PAPAL

O papa Francisco cumpre sua rotina no Brasil de festejos, inaugurações, missas, apertos de mão e passeios de papa móvel.
Tudo muito lindo e a juventude participando com delegações do mundo todo.
Legal e meus parabéns ao Papa Francisco, que é inegavelmente um hermano argentino que emplacou sua boa dose de alegria, otimismo e com afeição tratou o povo brasileiro com respeito.
Não vim aqui falar do Papa. Acho que as manchetes e a cobertura da mídia brasileira, em doses cavalares, diga-se de passagem, se arrumou de vasculhar cada segundo da visita do santo homem por aqui.
Estou farto deste noticiário.
A visita do Papa veio bem a calhar para a politicalha nacional que cuidou para escapar pelo ladrão para mais um período de férias parlamentares que coincidiu, infelizmente, com o roteiro do vaticano por aqui.
Dilma e seus blue caps deram graças a Deus com o noticiário saindo do foco das manifestações de rua exigindo maiores verbas para a porca educação que temos por aqui, hospitais cinematograficamente bem preparados para matar pessoas ou atendê-las no chão da cozinha, sem gaze, sem algodão e sem remédios que são poucos ou não são distribuídos se perdendo em galpões onde jazem a esperança de um comprimido para curar a dor.
Fé é bom demais. Recomendo. Espiritualidade e adoração ao papa fazem bem, mas quando isso deixa escapar o foco principal da ruína em que se encontra o Brasil fico imaginando o tamanho da pílula para dar conta desse sofrimento.
Lamentável que os problemas nacionais tenham se transformado em pó de traque frente à visita do argentino Papa.
O big brother Brasil religioso também cria seus dilemas e idiossincrasias. De que me vale uma boa fé sem um professor para dar aula para nossas crianças, de que me vale um monte de santos fresquinhos criados pelo vaticano com tantas pessoas morrendo neste momento vítimas da onda de frio que assola o país.
Que me importa se o santo homem a cada beijo exibido na TV para um fiel uma criança morria de fome do outro lado da cortina?
A visita do papa desviou a atenção para coisas mais importantes que a reza.
Ótimo para a policália brasileira, os trópicos da politicalha sem vergonha e que nos ignora.
Agora vamos ter mais feriados para celebrar a visita do Papa, pelo menos no Rio de Janeiro onde a cidade parou inadvertidamente para ver a banda passar. Parar uma economia tropeça como a nossa para saudar o homem do papa móvel talvez tenha sido demais da conta.
É só transportar isso para um país mais voltado ao trabalho e menos dias de sol como o Japão, os Estados Unidos ou a China. A visita teria sido ótima, menos noticiada e ninguém teria saído mais cedo do trabalho para exercer sua fé.
Perdoai-me os que me criticam nesse momento achando que eu exagerei a dose.
Entretanto, cabe lembrar, que os súditos do Sr. Francisco amanhã estão na mesma desgraça de sempre: transporte de menos e caro, saúde que cuida melhor cadelas e cães de rua, inflação andando a cavalo, professor auferindo centésimos de real do que ganha um vagabundo para chutar couro redondo em campos de futebol, segurança que cuida apenas do direito do preso e mata a vítima juntamente com sua família.
Que país é esse?
A vela e a fé movem montanhas, mas não colocam comida na mesa, não trazem paz ao espírito do faminto e nem remédios para os enfermos, educação para os estúpidos e vergonha a um povo que não enxerga a hora de dar uma escapadinha para ver alguma distração menor e esquecer de que amanhã vai ser tudo a mesma coisa de sempre.













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