JORNAL PENA LIVRE

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CHUVA DE VERGONHA NA CARA

Desde o desembarque da nau de Noé que o Brasil passa apertado quando chegam as chuvas de verão.
Entra ano, sai ano, século vem, século vai a triste novela malhação do Judas tem um script milimetricamente definido para a história percorrer seu caminho.
Primeiro, claro, São Pedro abre as torneiras no verão brasileiro.
Como o clima da Terra está mais louco que Mané Chico Doido, chove muito onde não chovia nada, chove nada onde deveria chover todo santo dia, tempestades de arrancar postes do lugar, furacões, tufões nunca vistos antes por essas paragens.
Quem mais sofre com essas águas de verão são os estados do Sudeste no rastro da tal zona de convergência do Atlântico Sul, na verdade uma área imensa onde a umidade da Amazônia percorre rumo sudeste até as margens das praias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná.
A novela da tragédia escreve seu segundo capítulo na atuação de São Pedro derramando baldes cheios de água, especialmente nas zonas onde há rios, planícies inundáveis, encostas perigosas, terrenos de difícil escoamento pluvial ou zonas de transição com as correntezas arrancando prédios de suas fundações arrastando-os para lá de Deus me livre.
O enredo segue com os capítulos mais sangrentos da história neste ponto: gente morta, casas destruídas, móveis naufragando a céu aberto, encostas soterrando dezenas de pessoas.
O saldo é contabilizado numa aritmética macabra que sobe ano após ano.
Doações para cá, bombeiros correndo para todos os cantos, cadáveres para enterrar, gente chorando a se desesperar perdendo tudo literalmente. Só a roupa do corpo normalmente sobra para contar.
Plim Plim. Que entrem os comerciais, por favor.
Plim Plim. Voltamos à nossa programação normal que faz surgir na fita e nos noticiários os velhos governantes de sempre, donos das mais horríveis caras lavadas e polidas com a mais fina camada de óleo de peroba prometendo fundos e mundos, mas sempre mandando a conta para São Pedro pagar.
Prometem acabar com as águas, construir barragens, pontes, casas novas.
Qual nada.
Na onda das águas e corredeiras surgem os formosos helicópteros reluzentes com Dilma e seus Blue Caps rugindo suas turbinas para ver de cima o circo pegar fogo. Lá de cima. Lá embaixo só cabe o povo.
Quando descem de novo prometem o paraíso e o céu sem nuvens.
As doações, milhões de doações acabam sendo moeda de barganha nas mãos das prefeituras comandadas por abutres aproveitadores. Já foram registrados casos em que o prefeito “X” montou até um supermercado utilizando as doações como estoque.
Móveis, fogões, geladeiras, sofás, televisões doadas são direcionadas para as casas de praia de algumas dessas aves de rapina, ou terminam como sucata num galpão fechado e lacrado sabe-se lá por que.
Terminadas as chuvas as famílias voltam a comprar tudo o que as chuvas levaram. Nesse momento da memória alguém busca ainda o som do sobrevoo dos seus governantes que sumiram após a última gota de chuva secar.
Tudo volta ao “normal”. Gente se empoleirando em escarpas prontas para o próximo desastre porque as prefeituras não tem qualquer política de zoneamento e de proteção ao cidadão preferindo sempre esperar para ver as mortes chegarem mais uma vez em 2014, 2015, 2016.....
Tudo esquecido e dá-lhe construir mais um conjunto de edifícios em cima de um lixão abandonado para amanhã haver centenas de pessoas debaixo do entulho, porque é assim que são classificadas diariamente.
Um entulho que os governantes se cansam de administrar e que seria melhor mesmo se morresse para dar-lhe o sossego merecido.
Os munícipes se prestam mesmo apenas para pagar impostos.
Falta chover vergonha.
Falta relampejar ética.
Falta a cachoeira de solidariedade, amor ao próximo e respeito.
E, sobretudo, falta cadeia para esses assassinos de terno, gravata ou um belo vestido turquesa, carece haver guilhotinas para cortar os pescoços desses que roubam de pobres, crianças e famílias vítimas de catástrofes.
A lâmina trabalhando cortando cabeças no cesto em alta velocidade poderia servir de alento no futuro e exemplo para quem tiver queda para praticar crimes dessa natureza.




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