JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 6 de abril de 2010



DEMOCRACIA E SUAS OBRIGATORIEDADES

A mais nova coqueluche do momento é a discussão acerca da possibilidade dos detentos provisórios votarem nas próximas eleições que se aproximam rapidamente. A súmula proferida pelo Supremo Tribunal Eleitoral exara a necessidade das eleições contarem com os votos dessa massa de pessoas.
Logicamente entraram em cena os eternos e imaculados defensores da cruel democracia na base da obrigatoriedade excessiva. Porque sou obrigado a votar? Porque os jovens são obrigados a prestar serviço militar? Porque ainda tem rádios que transmitem a infame Hora do Brasil? Porque preso tem que votar?
Tudo o que o Estado me obriga a fazer indo de encontro a minha vontade não me apraz de forma nenhuma. Não vejo sentido alguém ensinar a outra pessoa a matar por dever do Estado, cavar trincheiras e ter que bater continência ao todo poderoso Sr. Sargento. Sim senhor, não senhor. Afinal somos uma nação cordeira, digo ordeira e pacífica não? A única guerra aqui é a urbana entre facções criminosas e as forças públicas.
O entulho militar aí está presente nas eleições quando o estado me obriga a sair de casa para selecionar um entre tantos ladrões, quadrilheiros, pessoas com “capivara” maior que o diâmetro da terra, analfabetos funcionais e toda sorte de gentalha que quer meu voto.
Democracia para mim é a norte-americana, apesar dos defeitos como, por exemplo, os votos dos delegados. Lá ninguém é obrigado a votar, entretanto, vota quem quiser, vai dizer bom dia ao Sargento também se quiser.
Não me interessa votar. Abro mão desse “direito” agora mesmo.
Não tem nenhuma política nacional que mereça meu voto muito menos Zé Ruelas que vão me prometer um céu eternamente cor-de-rosa.
Para estender esse poder ditatorial, os prováveis eleitos agora contarão igualmente com os votos dos detentos que na minha democracia estariam vedados para essa tarefa. Quem mata, quem rouba, estupra não pode votar mesmo que ainda seja apenas um suspeito. Ladrão vai votar em quem não?
Além do mais, as milícias do crime vão querer controlar o voto dessa moçada assinalando na urna eletrônica a escolha de um candidato que evidencie deixar a vida do crime ainda mais mansa.
A agonia da democracia a qualquer custo cria essa demência coletiva do direito que, antes de mais nada é uma tremenda obrigação imposta. Não quero sair de casa para votar. Não me interessa saber quem é quem para as eleições para presidente do Brasil. Nenhum candidato(a) me agrada. Só gente miúda.
Não há estadistas, pessoas cultas, experientes a altura do desafio brasileiro dos anos vindouros, não há novidade no front. Apenas uma obviedade de promessas toscas e vazias que farão o povo escolher quem trouxer as mais mirabolantes e inexequíveis promessas do tipo salário mínimo cotado a R$ 4.000,00, casas próprias com custo zero para o comprador de baixa renda, vestir o Cristo Redentor no Rio de Janeiro com bermudas e colorir o rio Tietê de azul de metileno ou roxo no programa belezura e outras tolices.
Nem bem começaram as campanhas Dilma Roussef, em sua estreia, iniciou seus ataques que serão muitos ao governador de São Paulo e oponente José Serra, também candidato ao Palácio do Planalto. Tão logo a temperatura da campanha aumente, os xingamentos e ofensas serão aquecidas na mesma proporção e me chamarão depois para votar no que xingou mais ou aquele que inspirou mais pena? E apelidam essa palhaçada de democracia tirando meu sossego para comparecer a uma sessão eleitoral para apertar meu voto.
Não quero apertar nada. Desejaria banir o espaço eleitoral gratuito na televisão que mostra parquinhos de diversão com crianças alegres, aposentados curtindo um sol em Miami, obras suntuosas que não nem saíram ainda do papel e abestalhados candidatos patrocinando difamar a vida dos oponentes através da ofensa, da calúnia e de golpes baixos, frutos democráticos altamente nutritivos.
Desejo uma democracia que me deixe ficar em casa. No dia que aparecer alguém decente aí sim tiro o pó do meu velhíssimo título eleitoral para contabilizar meu voto.
Até esse dia de São Nunca chegar quero a tranquilidade de não sair da paz do meu sofá para me apinhar em filas intermináveis na minha zona eleitoral. Alguns orgulhosos velhinhos propagarão a crença de que votar é cidadania. Aparecerão na tv naquelas infames reportagens de gente votando sob as mais terríveis condições de saúde ou de transporte, para mostrar um país coeso em torno da alma democrática. Quem sabe a tv mostre pela enésima vez Dona Maria, isolada no meio da mata amazônica mal sabendo ler ou escrever, caminhando horas pela densa floresta depois mais dois dias de barco sob sol forte para votar no Zé Pilintra.
Bobagem.
Além do mais, observem a lista dos candidatos que já se apresentaram pelo Brasil afora: Zé do Trombone, Maria Cidinha do Lago, Camarada Juca Pintado, Manoel da Lavanderia, Marcenilde Saia Justa, Beto Curimbatá e o Celso Enxadeiro. Não desmerecendo qualquer um, mas nessa carruagem de pródigos o máximo que vamos encontrar é gente que assina o nome por extenso melando o dedo na tinta e passando no papel. Essa é a síntese da coisa toda. Para faxina tem que ser cursado em Harvard e para presidente basta colocar o polegar na almofada do carimbo e sair assinando.
Democracia é ninguém me forçar a nada, exceto por força de lei que não seja absurda ao ponto de ir contra meus desejos de votar ou não.
Democracia ideal seria aquela que pudesse estabelecer um peso para o nosso voto. Presidiários em geral, pessoas que nem sabem ler ou escrever, desinformados contumazes e os seguidores do voto de cabresto, para os eternos usuários do bolsa família, vale motel, vale educação, vale coxinha, enfim, para quem nem sequer paga impostos, peso UM. De outro lado, para um engenheiro formado trabalhando e super atualizado peso DEZ, para mim que sou escritor, administrador de empresas, jornalista free lancer, que é torturado pela quantidade de impostos que paga todo dia peso “X” e vai por aí afora.
Isso é democracia. Estabelecer pesos para coisas diferentes e não igualar tudo mundo pelo limbo.
Não sou parte dessa filosofia de equalizar todos num mesmo patamar. Não sou presidiário e não posso ter meu voto pesando igual ao dele. Eu sou produtor de impostos ele apenas um consumidor do que eu pago. Ele come de “grátis” graças ao meu suor. Tem direito a advogado sem pagar nada, banho de sol, futebolzinho a tarde, visita íntima para gerar mais futuros bandidos.
Vale também para quem mama na farra dos programas sociais que criaram uma geração de parasitas todos com peso de voto igual ao de um empregador gerando postos de trabalho e renda. Absurdo.
A justiça está em separar as oportunidades e cada qual contribuindo com o que tem, bem como a democracia reside na ideia de que somos, sim, todos iguais no cobertor das leis que nos impõe limites claros o objetivos, mas não no dia a dia. Não sou analfabeto, nem sobrevivo tirando leite dos outros ou estou preso para ser tratado desta forma.
Mais respeito que eu gosto.
Enquanto viver e observar que ainda sou obrigado a sair de casa para o tal exercício hipócrita de democracia sentir-me-ei compelido a pensar que essa é mais uma razão para sermos eternamente um país de terceiro mundo. Ou quinto.

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