JORNAL PENA LIVRE

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terça-feira, 3 de agosto de 2010





















GOL DE PLACA – FIM DO MUNDO

O melhor momento do futebol. O gol é sempre festejado. A GOL (empresa aérea), de outro lado, é o que há de pior em nossa aviação.
O presente de fim das férias escolares, ofertado pela GOL Linhas Aéreas, foi realmente inesquecível. Não pela eficiência, pontualidade e presteza. Muitíssimo pelo contrário.
Caos total.
Vôos cancelados, atrasados, passageiros abandonados nos aeroportos sem eira bem beira, sem comida e sem hospedagem. Isso sem contar o verdadeiro manicômio aeroportuário brasileiro sempre a beira do colapso.
Tão logo a nova tropa de elite da corrupção tome conta do poder após as eleições, que tal colocar em discussão de forma séria a questão de se trazer copa do mundo de futebol e logo depois uma olimpíada aqui no Brasil?
Não precisamos passar uma vergonha mundial tão enorme quanto a incompetência para gerir o sistema de transportes públicos no Brasil.
O próximo governo tem que tomar providências urgentes ou será melhor comunicar à FIFA e ao COI (Comitê Olímpico Internacional) a desistência do Brasil em sediar jogos de futebol e olimpíadas.
A GOL faz aquilo que lhe dá na telha. Cancela vôos, reescalona outros, reordena toda sua escala de pilotos e tripulações, não dá satisfação nenhuma aos seus clientes que de boa fé não colocam fogo na empresa com sua sem-vergonhice costumeira.
A empresa afirma nos jornais de forma infantil e pitoresca que o caos foi motivado por excesso de tráfego aéreo e não por pura burrice administrativa colocando pilotos para trabalharem acima de suas cargas diárias, pagando-os com salários abaixo da média, inclusive.
A GOL só alterou a escala de última hora quando todo mundo da empresa resolveu ameaçar detonar uma greve geral.
Isto serve como exemplo. Esta empresa dá o mote naquilo que se transformou nosso espaço aéreo, estradas, ferrovias e portos. Todo o complexo funcionando de maneira amadora e no limite. Os responsáveis fogem de suas responsabilidades e ninguém é punido. Eita Brasil.
A solução para isso é simples.

Caos aéreo

Os aeroportos estão doentes. Filas, bagunça, desorganização, infraestrutura falha, equipamentos jurássicos e uma burrice sem paralelo em gerir o sistema.
A Infraero é a causa principal dessa balburdia e estado de calamidade pública. Lula teve oportunidade em seus 8 anos de governo de alterar a atuação da empresa, mas acovardou-se diante das dificuldades.
Dilma promete colocar a mão nessa cumbuca. Duvide o dó como dizia meu pai.
A Infraero deveria ser privatizada urgentemente deixando de ser um cofrinho público e cabidão de empregos.
Dados divulgados hoje (3/08/2010) pelo Ministério do Planejamento apontam que apenas 11% dos recursos autorizados no orçamento de 2010 para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) foram desembolsados. Do R$ 1,6 bilhão previsto até dezembro, apenas R$ 178 milhões foram investidos no primeiro semestre.
O percentual de execução da empresa também foi baixo no primeiro semestre do ano passado. Do R$ 1 bilhão estipulado à Infraero para investimentos (execução de obras e compra de equipamentos), somente R$ 137 milhões (mixaria) foram aplicados no período, o equivalente à 13%. O mais catastrófico ainda ocorreu entre janeiro e junho de 2008. Só 5% dos R$ 2,2 bilhões autorizados para o ano à empresa responsável pela administração dos aeroportos do país foram pagos nos primeiro seis meses (Fonte http://blogdoeduardomoraes.com/blog/?p=5027).
Essa tartaruga estatal está precisando óleo nas juntas.
O sucessor de Lulalá se quiser ter a chance mínima de não fazer o País inteiro mergulhar na maior vergonha mundial não tendo condições para receber Copa e nem Olimpíada, tem que entrar no Palácio do Planalto já com isso escrito embaixo do braço e aplicar imediatamente o desmantelamento da Infraero e seu castelo de corrupção.
As obras para os dois eventos esportivos já estão comprometidas, algumas delas sem chance sequer de sair do papel como o malfadado trem bala.
São Paulo nem sequer tem ainda idéia do que vai fazer se reforma esse ou aquele estádio ou constrói um novo.
Se a copa e a olimpíada fossem hoje aqui no Brasil o caos aéreo se encarregaria de espantar todos os turistas e interessados nos jogos.
Haveria filas desde os aeroportos até a Ilha da Madeira somente para desembarque.
Depois mega congestionamentos em SP e Rio, por exemplo, para levar essa gente toda aos hotéis.
Outros hiper engarrafamentos na hora dos jogos pela falta de logística nas cidades grandes em geral.

Outros transportes

Vergonha total trazermos os turistas para jogos de copa ou olímpicos com estradas ruins, mega congestionamentos urbanos nas grandes metrópoles e falta de infraestrutura hoteleira. Metrôs de menos, ônibus de menos e com rotas porcamente projetadas, estradas de ferro de alta velocidade ainda no estágio de projeto de um sonho.
Vale dizer que o governo Lula em seus dois períodos nada fez pela melhoria desse cenário.
Projetos mirabolantes foram abandonados pelo meio do descaminho da teia de corrupção, outros tantos tiveram obras iniciadas, mas tiveram seus orçamentos sob suspeita no Tribunal de Contas da União. Outras obras foram finalizadas e ruíram no meio do caminho devido à péssima qualidade do projeto. (estradas vicinais paulistas, por exemplo).
É uma conta de mais e menos.
Se atualmente o Brasil já deixa todo o seu contingente de pessoas que querem ir daqui para lá presas em aeroportos sujos e pequenos ou grandes e lotados, perdidas no meio a confusão de congestionamentos, servidas por metrôs insuficientes e também lotados que dirá trazer milhões de turistas para curtirem o maior mico do século.
A empresa GOL dá o tom dessa melodia desafinada. Ela faz seu papel que é ganhar dinheiro sob qualquer circunstância matando seus passageiros de raiva e fazendo a todos de palhaços.
O caso representa o pico de um imenso iceberg chamado descaso e irresponsabilidade.
No palanque veremos os candidatáveis prometerem um Brasil de conto de fadas, tudo cor de rosa e com varinhas de condão para “plim” tudo se realizar.
Bobagem.
O caos aéreo é antigo. Começou tão logo aconteceu o acidente do avião da GOL e o Jato Legacy em 2006 na Amazônia.
No entanto, o acidente, junto da greve branca dos controladores de vôo que gerou o apagão aéreo original, foram só dois dos estopins de um colapso que já estava proclamado. Enquanto o movimento de passageiros no país cresceu em ritmo acelerado nos últimos três anos - 19% só em 2005 -, o investimento oficial em infra-estrutura de controle aéreo, equipamentos e formação de equipes seguiu o caminho inverso – foi encolhido a metade.
A bagunça e a incerteza que dominam o setor aéreo são conseqüências de uma série de problemas interligados.
Os recursos da área são mal administrados (boa parte desviados); os aeroportos não têm estrutura para atender a atual demanda; faltam controladores de tráfego aéreo, e os que estão aí não têm boas condições de trabalho; os radares têm zonas cegas; as comunicações por rádio falham. Basta apenas que um desses elos da corrente pife para que todos os outros sejam comprometidos. Como estão todos na iminência de falhar, a vulnerabilidade do sistema - que há muito ultrapassou o seu limite - é enorme.
Outro fator de gravidade para que tenhamos o pandemônio aéreo é que uma parte da administração aérea é civil (ANAC) e a outra é militar (FAB e INFRAERO).
Dá para imaginar que esses dois universos são antagônicos, de relacionamento frágil um preocupado com segurança e outro com comércio. A dicotomia gera desmandos e desentendimentos.
Uma das reivindicações jurássicas dos controladores de tráfego aéreo é justamente a desmilitarização de sua função. Fora das mãos dos boinas azuis, o controle deixaria de ser a caixa de pandora que é hoje.
Alegando questões idiotas de segurança nacional, os milicos relutam em prestar contas sobre um serviço que influi na vida de milhões de brasileiros.
Sob comando da Aeronáutica, também não existe transparência sobre o destino das taxas cobradas das companhias aéreas pelo serviço de controle de tráfego. Fica tudo às escuras e se é assim tem malandragem nessa cumbuca.
Taxas que, em última análise, inflam nos preços das passagens. Para os operadores, a desmilitarização traria benefícios imediatos. Como militares, eles estão sujeitos às leis e à rotina do quartel e não ao código penal.
Não podem questionar ou contrariar ordens superiores, sob risco de punição. No entanto, tirar o controle aéreo das mãos da Aeronáutica não é bem visto entre comandantes militares e especialistas. Para eles, a troca de chefia pode ser perigosa, pois facilitaria a ocorrência de greves de fato, direito assistido pela Constituição. Tolice.
Todos os serviços podem ou não ser paralisados via greve, nem por isso vamos colocar militares dentro das montadoras, por exemplo.
Falta grana então para o setor de transporte aéreo?
Não, ela é mal gerenciada. O dinheiro para equipar melhor o tráfego aéreo não depende de recursos orçamentários do Estado.
As taxas de embarque pagas pelos passageiros nos aeroportos somam baita dinheirama que, em 2009, chegou a cerca de 1.7 bilhão de reais.
O Brasil tem a terceira tarifa aeroportuária mais cara do mundo. Só que, por determinação estúpida dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, a maior parte dessa piscina de dinheiro fica retida nos fundos Aeronáutico e Aeroviário, a fim de aumentar o superávit primário nas contas oficiais.
Os erros de gestão financeira são profundamente açoitados por outras decisões administrativas, como um acordo entre a Infraero e as companhias aéreas feito no começo do apagão aéreo, que passou a considerar atraso somente os vôos que demoravam mais de uma hora para decolar. Humpf. Como se uma mulher grávida fosse assim declarada apenas quando fosse parir.
A crise aérea afeta somente o setor turístico e os passageiros em férias?
De certo que não, o turismo é até um dos setores menos prejudicados. Cerca de 70% dos passageiros da aviação comercial brasileira viajam a serviço.
Além disso, num país das dimensões do Brasil e com estradas lastimáveis, o transporte de mercadorias por avião é vital para o bom funcionamento da economia. Por último, mas não menos importante, deve-se registrar que o caos nos aeroportos afeta diretamente a classe média brasileira, da qual provém a maior parte dos passageiros.
Como nada será feito dentro dos próximos meses vem aí no Natal cujo presente de Papai Noel será uma vela estadia nos bancos frios dos aeroportos para quem se atrever a embarcar nessa época.
Quando surgir o primeiro apito do juiz na próxima Copa do Mundo e quando o primeiro atleta correr pela pista aí sim o Estado acordará para o que precisa ser feito.
Lamentável.
E se as obras para a infraestrutura forem de fato desengavetadas, as estradas forem pavimentadas e se os aeroportos receberem a devida atenção, os estádios construídos, senhores leitores, tenham certeza de que será a maior e a mais devastadora onde de corrupção que o Brasil já viu. Dinheiro público e empreiteiras, desde o tempo de Adão e Eva, dão sujeira no ventilador.
Quem viver verá.






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