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quarta-feira, 25 de agosto de 2010















VIOLÊNCIA DA SOCIEDADE NÃO DA POLÍCIA

Tombstone. Arizona (EUA). Em 26 de Outubro de 1881, uma disputa entre os irmãos Earp (família de Delegados norte-americanos) e um grupo conduzidos por Ike Clanton ( chefe de uma gang de bandidos) culminou no tiroteio mais comemorado do folclore ocidental -- o Tiroteio no OK Curral. Três do grupo de Clanton morreram, Ike e um outro membro ferido conseguiram escapar. Três irmãos Earp -- Virgil, Wyatt e Morgan -- junto com o Doc Holliday sobreviveram. Morgan e Virgil foram feridos, e Virgil deixou de ser xerife por sua participação nos homicídios.
Parece que o Rio de Janeiro nesta semana que passou repetiu a dose. Desta vez não em OK Curral, mas na zona sul nas imediações do hotel Intercontinental, que fica localizado bem perto de uma entrada de favela.
O confronto envolveu bandidos e policiais civis e militares em vasto tiroteio a céu aberto. Uma verdadeira chuva de balas de altíssimo calibre, principalmente do arsenal dos bandidos.
O motivo de tudo isso no fritar dos ovos: os assaltantes querendo recursos líquidos para financiar a movimentação do comércio de drogas e armas. Simples. Apenas e tão somente uma questão de negócios.
Já falei aos quatro ventos que a solução não é colocar um policial em cada metro da cidade armado até os dentes.
Ninguém quer apostar no mais óbvio. O que move esse imenso e bilionário circuito?
O consumo. Só isso.
O tráfico continua sendo o tal por conta da principal engrenagem do sistema: o desinfeliz que faz uso de substâncias tóxicas. Todas elas, a começar do álcool que abre as portas para as demais drogas peso pesado.
O mercado consumidor varia, mas fica dentro de alguns parâmetros e um deles é a classe econômica do usuário(a). O produto é caro, logo quem mais compra são as classes média e alta da população.
Evidente que tem o consumo de drogas baratas como o crack que qualquer dez reais compra, mas não é considerada droga da “onda” nem da moda.
A sociedade é a grande culpada da situação de sítio que vive o Rio e seus momentos de OK Curral. E é dela que deve brotar a solução para essa encrenca.
Não havendo consumo o sistema se quebra automaticamente.
Cada cidadã(ão) ao lançar mão do consumo da qualquer droga investe pesadamente no tráfico de armas, drogas, corrobora bastante para centenas de mortes ligadas ao narcotráfico, abastece os cemitérios com uma quantidade enorme de vítimas, a maioria inocentes que tombaram com balas perdidas.
Falo do jovem, não importando o sexo, que se veste bem para a baladinha e curtir com a turma, que dá uma passadinha nos milhares de pontos de vendas em todo o Brasil, especialmente Rio e São Paulo, para adquirir um pacotinho inocente de droga, bem como os outros do grupo para embalar na noite que promete.
O carro segue com todos felizes para a curtição e deixam no rastro uma trilha de sangue e são, por isso, corresponsáveis principais do cenário de Tombstone no Rio e em outras grandes cidades.
A polícia pouco pode fazer. Não tem gente habilitada, não tem inteligência para agir de outra forma, não tem armas, treinamento ou cabeças capazes de combater o crime, não somente na linha de frente como também nos bastidores.
O governo também não faz sua parte. As campanhas para evitar a juventude adentrar no mundo das drogas e retroalimentar o sistema de crimes são escassas e infrutíferas.
A abordagem do tema em campanhas deve ser absolutamente impactante a começar do banco da escola, passando pelo ensinos médio e superior, além de abordar igualmente as estruturas familiares em anúncios de jornais, revistas, campanhas televisivas ininterruptas, internet e redes sociais, adicionalmente um amplo programa de atendimento às vítimas do holocausto que estamos assistindo.
O governo ainda tem que profissionalizar as vigilâncias de fronteira para não deixar armas entrarem no território. Operações que não sejam de faz de conta e sim sérias, coordenadas com serviços de inteligência e congruentes com articulações de países vizinhos para o mesmo fim.
O combate tem que ser palmo a palmo das nossas fronteiras. É um trabalho caro, mas que compensa pela contabilidade de vidas salvas e o prejuízo para o próprio Estado no tratamento de pessoas viciadas e ou mortas.
Evidente que há falta de vontade política para disparar os processos acima, de forma simultânea, por interesses escusos e mesquinhos de uma politicalha criminosa.
De qualquer forma, acredito que a sociedade tenha mais facilidade para interromper a sequência do crime exatamente no seu ponto crucial – a compra das drogas pelos seus filhos e filhas.
Para isso acontecer basta apenas a conscientização de gravidade do problema e assunção da culpa paralela, bem como a organização da sociedade em caráter de urgência para estancar a sangria dos seus filhos mortos todos os dias e a cidade à mercê das cenas de Ok Curral, Waytt Earp & irmãos, Doc Holliday e o bando dos Clanton.

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