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sexta-feira, 7 de outubro de 2011















CONFLITO DE GERAÇÕES – Apple e seu criador

Na data de antes de ontem (05/10/2011) a Apple se apagou um pouco pelo falecimento do seu jovem criador Steve Jobs. O símbolo, uma maça parcialmente comida, representava uma alusão à criação e a árvore da sabedoria que entre idas e vindas marcou o mundo e o alterou de modo definitivo.
Minhas homenagens a ele que é um ícone das gerações criativas que nasceram nos anos 50, os chamados baby bommers. Nunca fui consumidor de sua marca, a bem da verdade, não fiquei em nenhuma fila para comprar os famosos produtos Ipad e I alguma coisa freneticamente disputado por uma legião de fiéis adeptos da marca.
Não quero falar do homem Steve Jobs, e como todo ser humano teve lá seus pecados e suas virtudes, altos e baixos, suas taras, apreensões e sonhos.
Não vou glorificá-lo como todos o fazem quando o céu chama os ídolos e pessoas importantes, nem santificá-lo isso é tarefa para pessoas que tem mais tempo livre e imaginação fértil.
Quero falar sobre o conflito de gerações.
A meninada hoje jocosamente tem chamado a geração dos baby boomers, hoje senhores na faixa dos 50 anos de idade, de geração quadrada, de senhores jurássicos, de babacas atrasados que não sabem de nada.
Nosso papo começa aqui hoje.
O jovenzinho de hoje se imagina como o supra sumo da esperteza pilotando um potente computador plugado na rede mundial e que em conjunto com outros cabeças ocas têm feito piadinhas acerca das gerações anteriores e cometem um pecado mortal de “insabedoria”, ou seja, um vocábulo inventado por mim para definir pessoas que são absolutamente desaculturadas, alias um fenômeno triste e que tem tomado conta dos pirralhos que fazem anedotas com os cinquentões de hoje.
Eu considero, com reserva de direito ao uso da brutalidade da palavra, que as gerações mais moderninhas são apenas nuvens de gafanhotos pegando carona no que hoje se chama tecnologia.
A bordo dos seus celulares mágicos, capazes até de levar o cachorrinho da família para dar uma volta e seus mirabolantes aplicativos coloridos, vangloriam-se pela façanha de se conectarem ao mundo falando com o vizinho lá do outro lado do globo como se isso fosse a coisa mais natural do universo.
A geração que se coloca como ponto central das piadinhas de salão é a mesma que inventou o mundo que vemos hoje e a mesma que proporciona a facilidade de comunicação que todos tem acesso atualmente.
Posso dizer que foi ou ainda é a minha geração.
Esta foi e ainda é primorosa na arte de criar coisas que podem transformar o mundo. Esse um sonho de Jobs quando criança, sair e mudar o mundo de alguma forma.
Nós mudamos o mundo com os microships, os terabytes, os computadores, o telefone sem fio, o celular, raio laser, as tantas e tantas tecnologias capazes da arte de transformação da sociedade onde vivemos. Se antes nas cavernas incomunicáveis e caçando para não morrer hoje plugados 24 horas pessoa a pessoa literalmente.
Tudo on line tudo ao vivo e a cores.
As gerações posteriores criaram o que? Quase nada.
A não ser novas formas de utilizar a rede para promover badernas, saborear a comunicação em sociedades que pregam uma virulenta violência gratuita, sacanear o próximo, marcar brigas pelas teias sociais, como matar professores em duas lições e como consumir tudo o que tem pela frente como uma verdadeira e voraz nuvem de gafanhotos.
Gerações perdidas no consumo de álcool e tóxico. Ah, mas Jobs também deu uma cheiradinha em LDS, a droga “must” da época dizem alguns, então eu também posso.
De fato Jobs experimentou o mundo das drogas, mas abandonou tão logo seu gênio criativo pôs-se em marcha e não precisou de nenhuma clínica para desintoxicar o sangue pelas noitadas a fio consumindo toda sorte de química para ficar “ligadão”e ter coragem de conversar com o sexo oposto.
A fuga da juventude no álcool, sexo descompassado, violência, drogas gira em torno do que fazer com o potencial de inteligência que cada um de nós possui de forma comprovada.
A minha geração utilizou a inteligência natural para criar as outras para consumir e não para destruir tirando vantagem do momento tecnológico ou fazendo piadas corroídas de tão velhas atirando na cara dos baby bommers que nossa geração é feita de gente quadrada, sem inspiração e sem brilho.
A molecadinha esquece que tudo isso que hoje é consumido vem de invenções, patentes e idéias colocas em prática pelos jurássicos de plantão, aqueles mesmos que patrocinaram as mudanças que hoje o mundo experimenta.
Há muito esse conflito de gerações vem ocorrendo agora ao vivo no Youtube.
É a geração que tem vergonha quando os pai deixam os filhos na escola.
Cabe a nós mais uma vez colocarmos as mangas de fora para ajudar essa meninada a tomar jeito e usar seu cérebro para criar como a minha geração o fez e ainda o faz.
O Brasil notadamente é um país deseducado, despolitizado, desarrumado, desarticulado, desorganizado coloca em prática o tempo da idiotização, da bestificação massificada e da estupidificação maléfica que leva gerações inteiras a saborear um gosto amargo de derrota e incapacidade.
São gerações posteriores à nossa que frutificaram a sabedoria de rua, a infâmia, o uso do tempo para “descriar” e desaprender, para ferir e jogar a culpa no vizinho.
Basta observar o que um aluno do segundo grau faz com seu tempo livre: joguinhos na internet, falar com amigos nas redes sociais, muita revista de mulher pelada para masturbação, pregar a balbúrdia a desordem e o caos.
Falta criatividade, falta administração correta do tempo ocioso, falta genialidade de criar em vez de destruir e chamar nossa geração de picaretas antiquados e quadradões.
Nós não perdíamos tempo com superficialidades, supérfluos e consumo do pico da tecnologia existente, nem tampouco utilizávamos nosso tempo livre para marcar a próxima briga de rua, dar porrada em homossexuais ou desabrigados de rua, nem, tampouco, descobrir a enésima modalidade nova de trucidar colegas de classe e professores que lutam e ganham um salário de bosta (me desculpem o palavrão, mas quando bem colocado o vocábulo traz energia e colorido) para aturar monstrinhos criados domesticamente por pais alheios e criminosamente responsáveis por toda essa bagunça.
Há exceções? Claro sempre há. Tem gente gastando tempo criando alguma coisa nova e inédita, mas são tão raros os casos que se perdem na densidade tênue como oxigênio na estratosfera terrestre.
A escola não ensina, mas faz de conta que sim, os pais fazem de conta que educam, mas na verdade promovem apenas artefatos tecnológicos aos seus filhos para se sentirem seguros, o governo faz de conta que se importa, mas trai o futuro do País articulando uma educação que cheira o escárnio e a boçalidade extremas.
Jobs nos deixa um ensinamento de que criar é uma inspiração que se soma às milhares de horas de suor e dedicação, concentração e foco.
As gerações mais moderninhas consomem a Apple, mas não sabe como ela organizou o mundo em janelas contínuas de visualização em outras linhas de programação, do mouse, da tela que aceita toque, do sistema operacional que Bill Gates utilizaria para consolidar a Microsoft.
Jobs foi além disso.
A culpa dele concorrente por ter deixado um dia a Apple fora de mercado sem dúvida o maior pecado de Steve que queria que todo o processo fosse de seu absoluto controle, coisa imperdoável em termos mercadológicos.
Novamente no comando de sua Maça, Jobs implementaria uma segunda fase da empresa que a fez ser hoje uma das mais rentáveis e de maior valor de mercado no mundo.
Mesmo afastado por mais de uma década, Jobs conseguiria com seu gênio inventivo emplacar uma nova geração de desenhos animados com a empresa Pixar, de sua propriedade que ajudou a criar um marco do desenho animado com o famoso Toy Story. A Pixar deixa a marca do criador com inovação, invenção e o estabelecimento de limites além da nossa imaginação para fazer a coisa funcionar como ele mesmo costumava dizer. Esta empresa ajudou Jobs a ser individualmente o maior acionista do grupo Disney no mundo.
O principal ensinamento de Jobs, Pixar e Apple, entretanto, é abstrato e o mais valioso bem que todos nós podemos usufruir: como não perder tempo com bobagem, como ser criativo e como agir com determinação, além claro, de muita inspiração.
O mundo certamente ficou profundamente alterado. Se para melhor ou para pior isso será julgado mais à frente.
Depois da passagem de Steve a certeza de que os baby boomers criativos estão em processo de extinção e, por incrível que pareça, não houve reprodução criativa nem inventiva que se seguiu às gerações posteriores.
Lamentável.
Descanse em paz Jobs. Seu nome se juntará a tantos outros que conseguiram alterar a face deste planeta. Obrigado por sua contribuição.

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