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quinta-feira, 13 de outubro de 2011
















E O SHOW DE INIQUIDADES CONTINUA....

Dizer que nosso Congresso é uma casa de leis é ofender a inteligência das amebas. A julgar pelos projetos de lei em andamento percebo que são as nossas amiguinhas invertebradas do reino protista, filo amoeboflagellata, classe sarcodina, ordem tubulinida, família amoebidae, gênero amoeba, espécies várias, que estão de fato escrevendo a maioria dos textos.
Tive a paciência de garimpar o novo estatuto da juventude, cujo deputado relator é um superdesconhecido deputado Benjamim Maranhão (PMDB).
Apesar do nome o cientista deputado é do estado da Paraíba, capital João Pessoa e cirurgião dentista.
Já serviria de conselho ao nobre deputado que volte à velocidade da luz para as pinças, amalgamas, cáries e a infernal maquininha que abre buracos nos dentes dos seus pacientes.
Ali talvez sua utilidade seja imprescindível e mais que esperada.
Desista de ser deputado.
O documento é a síntese de um cenário pavoroso onde o nível político nacional desceu as escadarias abaixo rumo ao infinito e cria um lodo documental de impossível deglutição e processamento, mesmo para as mentes mais surrealistas que temos neste país.
Primeiro estabelece uma curiosa classificação do que o nobre deputado apelida de JUVENTUDE: temos os jovens-adolescentes (15 e 16 anos), jovens-jovens (18 a 24 anos) e jovens-adultos (25 a 29 anos).
Seguindo esse raciocínio bidimensional eu criaria ainda os jovens-pré-velhice e os jovens-prá lá de Bagdá e, finalmente, os jovens jurássicos assim a lista ficaria completa.
Seguindo adiante no texto o grupo (acho que foi um grupo que criou o texto, afinal tanta burrice não poderia ter vindo de uma só pessoa) assegura nos parágrafos e incisos que os jovens não serão discriminados por etnia, raça, cor de pele, cultura, origem, idade, sexo. Garante-se ainda a liberdade de reunião, de idéias e de expressão.
O criativo grupo fez o famoso cola e copia da Constituição e faz chover no já pantanoso lago salgado da política nacional.
O que ali está escrito já é abordado na Carta Magna.
Num outro momento brilhante o texto destina obrigatoriamente cerca de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura para projetos voltados a jovens, saber lá Deus que tradução se dar para isso. Traz ainda, como era previsto, regras para a mídia: a criação em redes de rádio e televisão de horários especiais voltados para a realidade social do jovem. Outra incógnita.
Abre-se espaço para torrar a grana do Fundo Nacional de Cultura via ONGs, que sabidamente redunda em gente metendo a grana no bolso para passear em Miami.
São 60 artigos/incisos e parágrafos que insultam a inteligência das nossas amigas desdentadas e amebóides.
Cria a meio entrada até para jogo do bicho. Os marmanjos acima dos 30 financiarão os não menos marmanjos de até 29 anos no cinema, teatro e outros acontecimentos culturais. Só faltou incluir meia entrada no motel.
A medida se intromete no universo dos governos estaduais e municipais quanto ao tema dar desconto para transporte público, por exemplo.
O curioso documento amebóide abrange uma juventude classificada até os 29 anos de idade. Porque 29?
Fico imaginando que tipo de aluno em estudo continuado conseguiria alcançar tão longa idade ainda estudando.
No mínimo alunos com 29 anos de idade que não pararam de estudar devem ter tomado bomba até no pré-infantil por estarem tão velhinhos ainda em contato com giz, lousa e a maça da professora.
No artigo nº 3 sociedade assegura aos jovens o direito a vida, cidadania, educação, saúde copiando mais uma vez o texto constitucional colocando melado no tacho do açúcar ou ainda sal nas águas do mar.
No artigo de nº 4 os jovens são serão objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado a estes direitos receberão punição prevista em lei.
As nobres amebas conseguiram resolver numa só patada toda a sorte de histórico de violência a que os jovens são submetidos, especialmente quando se entopem de álcool e destroem vidas no trânsito, como vimos recentemente em Minas Gerais um adolescente dirigindo uma Van cheia de outros jovens perder o controle e liquidar com a vida de três amigos a bordo fora os feridos graves que ainda estão em estado crítico.
No capítulo I, artigo oitavo uma curiosidade: “a juventude é um direito personalíssimo”.
Confesso que não entendi o que isso quer dizer.
A juventude é uma passagem orgânica da idade criança para a de adulto. É uma definição não um direito.
No capítulo III mais “copy chup text” da Constituição garantindo mais direitos já jurassicamente abordados na Carta Magna, destaque para o artigo 13º que apenas transcreve texto inteiro da Constituição.
No capítulo VII artigo 28 o documento cria uma série de organismos: conselhos, secretarias e Fundos que já existem e são subutilizados.
Um exemplo clássico para ilustrar o tema seria o programa Projovem.
Nos últimos seis anos, o programa federal destinado a resgatar jovens que estão fora da escola colocou na fogueira R$ 3 bi. Na versão urbana, formou menos de 210 mil alunos, apenas 38% do total imaginado. Na área rural, 59 mil, só 1% e com fiscalização de faz-de-conta e bem próxima de zero, há desvio de recursos, indícios de corrupção.
Está mais que na hora da massa de políticos parar de escrever tantas besteiras para não mudar nada, a verdadeira arte do “embromation” a todo custo achando que do lado de cá somos todos um conjunto de quadrúpedes sem cérebro.
Mais uma vez prova-se uma teoria perigosa. Precisamos mesmo de Congresso? Não seria a hora de fechar essa fuzarca e distribuir a grana gasta com pizzas verdadeiras que poderiam encher vários estádios de futebol?
Sim eu pergunto isso porque sem o Congresso talvez minha vida e de tantos milhões de brasileiros pudesse ganhar um “plus” de qualidade sem a safadeza como cartilha e a edição de medidas tão ridículas quanto clarear pelos de macacos no deserto do Saara.


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Magno Almeida Lopes, escritor e jornalista free-lancer, administrador de empresas com habilitação em negócios internacionais, tecnólogo de obras e solos, engenheiro de rede Lan, membro efetivo da academia Piracicabana de letras, MBA em comércio exterior. Piracicaba (SP), 13 de outubro de 2011. Email: lopesmagno@gmail.com

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