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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ESTRADA DA PERDIÇÃO















Enxames de moscas e outros insetos voadores só podem ser combatidos com tiros de espingardinhas de pressão ou para espantar ursos pardos enfurecidos podemos usar um chinelo de plástico no bumbum dele.
São duas situações completamente absurdas e surrealistas.
Para a dor de cabeça o remédio certo. Não adianta dar uma dose potente de vitaminas de última geração para o moribundo.
Com as cracolândias espalhadas pelo Brasil afora é exatamente isso que o Estado quer fazer, ou seja, matar mosquitos atirando tijolos no ar.
As manchetes dos jornais trazem muitas reportagens sobre invasão da cracolândia A ou B no Rio ou em SP capital, ações com bombas de efeito moral ou de gás lacrimogêneo numa atitude absolutamente inútil.
Ninguém sabe nada de nada e nem como funciona o universo do crack em grandes cidades como seu mecanismo é acionado nem como combatê-lo.
São pessoas amadoras comandando ações que só espalham as moscas sem tirar aquilo que as atraem, verdadeiros caminhos da perdição que corrói uma sociedade ainda carente de preparo para lidar com esse flagelo urbano.
O crack nasceu no vácuo da inércia do Estado e sociedade ausente de compromisso sério com o tratamento desse assunto.
Não adianta nada meter o pau no usuário, jogar bombas e dispersar a todos. Em cinco minutos todos estarão de volta agravados pela violência tripla a que são submetidos todos os dias: violência no descaso do Estado, a indiferença da sociedade e a falta de futuro que lhes dê esperança.
O uso do crack se espalhou por conta de alguns fatores próprios:
· é uma droga peso por peso mais barata que as outras, especialmente cocaína;
· fácil obtenção devido ao fato de que o suprimento é ilimitado;
· droga de poder imediato e vício instantâneo;
· consumo facilitado pela elasticidade de modos de consumo. (injetável, inalável etc).
A causa principal desta pandemia carcinômica é a desagregação familiar. Isso mesmo, o lance começa dentro das famílias dos usuários.
A grande maioria dos jovens que consomem drogas nas cracolândias são oriundos das classes menos favorecidas da sociedade, portanto, muito mais sujeitas à complicadores sociais de natureza comportamental e economica.
É muito raro encontrar nesses lugares de mega consumo filhinhos de papai e mamãe ricos usando suas maricas (pequeno cachimbo de fumar crack) para se entupir de drogas.
A desagregação familiar nasce exatamente em seu núcleo: pai e mãe.
Pelos estudos apontados até o momento, os consumidores de crack reportam histórias semelhantes de maus tratos dos pais, desajustes familiares de toda sorte, alcoolismo, vida sexual desregrada, descaso, abandono por diversos motivos, inclusive para correr atrás do próprio sustento.
Os filhos crescem sem qualquer amparo, educação ou berço. São apenas párias da nossa sociedade hipócrita e afeita a escândalos por coisas menores que essa.
O que acaba explicando porque tanta gente entra nessa roda vida de morte.
O lar se transforma num lugar pior que sentar-se na calçada e mergulhar nas nuvens tóxicas do crack e assemelhados.
Nesse ponto não tem ação do Estado, exceto, claro, sentar a ripa nos consumidores e fazer-lhes ficha na polícia como se isso resolvesse alguma coisa. Balela.
Esse tipo de ação é um complicador a mais na equação.
Noves fora nada o problema familiar, evidente e contundente, há ainda uma outra parcela na soma macabra do consumo que são as portas abertas para entrada de drogas como o crack e outras substâncias da mesma natureza.
As nossas fronteiras são livres para o transporte de milhares de toneladas de toda sorte de complexos químicos tóxicos. Hoje posso afirmar sem errar que as fronteiras brasileiras são territórios sem lei e ordem, entra quem quer trazendo o que bem entende e ponto final.
Não há fiscalização, pois ninguém entende como se pode fazer isso de forma eficaz.
Não tem uma viva alma no governo capaz de planejar ações que barrem no baile o festival de pó que chega dentro do nosso território.
Festa da mãe Joana isso sim. Nos tempos da guerra do Vietnã a Tailândia passou por drama semelhante.
Aquele país servia como um prostíbulo a céu aberto, uma meca de consumo de sexo e drogas vitaminada pelos soldadinhos americanos que despejavam suas taras e dinheiro para consumir tóxico em escala industrial.
O exemplo vem de muito tempo, mas aqui pouco se sabe sobre isso porque ninguém lê, pesquisa ou xereta para saber como a Tailândia acabou enfrentando isso de forma exemplar.
O trabalho começa dentro da família e a desagregação é ponto comum nas migrações de famílias inteiras buscando trabalho e qualidade de vida melhor nas grandes cidades. Doce ilusão.
Quem não tem qualificação acaba engordando as estatísticas de pessoas candidatas ao círculo do vício e do crime que atinge em cheio as crianças que, cada vez em idade mais tenra são apresentadas ao mundo do crack e companhia e dali não saem mais, exceto para o cemitério.
As bombas da polícia, cavalos, as balas de borracha, viaturas deveriam ser dirigidas para estancar as vias de acesso que permitem o pó chegar nas grandes cidades livres e sem controle.
Evidente colocar mais pimenta nisso e resolver também um outro lado obscuro do grande mercado de drogas. Tem gente vestida de terno e gravata, que tem poder, atende em gabinetes com requintados espaços e ar condicionado que opera o imenso sistema corrompendo tudo o que tem pela frente, inclusive os órgãos de repressão e controle.
O esquema é brutal e fortificado pelas relações incestuosas entre poder, grana e política.
Quanto mais se declina no combate mais essa gente ganha.
É assim aqui ou em qualquer outro país do mundo.
A sociedade é que tem que decidir que rumo dar ao imbróglio. Se der de ombros com o vem fazendo agora a condenação das gerações futuras aniquiladas pelo poder do pó já é particípio passado.
A coisa está perdida.
Carcinoma em estado terminal.
E tem ainda a famosa discussão sobre internar ou não os usuários crônicos....
Claro que tem que internar. A segunda opção é ver essa gente definhar até apodrecer.
Que diabos devemos escolher? Às vezes é necessário medidas extremas para casos extremos.
Os que correm defender que internar a pessoa é crime contra a Constituição devem dar uma voltinha à noite na cracolândia do centro de São Paulo quem sabe não consegue achar algum conhecido ou mesmo parente se acabando no crack não?
Ou quem sabe visitar necrotérios para ver como termina o corpo de um usuário de crack e assemelhados?
Os togados de plantão devem abandonar essa postura de defensores da lei frente à uma catástrofe com essa do crack. Melhor deixar morrer então que mandar internar o jovem consumidor?
Ah me ajuda ai ô!
Que tal a sociedade se mobilizar como faz nas votação do BBB, programa macabro e malicioso que começa hoje dia 10/01/2012?
A culpa concorrente nos assiste e ponto final.
A estrada da perdição segue seu rastro de morte e destruição encravada nas áreas centrais das nossas grandes metrópoles.
Juntamente com a morte dos jovens devorados pelo crack a sepultura aberta para caber nossa sociedade que tem dó do cachorro de apanha do dono e deixa seus filhos em estado de decomposição aos olhos de todos.
Totalmente insano. Até quando isso?

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